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Tribunal do Rio pode ver medida de justiça tardia para Marielle Franco assassinada | Brasil
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Tiago Rogero in Rio de Janeiro
Ainda não eram 22h e o jogo de futebol que ela assistia na TV ainda não havia terminado quando Luyara Franco, então com 19 anos, decidiu ir para a cama.
Mas então o telefone começou a tocar.
Primeiro, uma amiga ligou e perguntou se ela estava bem. “Eu disse que sim, achei estranho e ela desligou”, lembrou Luyara. Aí um ex-namorado ligou: “Ele disse que estava criando coragem para me contar o que tinha acontecido”.
Em estado de choque, ela voltou para a sala. “Acho que aconteceu alguma coisa com minha mãe”, Luyara se lembra de ter dito.
Seu avô mudou a TV para um canal de notícias e não demorou muito para que a manchete devastadora aparecesse: A mãe de Luyara, a vereadora carioca Marielle Franco, 38, foi assassinada.
“Aquela longa noite ainda não acabou”, disse Luyara, hoje com 25 anos.
Na quarta-feira, seis anos e sete meses após o assassinato de Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, 39 anos, os dois ex-policiais acusados de cometer o crime de março de 2018 serão julgados.
Ronnie Lessa, que confessou ter disparado, e Écio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro da fuga, serão julgados no Rio por duplo homicídio e tentativa de homicídio de Fernanda Chaves, que foi assessora de imprensa de Franco e única sobrevivente do ataque.
“É o primeiro passo em direção à justiça que esperamos há tanto tempo. Precisamos dessa resposta”, disse Luyara.
O crime foi um dos assassinatos mais chocantes e de grande repercussão na história do Rio: Franco, uma mulher negra gay, era uma estrela política em ascensão e um crítico ferrenho da violência policial e da corrupção.
Mas o caminho até ao julgamento foi longo e tortuoso.
Lessa e Queiroz foram presos cerca de um ano após o crime, mas o inquérito, inicialmente conduzido pela Polícia Estadual do Rio, encontrou uma série de obstáculos, incluindo a destruição de provasmudanças frequentes nos investigadores principais e a demissão de dois procuradores que denunciaram esforços para dificultar o seu trabalho.
Foi somente quando a Polícia Federal assumiu, no início de 2023, que o caso começou a avançar. Em março, os três supostos mentores foram presos: dois influentes políticos cariocas, Domingos e Chiquinho Brazão, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da polícia que comandava a unidade de homicídios quando Franco foi morto.
Segundo a Polícia Federal, os irmãos Brazão – que já há muito tempo acusado de envolvimento com grupos mafiosos paramilitares conhecidos como milícias – ordenou o assassinato depois de ficar frustrado com as tentativas de Franco de interromper lucrativos planos de desenvolvimento habitacional. Em seu depoimento, Lessa disse que estava terra prometida como pagamento pelos assassinatos.
Barbosa teria ajudado a planejar e encobrir o assassinato. Os advogados dos três homens negam as acusações.
Como Domingos era conselheiro do Tribunal de Contas do Rio, só pode ser julgado por um tribunal superior, pelo que o caso contra os três alegados mandantes está a ser julgado no Supremo Tribunal Federal. As alegações iniciais foram concluídas na segunda-feira e a data do julgamento ainda não foi definida.
“As investigações revelaram como as relações entre política, crime e polícia são muito explícitas no Rio, atingindo até os mais altos níveis da administração pública”, disse Daniel Hirata, um especialista em segurança pela Universidade Federal Fluminense do Rio.
O processo contra os homens que cometeram o assassinato está em fase mais avançada no Tribunal de Justiça do Rio e, dadas as confissões, há expectativa de condenação no julgamento com júri que deverá durar pelo menos dois dias. Lessa e Queiroz prestarão depoimento por meio de videochamadas de seus presídios.
O único sobrevivente, Chaves, que estava no carro crivado de balas, também prestará depoimento remotamente. Após o assassinato, ela e sua família fugiram por um tempo para o exterior e agora moram em Brasília.
“Não me sinto mais segura no Rio”, disse ela, acrescentando: “É assustador o quanto o Rio se deteriorou. O crime organizado está presente em todas as esferas de poder… Fazer justiça para Marielle também significa avançar no combate ao crime organizado e libertar o Rio desses criminosos”.
Após seu assassinato, Marielle – que já era bastante conhecida no Rio, tendo sido a quinta vereadora mais votada em sua primeira eleição – tornou-se vereadora nacional e até ícone global. Quatro de seus ex-assessores foram eleitos congressistas na primeira eleição após o crime.
A irmã de Marielle, Anielle, fundou uma instituto preservar a memória de Marielle e incentivar a participação das mulheres na política. Desde que a gestão de Luis Inácio Lula da Silva começou em 2023, Anielle foi ministra da igualdade racial do Brasil.
Na manhã de quarta-feira, uma pequena multidão de apoiantes gritava “justiça” enquanto as famílias de Franco e Gomes chegavam para o julgamento. A mãe de Franco, Marinete Silva, disse aos repórteres que se sentia como se estivesse revivendo o dia do assassinato. “É como passar por aquela dor de novo, mas hoje estamos aqui para tentar superar. (Estamos aqui) para dizer que isso não é normal, que algo assim não deveria acontecer em lugar nenhum.”
Luyara, filha de Franco, disse: “É importante que as pessoas entendam que não se pode planejar tirar a vida de uma política negra, eleita com mais de 46 mil votos, e pensar que nada vai acontecer”.
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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre
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23 de outubro de 2025A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.
A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.
“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.
Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.”
O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.
A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.
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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre
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22 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre
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22 de outubro de 2025A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.
A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.
A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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