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Tudo a Ler: Naomi Klein, Ricardo Lísias e mais livros – 23/01/2025 – Ilustrada

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Isadora Laviola

Esta é a edição da newsletter Tudo a Ler desta quarta-feira (22). Quer recebê-la no seu email? Inscreva-se abaixo:

Naomi Klein é uma jornalista e escritora canadense. Naomi Wolf é uma jornalista e escritora americana. Naomi Klein é autora de “A Doutrina do Choque”. Naomi Wolf é autora de “O Mito da Beleza”.

Até a pandemia, as duas Naomis eram conhecidas por defender ideias de esquerda. Mas as coisas começaram a mudar quando Wolf passou para o lado do negacionismo e mergulhou no mundo das teorias conspiratórias.

Klein, confundida com a outra Naomi, passou a ser alvo de cobranças direcionadas para a sua homônima e testemunhou de perto a metamorfose de Wolf, que passou a se associar com figuras ligadas a Donald Trump.

A crise de Klein não foi identitária, mas política, e da confusão nasceu seu livro “Doppelgänger”. O título em alemão que se refere a sósias é frequentemente empregado na ficção como um fenômeno paranormal. Para Klein, ser confundida com Wolf foi como entrar em um mundo alternativo.

O título do livro não compreende apenas sua experiência pessoal, mas a estratégia do trumpismo, que chegou ao poder nos Estados Unidos nesta semana. No livro, Klein expõe a polarização como um espelho em que cada lado vive de um lado do vidro –separados, mas refletindo um ao outro.

“Não é apenas um indivíduo que pode ter um duplo sinistro; nações e culturas também os têm”, escreve a autora, que deu uma entrevista ao editor Walter Porto.


Acabou de Chegar

“O Bebedor de Vinho de Palma e Seu Finado Fazedor de Vinho na Cidade dos Mortos” (trad. Fernanda Silva e Sousa, Carambaia, R$ 89,90, 144 págs., R$ 61,90, ebook) abriu caminhos para a literatura africana como o primeiro romance do continente publicado no exterior. Para a crítica Tássia Nascimento, o livro do nigeriano Amos Tutuola materializa as tradições iorubá e tem “como ponto de partida uma noção de realidade em que tudo se transforma e tem vida”.

“O Mundo: Uma História Através das Famílias” (trad. Denise Bottmann, Claudio Marcondes e Paulo Geiger, Companhia das Letras, R$ 299,90, 1.384 págs., R$ 59,90, ebook), do historiador britânico Simon Sebag Montefiore, apresenta toda a trajetória da nossa espécie, do Paleolítico à Era Trump, com foco na interseção nas relações familiares e de poder. Para o crítico Reinaldo José Lopes, “O Mundo” é monumental, por sua qualidade e também por seu tamanho.

“Siríaco e Mister Charles” (Gryphus, R$ 79,90, 276 págs.), do cabo-verdiano Joaquim Arena, venceu o Oceanos, maior troféu da literatura em português, contando a amizade fictícia de Darwin (o mister Charles do título) com um ex-escravizado que tem vitiligo. O livro se passa em Cabo Verde, país pelo qual Darwin andou mas que nunca é citado quando se fala no biólogo. “Quando você lê estudos sobre a viagem de Darwin, (…) Cabo Verde não faz parte dessas páginas. E é um absurdo”, afirma Arena em entrevista a Walter Porto.


E mais

Na última semana, o ministro Alexandre de Moraes ordenou o recolhimento de “Diário da Cadeia”, livro do escritor Ricardo Lísias assinado com o pseudônimo Eduardo Cunha. O falso diário especula sobre o período de Cunha na cadeia após ser encarcerado pela Operação Lava Jato e tem o ex-deputado como um narrador em primeira pessoa. Como conta o repórter Maurício Meireles, o livro foi recolhido por induzir leitores a erro, segundo a decisão.


“A Sedução do Inocente”, livro do psiquiatra Fredric Wertham, pode ganhar uma edição brasileira 70 anos após a sua publicação a partir de uma campanha de financiamento. O livro, como conta a reportagem de Lucas Monteiro, criou um código de ética para quadrinhos nos Estados Unidos com um argumento que mira a classificação indicativa, mas esbarra na censura segundo alguns especialistas.

“Espaço para Sonhar”, livro de memórias do cineasta David Lynch, morto na última quinta, voltará ao catálogo da Record em fevereiro. O Painel das Letras lembra que o livro de cerca de 600 páginas saiu pela primeira vez no Brasil em 2019, pelo selo BestSeller.


Além dos Livros

A editora Boitempo, que virou referência em intelectuais marxistas, completa 30 anos em 2025 cimentada como referência no pensamento crítico brasileiro, como afirma a fundadora Ivana Jinkings. O Painel das Letras conta que, ao longo do ano, a editora planeja a publicação de autores como Lélia González e W.E.B. Du Bois.

Em livro recém-lançado pela Boitempo, o professor Fabio Mascaro Querido propõe que a disputa entre PSDB e PT remonta a uma raiz compartilhada e a um debate acadêmico em São Paulo. Segundo Marcelo Ridenti, o autor faz um mapeamento inédito que “ajuda a recolher e colar os cacos da tradição intelectual de que é um dos herdeiros”.

A portuguesa Adília Lopes, que morreu aos 64 anos no final do ano passado, foi uma “poeta pop”. Para a crítica Ana Luiza Rigueto, os textos cheios de ironia, jogos fonéticos e erotismo típicos de Lopes lhe garantiram o título de uma das mais inventivas autoras da língua portuguesa.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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