NOSSAS REDES

ACRE

‘Um herói vivo’: Filipinas dá as boas-vindas à sobrevivente do corredor da morte Mary Jane Veloso | Filipinas

PUBLICADO

em

Carmela Fonbuena in Manila

UMdepois de 14 anos no corredor da morte em IndonésiaMary Jane Veloso chegou a Manila na quarta-feira para o abraço apertado de sua família. Seus olhos estavam inchados de lágrimas de alegria, mas seus rostos estavam iluminados por grandes sorrisos.

Foi um regresso a casa e uma reunião familiar que trouxe a alegria do Natal antecipado a um país que a apoiou e à sua luta por justiça. Condenada por tráfico de drogas em 2010, ela escapou por pouco da morte por fuzilamento em abril de 2015. sempre manteve sua inocênciadizendo que foi enganada ao carregar uma mala contendo drogas enquanto viajava para um novo emprego no exterior.

“Eu estou tão feliz! Finalmente estou de volta ao nosso país”, disse ela aos repórteres atrás do portão da Instituição Correcional para Mulheres, onde cumprirá pena de prisão perpétua e poderá receber visitas familiares todos os dias. “Peço humildemente ao presidente que me conceda clemência.”

Na quarta-feira, grupos reuniram-se fora da unidade correcional para apoiar o seu apelo. Eles carregavam lanternas de Natal e presentes rotulados como “clemência”.

As redes sociais também foram inundadas com mensagens de apoio. Veloso deve a sua vida a uma campanha massiva nas redes sociais para salvar a sua vida em 2015 e aos esforços diplomáticos de dois governos que responderam ao clamor público.

Mary Jane Veloso (2ª D) se reencontra com seus dois filhos e seu pai (E) depois de chegar a Manila na quarta-feira. Fotografia: Ted Aljibe/AFP/Getty Images

O Filipinas envia milhões de trabalhadores para o exterior todos os anos. A convicção de Veloso incorpora os medos mais profundos das famílias filipinas sobre o que poderia acontecer aos seus entes queridos no estrangeiro.

“Não vou carregar uma bolsa que não seja minha. Talvez eu não saiba o que há dentro. É muito arriscado. Tenho família”, diz Lino Repato, um filipino que trabalhava na Arábia Saudita. “Mary Jane é lamentável; ela foi obrigada a carregar a bagagem. Acabou de ser enviado por um amigo.

A bravura e determinação de Veloso são uma inspiração e uma fonte de esperança para outros filipinos e suas famílias que também lutam contra a injustiça no exterior, afirma Joanna Concepcion, presidente da Migrante International. “Ela é agora uma heroína viva para inúmeros outros migrantes na grande luta para acabar com o tráfico de seres humanos”, diz ela.

Manifestantes e apoiadores de Mary Jane Veloso pedem clemência para a ex-empregada doméstica fora do centro correcional de Manila. Fotografia: Ted Aljibe/AFP/Getty Images

A saga sublinha a necessidade de reformas políticas para proteger os filipinos, disse Liza Maza, ex-legisladora e principal autora da Lei Antitráfico de Pessoas de 2003. “Ela é vítima de um país pobre que transformou a exportação de mão-de-obra numa indústria. Foi por isso que ela foi para o estrangeiro – em busca de meios de subsistência”, disse Maza.

‘Um dia, um milagre acontecerá’

Os últimos anos foram difíceis para a família Veloso. Sua mãe, Celia, lembrou-se de telefonemas difíceis com Veloso quando ela não conseguia relatar nenhum progresso em seu caso. Celia disse que Veloso sempre manteve sua fé. “Não se preocupe, Mãe. Mesmo que ninguém me ajude, alguém o fará. Deus está lá. Um dia vai acontecer um milagre”, Celia lembrou que Veloso lhe contou.

Pelas contas de Celia, o regresso a casa de quarta-feira é o quarto de uma série de milagres na sua longa busca por justiça.

O primeiro milagre foi o adiamento de última hora que salvou a sua vida em 2015. Nos anos que se seguiram, Celia contou como Veloso sobreviveu à cirurgia para remover um cisto no ovário e depois como o medo da sua recorrência acabou por ser um alarme falso.

Mary Jane Veloso se reúne com seus pais e filhos nas Filipinas. Fotografia: Lisa Marie David/Reuters

Agora, ela está rezando por um quinto milagre – clemência.

Seu filho, Darren, tinha apenas um ano de idade quando sua mãe deixou as Filipinas, em 2010. “Gostaria que pudéssemos ficar em casa. Quero passear e visitar lugares com ela”, disse ele ao Guardian.

Daniel, seu outro filho, disse: “Estamos muito entusiasmados e ansiosos para passar um tempo com ela”.

Se as coisas forem do seu jeito, Celia disse que nenhum de seus filhos sairia novamente do país para trabalhar. “Enquanto estivermos juntos, mesmo que enfrentemos dificuldades, está tudo bem. Contanto que nenhum deles saia novamente.”



Leia Mais: The Guardian

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

ACRE

Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

ACRE

Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO

em

Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: UFAC

Continue lendo

MAIS LIDAS