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‘Você constrói uma irmandade’: treinamento para o esporte equestre mexicano de escaramuza – ensaio fotográfico | Hipismo

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Owen Harvey

Escaramuza em inglês significa “escaramuça” e é um esporte exclusivamente feminino dentro da charrería – o equivalente mexicano do rodeio.

Consiste em danças equestres altamente coreografadas e é inspirada em as adelitas da revolução mexicana, mulheres soldados que cavalgariam com os homens atuando como iscas no campo de batalha, realizando habilidades complexas a cavalo.

  • Antes dos ensaios os jovens escaramuzas se divertem, realizando palmas coreografadas. Vale do Jurupá, Califórnia2024.

O seu envolvimento continuou durante a revolta armada de 1910-1920, que não só resultou no fim de uma ditadura de 30 anos no México e no estabelecimento de uma república constitucional, mas também na transformação da cultura mexicana.

Anos mais tarde, em 1953, as mulheres foram oficialmente autorizadas a competir na charrería pela primeira vez, uma tradição anteriormente dominada pelos homens que muitas vezes era transmitida de pai para filho. Foi também o ano em que as mulheres conquistaram o direito de voto no México.

As competições escaramuza acontecem anualmente de fevereiro a novembro. Os participantes montam selas laterais e realizam manobras com seus cavalos em grande velocidade, enquanto vestem trajes tradicionais no estilo adelita em homenagem às mulheres que pegaram em armas contra a opressão há mais de um século.

Embora a charrería seja o esporte nacional do México, existem equipes escaramuza nos EUA e no Canadá e o esporte muitas vezes funciona como uma forma de a diáspora mexicana se conectar às suas tradições familiares.

Durante o verão de 2024, documentei a próxima geração de escaramuzas, com sede em Jurupa Valley, Califórnia. Conheci pais que queriam que suas filhas praticassem o esporte para incutir força, disciplina, orgulho e compreensão de sua história.

Mireya Campos-Yzaguirre (pai de Amelie Yzaguirre), treinador e coordenador do Las Azaleas Dientes de Leche

“Eu ando a cavalo desde os cinco anos de idade. Desde então ambicionei juntar-me a uma equipa escaramuza. Quando eu tinha 13 anos, meus pais me apoiaram e me permitiram ingressar. Desde então nunca mais voltei atrás e sou extremamente apaixonado pela charrería, que é o esporte nacional do México. Aos 18 anos entrei para Las Azaleas. Quando a minha filha Amelie estava a crescer e eu veria o amor que ela tinha por cavalos e equitação, sabia que era altura de formar e coordenar uma equipa da qual ela pudesse fazer parte, juntamente com outras raparigas da sua idade na nossa comunidade. Estou orgulhoso de suas realizações no curto espaço de tempo como equipe e estou ansioso para o futuro.

“É muito importante para mim que meus filhos permaneçam conectados com suas tradições mexicanas, porque morando nos EUA é fácil perder a conexão com as tradições de sua família. Quero que eles sempre saibam o que seus avós tiveram que fazer para que tivéssemos o privilégio de sermos mexicano-americanos.”

“Escaramuza ensina disciplina, nunca desistir, dar sempre tudo de si, as coisas não são dadas para você, você tem que trabalhar muito e se esforçar muito. Você constrói uma irmandade com seus companheiros de equipe.”

Adriana Olguín (pai de Sofia)

“Meu marido e sua família cresceram na charrería. É algo tão lindo ver as meninas cavalgando e se divertindo tanto quanto nós. Aprender e manter as tradições mexicanas é importante porque reforça valores e responsabilidades pessoais.

“Acho que escaramuza ensina responsabilidade às meninas, a nunca desistir, dar sempre o seu melhor, dedicação.”

Julio Chavez (pai de Aliandra Chavez-Suazo)

“Optei por inscrever a minha filha na escaramuza como forma de a ligar ao nosso património cultural. É importante para mim que ela se orgulhe das suas raízes e participe ativamente na preservação do nosso desporto e modo de vida tradicional. Minha esperança é que um dia ela consiga transmitir essa rica tradição aos seus próprios filhos.

“É crucial para mim passar essa tradição para ela, pois não é um esporte muito popular como futebol, basquete ou beisebol. Receio que, se não tomar medidas, esta tradição possa desaparecer.

“Acredito que escaramuza demonstra qualidades valiosas como responsabilidade e independência. Memórias de vida e colaboração com um cavalo são verdadeiramente fortalecedoras.

“Celebramos a nossa herança reconhecendo aqueles que vieram antes de nós, relembrando-os e histórias, imagens e música, às vezes talvez com um prato especial e outras vezes são apenas encontros.”

Mônica Arteaga (pai de Julissa Amalia Jimenez)

“O avô e o pai da Julissa são charros então ela sempre esteve perto do escaramuza. Decidimos incluí-la quando vimos que ela amava o esporte e entendia o conceito de andar em equipe.

“Nós, como pais, já estamos um pouco perdidos com tantas responsabilidades e modificações que a vida nos proporcionou com o passar dos anos. Queremos que os nossos filhos entendam de onde e porquê surgiu a tradição da charreada.

“Julissa aprendeu desde que entrou em equipe a ser respeitosa, dedicada, organizada e pontual. Seus treinadores e instrutores mostraram sua disciplina e responsabilidade. Ser escaramuza é prepará-la para a carreira e para a vida em geral.”

Owen Harvey é um fotógrafo documental que mora em Londres. O seu trabalho centrou-se em diversas subculturas e comunidades, examinando temas como identidade, pertencimento e herança e abrangendo tópicos que incluem low-riding, skinheads, mods, jovens novilleros e, mais recentemente, escaramuzas.



Leia Mais: The Guardian

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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