NOSSAS REDES

MUNDO

A história de sucesso da Namíbia – DW – 17/10/2024

PUBLICADO

em

Anna Engomba descobriu que tinha HIV, o vírus que pode levar à AIDSem 2006. Devido ao estigma que cerca a infecção na época, ela não queria compartilhar esse diagnóstico que mudou sua vida com ninguém, nem mesmo com sua mãe.

“Quando você vê as pessoas conversando ali, você pensa que talvez elas estejam falando sobre você. Você pensa que todo mundo sabe que você é HIV positivo”, disse o namibiano de 39 anos à DW. “Eu estava sozinho”.

Ela contou à DW que engravidou e deu à luz em 2009.

“Abandonei a escola e isso interrompeu meus estudos. Naquela época, não era nem fácil conseguir remédios”, disse ela, lutando contra as lágrimas.

Não se contenha: Viver com o VIH e mandar nele

Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5

Engomba é apenas uma entre cerca de 40 milhões de pessoas que têm VIH, de acordo com o Organização Mundial da Saúde (OMS) — quase 26 milhões dos quais viver na região África da OMS.

Na década de 1990, muitas pessoas consideravam o diagnóstico de VIH uma sentença de morte devido à opções de tratamento disponíveis limitadas.

Progresso da Namíbia no tratamento do VIH

Embora o número de pessoas com VIH continue elevado, tratamento e medicamentos preventivos obtiveram ganhos significativos, especialmente em Namíbia.

Os medicamentos anti-retrovirais, por exemplo, que suprimem o vírus e impedem a sua replicação, são utilizados com sucesso para tratar a infecção pelo VIH.

“Muitas mulheres seropositivas que engravidaram optaram por receber terapia preventiva para que o vírus não seja transmitido aos fetos”, disse Alfred Besa, especialista em VIH/SIDA e consultor da ONG Humana People to People. DW.

O VIH/SIDA é a principal causa de morte na Namíbia. Cerca de 230.000 pessoas têm VIH e SIDA num país de apenas cerca de 3 milhões de habitantes.

Mas os programas comunitários de educação e prevenção do VIH da Namíbia receberam crédito por abrandar as taxas de infecção em 54% entre 2010 e 2022, de acordo com a ONUSIDA, a principal agência das Nações Unidas que trabalha na doença.

“A Namíbia está prestes a eliminar a transmissão do VIH de mãe para filho. Quero dizer, o que mais se pode desejar?” ele acrescentou.

Anna Engomba, por exemplo, tem três filhos e, devido aos avanços na prevenção da transmissão vertical, disse que os seus filhos são todos seronegativos.

Lenacapavir: Um novo aliado para a prevenção do VIH/SIDA em África

Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5

Pesquisa promissora de vacina contra o HIV

No Conferência Internacional sobre AIDS de 2024 em Muniqueos pesquisadores apresentaram resultados promissores de estudos em andamento. Direcionamento da linha germinativa, por exemplo, treina o sistema imunitário para gerar vários tipos de anticorpos amplamente neutralizantes do VIH (bNAbs), que são cruciais para uma vacina preventiva.

Mas em termos de prevenção do VIH, já existe outro medicamento inovador chamado lenacapavir. O composto anti-HIV já está em uso, mas levar o medicamento às pessoas que mais precisam dele pode ser complicado.

“Perderam-se pessoas com valor económico para os países e há órfãos. Há famílias que são afectadas porque o sustento da família já não existe”, disse Besa.

Mudança de jogo na prevenção do HIV?

Este mês, a gigante biofarmacêutica com sede nos EUA, Gilead Sciences, disse que tinha acordos de licenciamento assinados com seis fabricantes de medicamentos para produzir e vender versões genéricas dos seus medicamentos para a prevenção do VIH em 120 países de rendimentos mais baixos.

A Gilead também planeja fornecer sua versão de marca do medicamento, o lenacapavir, em 18 países, como Botsuana, Etiópia e Quêniaaté que estabeleçam capacidade de produção e possam suportar totalmente a procura. Estes países representam cerca de 70% dos casos de VIH.

Crucialmente, os investigadores estimaram que o lenacapavir – que custa aos pacientes mais de 40 mil dólares (cerca de 37 mil euros) por pessoa por ano em vários países – poderia ser fabricado por apenas 40 dólares.

Outro benefício é que o medicamento só precisa ser injetado duas vezes por ano, o que o torna muito mais fácil de administrar do que os regimes atuais que exigem comprimidos diários. Para Engomba, este aspecto particular seria um divisor de águas, e não apenas pela facilidade de tomar a medicação.

“Isso tiraria parte do estigma da doença”, disse ela à DW.

Pressão global para que o lenacapavir reduza a transmissão do VIH

O investigador da Universidade de Liverpool, Andrew Hill, disse à imprensa que se o medicamento fosse administrado a pessoas com alto risco de contrair o VIH, poderia “basicamente interromper a transmissão do VIH”. A agência internacional de saúde Unitaid, organizada pela OMS em Genebra, disse estar “preparada para investir imediatamente e colaborar para acelerar o acesso ao lenacapavir”.

Os licenciados incluem empresas em Índia e Paquistãode acordo com Gileade. Com base nos dados de seus testes, a Gilead disse que iniciará uma série de registros regulatórios até o final de 2024.

“Os acordos foram assinados antes de quaisquer submissões regulamentares globais para permitir que estes países introduzam rapidamente versões genéricas do lenacapavir para a prevenção do VIH, se aprovadas”, acrescentou, referindo-se aos seis acordos de licenciamento.

A empresa também está a dar prioridade ao registo em 18 países com elevada incidência, incluindo Etiópia, Quénia, África do Sul, Tailândia e Vietnãpara fornecer lenacapavir fornecido pela Gilead até que versões genéricas estejam disponíveis.

Pessoas LGBTQ+ ainda em risco

Mas as raparigas e as mulheres jovens, os trabalhadores do sexo, os homens que têm relações sexuais com homens e os transexuais namibianos estão entre os grupos populacionais que ainda correm alto risco de contrair o VIH. Um recente Pesquisa da ONUSIDA mostraram que a taxa de prevalência do VIH é de 29,9% para os trabalhadores do sexo na África Oriental e Austral.

Embora não existam dados abrangentes sobre os riscos das mulheres transexuais na Namíbia, globalmente elas correm 20 vezes mais riscos do que a população em geral entre as idades de 15 e 49 anos, de acordo com números da ONUSIDA.

Friedel Dausab, um activista namibiano que desafiou com sucesso a criminalização da actividade sexual entre pessoas do mesmo sexo na Namíbia, disse que o estigma ainda é um grande obstáculo ao tratamento que salva vidas de pessoas marginalizadas, como aquelas que se identificam como LGBTQ+.

“Mesmo que a Namíbia tenha serviços e medicamentos gratuitos, se as pessoas não os conseguem, é quase como ter um belo carro sem a chave para o conduzir”, disse ele à Thompson Reuters Foundation.

GirlZOffMute –Adolescente de Uganda com HIV positivo conta sua história

Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5

Eddy Micah Jr contribuiu com reportagem

Este artigo foi adaptado de um episódio do AfricaLink da DW, um podcast diário repleto de notícias, política, cultura e muito mais.



Leia Mais: Dw

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS