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A reação dos empregados da Caixa à troca na Funcef

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Matheus Leitão

É forte o trauma de quem ainda sofre com desconto na própria aposentadoria para cobrir o rombo causado pelas escolhas dos apadrinhados de políticos na gestão do fundo de pensão dos empregados da Caixa Econômica Federal, um dos maiores e mais ricos do país –tem mais de R$ 100 bilhões em ativos e 140 mil participantes.

Prova desse medo é que todas as entidades que representam os empregados da ativa e os aposentados do banco, que têm muitas divergências entre si, entraram em um raro e rápido consenso para rejeitar a troca do atual presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), que trabalha na Caixa há mais de 30 anos, por um apadrinhado do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O burburinho de que a troca será feita em breve começou a circular em Brasília no início da tarde dessa sexta-feira, 11. Poucas horas depois, as entidades dos empregados da Caixa já tinham entrado em acordo sobre como se posicionar. Todas elas assinaram uma carta contra a substituição, deixando claro que a gestão de sua previdência deve ser feita por integrantes das carreiras do banco, que dividem a preocupação de garantir que haverá dinheiro para pagar suas aposentadorias. O nome indicado pelo Planalto para assumir o comando do fundo é o do jornalista Richard Back, atual chefe de gabinete de Padilha.

Todas as entidades assinaram uma carta com elogios ao atual presidente da Funcef, Ricardo Pontes, empregado da Caixa há 33 anos, formado em administração e especialista em administração pública. Segundo o texto, Pontes merece o reconhecimento dos colegas “pelo trabalho executado em prol do saneamento dos problemas existentes e direcionamento de ações na busca de melhores resultados para os planos de benefícios administrados”. Nos bastidores, dirigentes das entidades afirmam não ter nada contra o nome indicado, mas sim contra entregar o fundo a quem não sofre na pele as consequências das más escolhas.

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Na carta, as entidades classificam a substituição do presidente do fundo como “intervenção” e afirmam que “a troca de comando traz preocupação às entidades com a possibilidade de interferência política e gestão temerária por agentes externos, cujo único objetivo é a utilização de recursos da Funcef sem quaisquer compromissos com sua finalidade, que é o pagamento de benefícios aos empregados aposentados da Caixa”.

Há vários anos, os aposentados da Funcef amargam descontos de até 30% na aposentadoria e os empregados ativos pagam taxas extras para cobrir o rombo deixado pela má gestão de indicados do PT e de partidos aliados para dirigir o fundo. Em 2016, a Justiça chegou a ordenar a prisão de alguns gestores da Funcef.

Mais recentemente, em 2022, o Ministério Público Federal solicitou que a Caixa pagasse R$ 5 bilhões ao fundo para abater das taxas extras impostas aos contribuintes e beneficiários. Na época, o MPF divulgou um texto afirmando que “a Caixa Econômica era um banco altamente politizado e indicava diretores para a Funcef que também atendiam interesses políticos naquele tempo (2008 a 2016). O resultado é o grave problema econômico-financeiro do fundo suportado pelos participantes, em sua maioria, aposentados e beneficiários mais antigos”.



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Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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