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Acre ocupa 8º lugar entre estados que associam crescimento econômico a sustentabilidade, aponta levantamento nacional

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Tácita Muniz

O Ranking Estadual de Gestão Sustentável de Ativos Verdes, avaliação realizada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), organização não governamental com sede em São Paulo (SP), colocou o Acre em oitava posição entre as unidades da federação em relação a ativos verdes, que são recursos voltados para projetos de sustentabilidade.

Acre é pioneiro na implementação de programas estruturados para proteção ambiental e uso sustentável da biodiversidade. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Divulgado em dezembro, o levantamento avalia os entes subnacionais a partir de indicadores alinhados à visão ESG (environmental, social and governance) e à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e espelha a multidisciplinariedade da agenda de desenvolvimento sustentável e proteção ambiental, expressos nas metas desenvolvidas pelas organizações internacionais.

O levantamento inédito mede o desempenho das 27 unidades federativas a partir de 33 indicadores, distribuídos em quatro pilares temáticos considerados fundamentais para a promoção da gestão ambiental dos estados: gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR), uso da terra, orçamento verde e sustentabilidade. Todos os dados são públicos do Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar) e demais fontes, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif), entre outros.

Com os dados e cruzamento, há como medir, segundo o estudo, a associação entre crescimento econômico e bem-estar e a promoção dos indicadores de sustentabilidade.

Acre tem mais de 98% da área cadastrada no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar). Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema

Acre no protagonismo

O presidente da Companhia de Desenvolvimento de Serviços Ambientais do Acre (CDSA), José Luiz Gondim, afirma que o Acre tem se destacado no cenário nacional e internacional como protagonista no mercado de ativos ambientais, consolidando-se como referência em práticas sustentáveis e na gestão de recursos naturais.

“Sua localização estratégica na Amazônia Ocidental, aliada a políticas públicas robustas desenvolvidas desde o final do século 20 junto às diretrizes globais de sustentabilidade, posiciona o estado como um importante ator nas relações bilaterais e multilaterais voltadas para o mercado de carbono e a economia verde”, detalha.

O ranking é um reconhecimento do potencial estratégico do estado, que é pioneiro na implementação de programas estruturados para proteção ambiental e uso sustentável da biodiversidade, incluindo iniciativas como o Sistema de Incentivos a Serviços Ambientais (Sisa) e desenvolvimento do Programa Isa Carbono, que possibilitou a implantação do primeiro programa de REDD+: REM Early Movers, financiado pelos governos inglês e alemão.

Outro coeficiente de grande impacto nesse resultado, que coloca o estado entre os dez que mais associam desenvolvimento e sustentabilidade, é o fato de o Acre ter mais de 98% da área cadastrada no Sistema Nacional de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), com  previsão de orçamento verde, com Plano Decenal de Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável e um forte arcabouço técnico e científico que orienta decisões estatais como o Zoneamento Econômico-Ecológico (ZEE) e o Plano Estadual de Controle de Desmatamentos e Queimadas (PPCDQ).

“Essas ações e estratégias institucionais, integradas aos marcos regulatórios, internacionais, nacionais e estaduais, conferem ao Acre capacidade técnica e institucional para habilitar-se ao padrão internacional ART-Trees (The REDD+ Environmental Excellence Standard), permitindo a geração de créditos de carbono de alta qualidade e credibilidade no mercado global”, observa o presidente da CDSA.

Para Gondim, a posição do Acre no Ranking Estadual de Gestão Sustentável de Ativos Verdes, elaborado pelo CLP, reforça a posição de destaque e é determinante para o fortalecimento do mercado verde e para atrair investimentos internacionais.

Programa beneficiou diretamente, em sua primeira fase, mais de 21,9 mil famílias, incluindo 8 mil pessoas em 28 terras indígenas, promovendo o manejo sustentável de florestas e o aumento de estoques de carbono florestal. Foto: Marcos Vicentti/Secom

Alguns dados do REM

A experiência do Acre com o Programa REM (REDD Early Movers), na avaliação do gestor, trouxe valiosas lições, que reforçam a capacidade de liderança no mercado de ativos ambientais, como o primeiro programa implementado no território brasileiro.

Durante as fases I e II, o estado utilizou a metodologia Acre Carbono Standard (ACS), devidamente convalidada internacionalmente, garantindo alta credibilidade e reconhecimento global.

“Além disso, os valores remanescentes de tCO2eq [ferramenta usada para comparar as emissões de diversos gases de efeito estufa], provenientes do contrato com os governos da Inglaterra e da Alemanha, permitiram a internacionalização de mais de cem milhões de toneladas de ativos em contabilidade verde, posicionando o Acre para atuação estratégica em mercados internacionais de carbono de mercado voluntário”, frisa.

O programa beneficiou, ainda em sua primeira fase, entre 2012 e 2018, diretamente 21.940 famílias, incluindo 7.929 pessoas em 28 terras indígenas, promovendo o manejo sustentável de florestas e o aumento de estoques de carbono florestal.

Os projetos possibilitaram capacitação, aquisição e manutenção de equipamentos para sistemas agroflorestais, assistência técnica, insumos, regularização fundiária, apoio logístico e fomento à produção, entre outros.

“As principais lições aprendidas incluem a importância de uma governança participativa, a necessidade de integração entre políticas públicas e a relevância de mecanismos de repartição de benefícios que alcancem as comunidades locais. Essas experiências posicionam o Acre como um estado preparado para implementar e gerir programas de REDD+ em larga escala, com transparência, eficácia e solidez no mercado global de carbono”, garante o presidente da CDSA.

Estado já se destaca em negociações internacionais de carbono, sendo reconhecido como parceiro confiável e estratégico em acordos bilaterais e multilaterais. Foto: Alexandre Cruz-Noronha/Sema.

Planejamento e estratégias

O Plano de Desenvolvimento Socioeconômico Sustentável do Acre, conhecido como Agenda Acre 10 Anos, é um planejamento de longo prazo que define as prioridades para a próxima década, distribuídas em seis pilares para o desenvolvimento: reinvenção das cadeias produtivas, infraestrutura, cultura e turismo, capital humano, ambiente de negócios e inovação e serviços públicos ao cidadão.

Para cada pilar de desenvolvimento foram definidos indicadores e metas para os anos de 2023 a 2032.

“Esse plano visa promover o desenvolvimento socioeconômico com o uso sustentável dos recursos naturais, a diversificação e elevação de bens e serviços, e a geração de emprego e renda.  A Agenda Acre 10 Anos foi apresentada durante a COP27, reforçando o compromisso do Estado com a sustentabilidade e a justiça social”, explica José Luiz Gondim.

O Estado já se destaca em negociações internacionais de carbono, sendo reconhecido como um parceiro confiável e estratégico em acordos bilaterais e multilaterais. A posição do Acre no mercado de ativos ambientais de carbono é sustentada por evidências empíricas e normativas que apontam para a correlação entre crescimento econômico, bem-estar e sustentabilidade, avalia o gestor.

“O Acre representa um exemplo vivo de como um estado pode aliar conservação ambiental, desenvolvimento sustentável e protagonismo geopolítico em mercados verdes. Sua abordagem inovadora, fundamentada em experiências exitosas em REDD+ Jurisdicional com a implementação do REM e na aplicação de metodologias reconhecidas internacionalmente, evidencia a capacidade do estado de traduzir seus vastos recursos naturais em ativos ambientais que beneficiam tanto a economia quanto as comunidades locais”, acentua.

O compromisso com a gestão dos recursos naturais e com a integração de políticas públicas robustas posiciona o Estado como um líder global no enfrentamento dos desafios climáticos, na visão de Gondim.

“No cenário internacional, o Acre surge como um catalisador para a construção de uma economia verde, liderando negociações bilaterais e multilaterais que contribuem para a transição econômica global. Assim, ao reforçar sua posição como referência em governança ambiental e inovação sustentável, o Acre não só consolida sua relevância no mercado de carbono, mas também reafirma seu papel como um ator essencial na agenda climática e ambiental global”, completa.

Para o governador Gladson Cameli, esse é o resultado de uma gestão realizada em conjunto, atuando em sinergia e colocando o bem-estar das pessoas em primeiro lugar. 

“Queremos reforçar nosso compromisso de manter tudo aquilo que acordamos: o planejamento e a atenção à questão ambiental. Não abrimos mão desse compromisso. O Acre deve estar no protagonismo. Então, parabéns a todos os envolvidos. O mais importante é que, juntos e em colaboração, vamos conseguir alcançar nossos objetivos. A união é um fator essencial. Da parte do governo e de toda a equipe, nosso compromisso é não descumprir nenhum dos acordos firmados. Peço sempre essa compreensão e estou à disposição para qualquer coisa que precisarem”, ressalta Cameli. 

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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações — Universidade Federal do Acre

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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações (1).jpg

O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac e o programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, realizaram a abertura oficial do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações. O evento começou nesta terça-feira, 24, e termina nesta sexta-feira, 25, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede.

Para a reitora Guida Aquino, o simpósio é estratégico para fortalecer a rede acadêmica voltada à segurança das fronteiras. Ela ressaltou ainda a importância da criação da Rede de Universidades de Fronteiras (Unifronteiras) e a necessidade de políticas específicas, como o adicional de fronteira, para a fixação de pesquisadores. “Essa é uma das pautas que estamos abraçando fortemente. Precisamos desburocratizar relações para garantir maior interação dos nossos pesquisadores com os países vizinhos, especialmente Bolívia e Peru.”

A coordenadora do MGeo, Maria de Jesus Morais, enfatizou a relevância acadêmica e científica do evento. “Estamos inseridos em um projeto que envolve toda a faixa de fronteira brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. Para nós, do Acre, essa discussão é essencial, considerando nossa localização estratégica como corredor de imigração internacional.” Ela informou que mais de 300 pessoas estão inscritas, entre participação presencial e transmissão online, com debates que abrangem desde mudanças climáticas até segurança e migrações.

O secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Washington Triani, reforçou a necessidade da integração entre instituições e governos locais para enfrentar desafios nas fronteiras. “Não se resolve questões de fronteira apenas com um ou dois entes. Precisamos ouvir as pessoas diretamente envolvidas nas regiões de fronteira e trabalhar integradamente. A educação leva conhecimento e prosperidade e é fundamental nesse processo.”

Também participaram da solenidade a vice-governadora do Acre, Mailza Assis; o procurador-geral de Justiça do Acre, Danilo Lovisaro; o delegado regional da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Lauro da Veiga Santos; além dos professores Gustavo da Frota Simões e Tássio Franchi, do PPGCM.

Projeto de pesquisa

O evento ocorre no âmbito do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”, cujo coordenador-geral é o professor Gustavo da Frota Simões, do PPGCM.

O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.

O objetivo principal do projeto é analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.

 



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Ufac e Sesacre lançam curso EaD sobre cuidado à pessoa com TEA — Universidade Federal do Acre

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Ufac e Sesacre lançam curso EaD sobre cuidado à pessoa com TEA — Universidade Federal do Acre

A Ufac e o Núcleo de Telessaúde da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) realizaram o lançamento do curso de educação a distância (EaD) Cuidado Integral à Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Atenção Primária à Saúde, que é gratuito, online e autoinstrucional, com carga horária de 60 horas. O evento ocorreu nessa terça-feira, 18, no anfiteatro Garibaldi Brasil.

A programação contou com apresentação cultural, palestra e mesa-redonda com o tema “O Que o Mundo Não Vê”, reunindo profissionais da saúde, estudantes, educadores e familiares. O objetivo foi ampliar o debate sobre o acolhimento e o cuidado humanizado a pessoas com TEA. 

“A proposta é capacitar, de forma acessível, com uma linguagem simples, quem está na ponta do atendimento. Quando conseguimos reconhecer os sinais do TEA cedo, garantimos um caminho mais ágil para o diagnóstico e as intervenções terapêuticas”, destacou a coordenadora do Núcleo de EaD do Telessaúde do Acre, Patrícia Satrapa.

(Kenno Vinícius, estagiário Ascom/Ufac)

 



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Vigilância Sanitária de Rio Branco realiza inspeção no RU da Ufac — Universidade Federal do Acre

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O Departamento de Vigilância Sanitária do município de Rio Branco realizou, no sábado, 14, inspeção no Restaurante Universitário (RU) da Ufac, campus-sede. Durante a vistoria, a equipe técnica verificou que o ambiente segue as boas práticas de manipulação de alimentos e os procedimentos adequados de higiene e proteção dos manipuladores.

Segundo o relatório da inspeção, assinado pelo fiscal da Vigilância Sanitária, Félix Araújo da Silva, e pelo responsável técnico do restaurante, Rafael Lima de Oliveira, “não foram observadas no momento da visita inconformidades quaisquer”.

 



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