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Acre tem a maior queda no nº de mortes violentas do país em 2021; autoridades atribuem baixa à estruturação das polícias no estado

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O Acre foi o estado com a maior queda no número de mortes violentas em todo o país, comparando 2020 e 2021. Os dados fazem parte do Monitor da Violência, índice nacional de homicídios criado pelo g1, com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Os dados apontam que o Acre fechou 2020 com o registro de 292 mortes violentas – que incluem homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal. Já em 2021, este número caiu para 181, ou seja, houve uma queda de 38%.

As autoridades atribuem essa queda a alguns fatores principais:

  • Integração das forças de segurança do estado (criação da força-tarefa);
  • Intensificação de operações;
  • Retomada dos presídios;
  • Descapitalização dos grupos criminosos;
  • Estabilização de territórios das facções criminosas.

Essas intervenções dos últimos anos também se somam a medidas já tomadas desde 2015, quando o poder público assumiu de forma oficial que o estado estava lidando com organizações criminosas.

Apesar de todos os indícios apontarem para o fortalecimento do crime organizado no Acre, o estado apenas assumiu a existência das facções no final de 2015, quando ataques contra o poder público ficaram evidentes. Foi deixada uma lacuna de três anos para que esses grupos ganhassem força – o que permitiu, inclusive, a criação de uma facção no estado, que surgiu dentro dos presídios.

Em meados de 2016, houve uma intensificação da guerra de facções com o racha entre Comando Vermelho e PCC, criando um ambiente de tensão nos presídios e promovendo confrontos em diversos estados.

Mortes violentas por estado em 2021 — Foto: Fernanda Garrafiel/g1

Mortes violentas por estado em 2021 — Foto: Fernanda Garrafiel/g1

A Segurança Pública então passou a traçar estratégia para retomar o poder dentro dos presídios – uma dessas medidas foi a criação do RDD, por exemplo.

Passado esse período mais crítico, agora, as autoridades focam na integração das forças e nos incentivos aos núcleos de inteligência nas diversas polícias. Aliado a isso, há um reforço importante do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Acre (MP-AC), que passou a criar um forte trabalho de tabulação de dados nos últimos cinco anos para estudar medidas e antecipar ações.

Comparação de mortes violentas entre 2020 e 2021

Ano20202021Variação
Homicídio doloso278171-38,5%
Latrocínio127-41,7%
Lesão corporal2350%
Crimes violentos292181-38%

Produtividade do Gaeco mais que dobrou

O promotor Bernardo Fiterman Albano, coordenador do Gaeco, diz que os efeitos podem ser sentidos inclusive nas estatísticas internas. Ao mesmo tempo em que o estado registrou uma queda de 38% nas mortes violentas em 2021, o MP, por meio do Gaeco, também teve uma alta em sua produtividade.

Em 2020, o MP identificou e indiciou em operações com as forças de segurança 500 pessoas ligadas a facções criminosas no estado. Já no ano passado, foram 1.002 denunciados por organização criminosa – um aumento de 100,4% na produtividade.

“Além de diversas ações estratégicas e isoladas, foram realizadas diversas ações e operações pelo Gaeco de forma integrada com as forças de segurança. Foi empregado mais apoio estrutural da Segurança Pública. Criamos também uma estrutura de força-tarefa que funciona muito bem na sede da Polícia Federal”, destaca.

Além disso, o promotor destaca a importância da implantação do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), ainda em 2019, para fortalecer a segurança nas áreas mais vulneráveis e que também é passagem para o tráfico de drogas. Ele também diz que foi importante a criação da Vara de Delitos de Organizações Criminosas, efetivada em janeiro de 2019.

Segurança pública criou estrutura de força-tarefa em todo o estado — Foto: Tiago Teles/Asscom-MP

Segurança pública criou estrutura de força-tarefa em todo o estado — Foto: Tiago Teles/Asscom-MP

Em todos os poderes, o estado aparelhou e usou núcleos que vão desde a inteligência até o trabalho ostensivo, de acordo com o promotor.

“Cada instituição tem suas características e capacidade de coleta de informações, então conseguimos juntar esse grupo, aproveitar a capacidade de cada polícia, nos apoio de núcleos de inteligência estaduais também, e todo esse trabalho municiou o Gaeco com informações que geraram esses dados”, destaca.

Estabilização de territórios

O coordenador do Gaeco destaca também que, apesar de não ter a predominação de uma grupo criminoso apenas no estado, houve uma estabilização de territórios , o que impactou na redução de mortes violentas, já que grande parte seria devido à guerra entre as facções criminosas por território.

“Foi noticiado um possível esfriamento entre as facções, o que, logicamente, reduz [os números], porque as mortes violentas eram dentro de um contexto envolvendo organização criminosa (…). Mas tem que se perguntar por que as facções criminosas resolveram fazer, digamos, ‘esse acordo’. No nosso entendimento, todas elas estavam pressionadas pela atuação do estado e do Gaeco também, então foi um fator preponderante para a redução dessas mortes no Acre”, destaca.

Promotor Bernando Albano é coordenador do Gaeco no Acre — Foto: Tiago Teles/Asscom MP

Promotor Bernando Albano é coordenador do Gaeco no Acre — Foto: Tiago Teles/Asscom MP

Desafios

Mesmo com a redução dos números, o promotor destaca que o Acre ainda enfrenta um problema sério com relação à atuação dos quatro grupos criminosos instalados no estado e que o foco agora é tentar impedir que os chefes dessas organizações continuem comandando ações criminosas de dentro do presídio.

“A tendência desse fenômeno é a identificação e o isolamento de suas lideranças. Vamos intensificar esse trabalho e também focar no sistema prisional, porque ainda há atividade no sistema prisional.[Vamos] isolar essas lideranças para que não consigam permanecer com influência na organização depois de presos. É um desafio que tem que ser enfrentado”, pontua.

Em sua primeira coletiva, o procurador-geral do MP-AC, Danilo Lovisaro, que antes coordenava o Gaeco, disse que pretende intensificar ainda mais o trabalho do Gaeco em sua gestão.

“Tendo em vista que é a minha primeira atuação como procurador-geral de Justiça do MP do estado do Acre, quero reforçar a nossa diretriz de enfrentamento às facções, ao crime organizado no estado e de cada vez mais integrar as forças de segurança pública em atuação junto com o MP para que a gente possa ter cada vez mais resultados expressivos”, disse.

Sejusp diz que trabalha na automação dos presídios do estado e isola chefes de grupos criminosos — Foto: Reprodução

Sejusp diz que trabalha na automação dos presídios do estado e isola chefes de grupos criminosos — Foto: Reprodução

Automação dos presídios

O secretário de Justiça e Segurança Pública do estado, coronel secretário Paulo Cézar dos Santos, acrescenta ainda que o trabalho nas fronteiras do estado também foi um fato preponderante para essa redução.

“Nessa linha, cinco delegacias da Polícia Civil e quatro unidades da Polícia Militar foram integradas ao Programa Vigia [ Programa Nacional de Segurança das Fronteiras e Divisas] do governo federal, com o objetivo similar. Agregado à referida estratégia, foram firmadas cooperação técnica com o governo boliviano e os estados do Amazonas e Rondônia, que possibilitaram a atuação integrada na faixa de fronteira e troca de informações sobre a atuação do narcotráfico na região”, destaca.

O estado também implantou o programa Acre Pela Vida, que trabalha na prevenção, concentrando atividades esportivas em áreas onde se concentram a maioria das mortes violentas no estado.

O secretário diz ainda que, além da retomada dos presídios, a Segurança vê que foi um erro mandar as lideranças de grupos criminosos para fora do estado, como chegou a ser feito em 2017, por exemplo. Ele disse que, atualmente, os chefes de facções são isolados no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco.

“O estado está em um processo de automação das unidades prisionais. No passado, o estado adotou como estratégia, para o isolamento das lideranças de organizações criminosas, o encaminhamento deles para presídios federais, e isso fortaleceu o vínculo dos criminosos e empoderou os integrantes das organizações no estado”, diz.

Ele explica por que o isolamento desses presos tem de ser no próprio estado. “A política local reza que o isolamento precisa ser no ambiente local e, por isso, estamos investindo na automação e agregação de tecnologia do sistema penitenciário e isolamento das lideranças do crime organizado no presídio Antônio Amaro, porque entendemos que o envio novamente iria forjar novos vínculos com as organizações em nível nacional e consequentemente potencializar o crime no estado, assim como ocorreu”, pontua.

Gaeco denunciou mais de mil pessoas em 2021 suspeitas de fazerem parte de organização criminosa — Foto: Tiago Teles/MP-AC

Gaeco denunciou mais de mil pessoas em 2021 suspeitas de fazerem parte de organização criminosa — Foto: Tiago Teles/MP-AC

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Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre

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Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, e o diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Jerbisclei de Souza Silva, apresentaram à comunidade acadêmica, nessa segunda-feira, 30, o projeto de melhoria da infraestrutura de internet do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. A apresentação ocorreu na Cinemateca do campus.

Durante o encontro, foram detalhadas as principais ações já implementadas e os avanços previstos para garantir maior qualidade na conectividade, não apenas no campus Floresta, mas também em outras unidades da Ufac.

Uma das principais melhorias é o aumento da capacidade do link de internet no campus Floresta, que passou de cem megabits por segundo (Mbps) para um gigabit por segundo (Gbps), representando uma ampliação de dez vezes na velocidade de conexão. O novo link foi ativado em 10 de março deste ano e já beneficia as atividades acadêmicas no campus.

“Essa é uma conquista muito aguardada pela comunidade acadêmica do campus Floresta. Sabemos o quanto a conectividade impacta diretamente o ensino, a pesquisa e a extensão e estamos trabalhando para garantir que todas as unidades da Ufac tenham acesso a uma internet de qualidade”, disse Guida Aquino.

Outra medida anunciada foi a contratação de serviço de internet via satélite de alta velocidade, por meio da Starlink, que funcionará como contingência em casos de falhas no link principal. As antenas devem ser entregues ainda nesta semana no campus Floresta e a instalação será realizada pela equipe de tecnologia da informação da universidade.

“O link via satélite traz mais segurança para o funcionamento das atividades acadêmicas, evitando que a falta de conexão terrestre comprometa o dia a dia da universidade”, explicou Jerbisclei de Souza Silva. 

Além disso, a Ufac anunciou que, a partir do próximo mês, a Unidade Marechal Rondon, que atualmente conta com banda larga convencional, passará a dispor de um link dedicado de alta velocidade, conectado à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), reforçando a infraestrutura tecnológica da universidade.

“As melhorias na conectividade são fundamentais para o fortalecimento da Ufac em todas as regiões onde estamos presentes. Essa é uma prioridade da nossa gestão e um compromisso com a qualidade do ensino e da pesquisa”, acrescentou Guida.

 



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BANCO DA AMAZÔNIA LANÇA EDITAL DE R$ 4 MILHÕES PARA APOIAR PROJETOS DE BIOECONOMIA NA REGIÃO AMAZÔNICA

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SinPatinhas: veja como tirar o RG para seus cães e gatos. Basta entrar no site Gov.br.- Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto de capa [internet]

Edital Amabio contemplará organizações comunitárias, cooperativas, startups e microempresas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará. Propostas podem ser enviadas até 31/07/2025.

O Banco da Amazônia, em cooperação com a Agência Francesa de Desenvolvimento,  lança o Edital AMABIO 001/2025, que vai destinar R$ 4 milhões em apoio financeiro não reembolsável a projetos de bioeconomia na Amazônia. A chamada pública é voltada a organizações da sociedade civil, cooperativas, startups e microempresas com atuação nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará. 

As inscrições estarão abertas até 31 de julho de 2025, exclusivamente pela plataforma digital do Banco. O edital completo, com critérios de seleção, lista de documentos obrigatórios e formulário de inscrição estão disponíveis no site: www.bancoamazonia.com.br/programa-amabio

A iniciativa é fruto da cooperação Franco Brasileira e integra o Programa AMABIO – Financiamento Sustentável e Inclusivo da Bioeconomia Amazônica, uma parceria entre o Banco da Amazônia e o Grupo Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com apoio técnico da Expertise France. O objetivo é fortalecer cadeias produtivas sustentáveis, valorizar saberes tradicionais e promover inovação na região amazônica.

Os proponentes podem inscrever propostas de projetos de até R$150 mil, com cronograma de execução em até 12 meses, em uma das duas linhas temáticas: Fortalecimento de Organizações de Povos e Comunidades Tradicionais ou Inovação nas Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade Amazônica.

O edital visa o fomento de soluções inovadoras e o fortalecimento da atuação de organizações nos territórios amazônicos. Propostas com liderança feminina e/ou liderança de jovens entre 18 e 35 anos terão pontuação adicional. A chamada também assegura que pelo menos 30% dos projetos selecionados sejam liderados por mulheres.

Linhas temáticas

A primeira linha de atuação, Fortalecimento de organizações de Povos e Comunidades Tradicionais, visa o apoio ao desenvolvimento institucional de cooperativas, associações e demais organizações de base que atuam com agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, aquicultores, silvicultores, povos indígenas, quilombolas e outros povos e comunidades tradicionais da Amazônia.

Já a segunda linha, Inovação nas Cadeias de Valor da Bioeconomia na Amazônia, tem como foco o incentivo à criação, adaptação ou aprimoramento de produtos, processos, serviços, tecnologias sociais e arranjos organizacionais. 

As propostas devem gerar valor ambiental, social, cultural e econômico, respeitando a diversidade socioterritorial da região. São esperadas soluções que promovam a sustentabilidade, valorizem os saberes tradicionais, fortaleçam a segurança alimentar e contribuam para a geração de renda nos territórios.

Esse edital representa um marco no apoio do Banco da Amazônia para a Bioeconomia na região. A instituição financeira reconhece o papel estratégico das organizações locais e busca apoiar soluções baseadas na floresta, na ciência e nos conhecimentos tradicionais para gerar renda, inclusão e sustentabilidade.

Processo de seleção

O processo seletivo será conduzido em três etapas: triagem de elegibilidade do Projeto, análise técnica e de mérito e deliberação final. A Comissão de Seleção será composta por representantes do Banco da Amazônia (BASA), da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), da Expertise France (EF) e por especialistas com notório saber em bioeconomia, inovação, saberes locais ou tradicionais e desenvolvimento sustentável.

A seleção será baseada em critérios técnicos, como relevância estratégica, impacto socioambiental, grau de inovação, sustentabilidade, inclusão e diversidade, além de capacidade de gestão. A publicação do resultado final está prevista para 10 de outubro de 2025.

Sobre o BASA
O Banco da Amazônia é a principal instituição financeira de fomento da região, com mais de 80 anos de atuação. Presente em todos os estados da Amazônia Legal por meio de 121 agências e canais digitais, é o principal executor de políticas públicas na região, como operador do Fundo Constitucional do Norte (FNO).

Com foco no desenvolvimento sustentável, oferece crédito e soluções financeiras para iniciativas que valorizam a floresta e as comunidades locais, apoiando projetos de bioeconomia, agroecologia, manejo florestal e inclusão social. Seu compromisso é com uma Amazônia mais próspera, justa e respeitosa. Saiba mais em: www.bancoamazonia.com.br

Sobre o Grupo AFD – Agência francesa de desenvolvimento
Em alinhamento com a agenda internacional para o desenvolvimento sustentável e a luta contra as mudanças climáticas, o Grupo AFD apoia a trajetória de desenvolvimento do Brasil rumo a um modelo de baixo carbono, resiliente e equitativo, colocando seus instrumentos financeiros a serviço dos atores do desenvolvimento territorial. As atividades incluem planejamento urbano, gestão sustentável de recursos naturais e água, apoio à transição energética e progresso social. Brasil | AFD – Agence Française de Développement

Sobre a Expertise France
A Expertise France é uma agência pública e um ator chave da cooperação técnica internacional. Ela projeta e implementa projetos que fortalecem de maneira sustentável as políticas públicas em países em desenvolvimento e emergentes. Governança, segurança, clima, saúde, educação, atua em áreas-chave do desenvolvimento sustentável e contribui, ao lado de seus parceiros, para a realização da Agenda 2030. www.expertisefrance.fr.

Serviço

Edital AMABIO 001/2025

Prazo para inscrições: até 31 de julho de 2025

Edital completo, critérios de seleção, lista de documentos obrigatórios e formulário de inscrição: www.bancoamazonia.com.br/programa-amabio 

Crédito fotos: Divulgação/Canva

Mais informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Banco da Amazônia
indhira.ramos@basa.com.br 

Dominik Giusti –  Expertise France
dominik.giusti@expertisefrance.fr | (91) 98107-8710

Natália Mello –  Jornalista
nataliafmello@gmail.com | (91) 98033-2967

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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações — Universidade Federal do Acre

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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações (1).jpg

O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac e o programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, realizaram a abertura oficial do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações. O evento começou nesta terça-feira, 24, e termina nesta sexta-feira, 25, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede.

Para a reitora Guida Aquino, o simpósio é estratégico para fortalecer a rede acadêmica voltada à segurança das fronteiras. Ela ressaltou ainda a importância da criação da Rede de Universidades de Fronteiras (Unifronteiras) e a necessidade de políticas específicas, como o adicional de fronteira, para a fixação de pesquisadores. “Essa é uma das pautas que estamos abraçando fortemente. Precisamos desburocratizar relações para garantir maior interação dos nossos pesquisadores com os países vizinhos, especialmente Bolívia e Peru.”

A coordenadora do MGeo, Maria de Jesus Morais, enfatizou a relevância acadêmica e científica do evento. “Estamos inseridos em um projeto que envolve toda a faixa de fronteira brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. Para nós, do Acre, essa discussão é essencial, considerando nossa localização estratégica como corredor de imigração internacional.” Ela informou que mais de 300 pessoas estão inscritas, entre participação presencial e transmissão online, com debates que abrangem desde mudanças climáticas até segurança e migrações.

O secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Washington Triani, reforçou a necessidade da integração entre instituições e governos locais para enfrentar desafios nas fronteiras. “Não se resolve questões de fronteira apenas com um ou dois entes. Precisamos ouvir as pessoas diretamente envolvidas nas regiões de fronteira e trabalhar integradamente. A educação leva conhecimento e prosperidade e é fundamental nesse processo.”

Também participaram da solenidade a vice-governadora do Acre, Mailza Assis; o procurador-geral de Justiça do Acre, Danilo Lovisaro; o delegado regional da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Lauro da Veiga Santos; além dos professores Gustavo da Frota Simões e Tássio Franchi, do PPGCM.

Projeto de pesquisa

O evento ocorre no âmbito do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”, cujo coordenador-geral é o professor Gustavo da Frota Simões, do PPGCM.

O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.

O objetivo principal do projeto é analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.

 



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