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Arquivo de Arnold Schoenberg destruído em incêndios em Los Angeles – DW – 14/01/2025

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6 meses atrásem
Entre as vítimas culturais mais significativas do Incêndios florestais na Califórnia devastadora Los Angeles é a Belmont Music Publishers, editora exclusiva das obras do compositor Arnold Schoenberg, cujo arquivo estava localizado no bairro de Pacific Palisades.
“Todo o estoque de materiais de venda e aluguel – incluindo alguns manuscritos, partituras originais e obras impressas – foi perdido nas chamas. Para uma empresa que se concentrou exclusivamente nas obras de Schoenberg, esta perda representa não apenas uma destruição física de propriedade, mas um profundo golpe cultural”, disse Larry Schoenberg, filho do famoso compositor, num comunicado de imprensa.
O catálogo da editora abrangia toda a gama de composições de Schoenberg, desde suas primeiras obras românticas até suas inovadoras peças dodecafônicas – obras consideradas fundamentais para o repertório clássico do século XX.
Embora a perda do seu inventário físico seja imensurável, a editora pretende recriar a maior parte da sua coleção num arquivo online: “Esperamos reconstruir o nosso catálogo num novo formato digital que garantirá que a música de Schoenberg permaneça acessível para as gerações futuras”. acrescentou Larry Schoenberg.
Quando Arnold Schoenberg morreu em Los Angeles em 1951, aos 77 anos, ele deixou um legado de longo alcance – musical, artística e politicamente.
Sempre há um futuro para quem está pronto para cruzar fronteiras – essa era uma de suas crenças orientadoras.
“Arnold Schoenberg não foi apenas um compositor e pintor, ele também foi extremamente importante como professor, educador, escritor, teórico e inventor”, diz Ulrike Anton, diretora do Centro Arnold Schoenberg em Viena. “Ele inspirou um século inteiro com sua crença no progresso.”
Ele demonstrou essa crença ao longo de sua vida e em muitos de seus movimentos inovadores: desde seu início musical em Viena ou seus estudos de composição autodidata com Alexander Zemlinsky em Praga, desde sua vida como compositor e professor de música em Berlim e Viena, até sua mudança para o EUA quando os nazistas tomaram o poder na Alemanha em 1933.
A música corre como um fio condutor na vida de Schoenberg. Frequentou concertos ao ar livre no Prater de Viena durante a juventude e começou a aprender violino aos nove anos. Em 1899, apenas 16 anos depois, ele já havia composto sua primeira grande obra, “Verklärte Nacht” (Noite Transfigurada), um sexteto de cordas.
Foi seguido por obras incluindo “Friede auf Erden” (Paz na Terra) op. 13; a Sinfonia de Câmara op. 9; seus Quartetos de Cordas No. 1 op. 7 e nº 2 op. 10; “Erwartung” (Expectativa) op. 17 — e sobretudo as famosas “Gurre-Lieder” (Canções de Gurre).
“Musicalmente, ele vem do final do período romântico”, diz Ulrike Anton, especialista em Schoenberg. Seus grandes modelos foram Johannes Brahms (1833-1897) e Gustav Mahler (1860-1911). Mas Schoenberg também encontrou inspiração nas obras de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e João Sebastião Bach (1685-1750). “Ele processou vestígios do passado – e depois os levou para terras completamente novas”, acrescenta Anton.
E enquanto trabalhava na sua música, Schoenberg também pintava, a partir de 1907. No papel ou na tela, criou expressivos retratos e autorretratos ou explorações delicadamente coloridas da natureza, bem como interpretações modernas de temas religiosos, como o amarelo “Christus-Vision” (Visão de Cristo) de 1919.
Wassily Kandinsky e seu círculo de artistas, conhecidos coletivamente como O Cavaleiro Azulincluíram as pinturas de Schoenberg em suas exposições em Munique. Schoenberg pintou cerca de 70 obras.
Rompendo com a tonalidade musical
Mas Arnold Schoenberg é mais famoso por abrir novos caminhos musicalmente.
A partir de 1908, começou a desafiar os limites tradicionais da tonalidade, que tem sido o princípio dominante na maior parte da música ocidental desde o século XVII e que continua a orientar os princípios composicionais da música que estamos habituados a ouvir hoje.
Seu Quarteto de Cordas nº 2 (1907/1908) é considerado um marco inicial da música atonal.
O artista caiu em uma crise criativa, a partir da qual desenvolveu um método completamente novo de composição em 1920/21 – a “técnica de 12 tons”, pela qual todas as teclas brancas e pretas do piano dentro de uma oitava – 12 tons — são utilizadas, indo muito além das notas pertencentes às tradicionais escalas maiores ou menores.
A técnica de Schoenberg ditava que qualquer nota só poderia ser repetida depois que todas as 12 notas cromáticas fossem tocadas uma vez.
Com este sistema, Schoenberg deu uma fundamentação teórica aos seus trabalhos.
“O desenvolvimento deste método faz de Schoenberg um dos grandes inovadores da história”, diz Ulrike Anton, acrescentando que é “comparável ao arquitecto Art Nouveau Otto Wagner (1841-1918), ao filósofo Ludwig Wittgenstein (1899-1951), ao filósofo Ludwig Wittgenstein (1899-1951), o psicanalista Sigmund Freud (1856-1939) ou o físico Albert Einstein (1879-1955).”
Todos os protagonistas do modernismo vienense tinham uma coisa em comum: partilhavam o espírito de optimismo que caracterizou o início do século XX.
Emigração para os EUA
Após a morte de sua primeira esposa em 1923, ele se casou pela segunda vez um ano depois. Quando os nazistas tomaram o poder em 1933, Schoenberg deixou a Alemanha, onde era professor, e foi para Paris com a família.
Em Paris, retornou ao judaísmo, tendo anteriormente se convertido do judaísmo ao protestantismo. Seu colega artista, Marc Chagall (1887-1985), foi testemunha da cerimônia.
Mais tarde, em 1933, o compositor emigrou para os EUA. “Chega o enigma da música moderna”, dizia a manchete de uma importante revista de música da época.
Depois de lecionar em Nova York e Boston, Schoenberg mudou-se para Los Angeles e acabou se tornando cidadão americano.
A influência de Schoenberg na música do século XX foi imensa. O desenvolvimento da técnica composicional e da teoria musical – da atonalidade à técnica dos 12 tons, à música serial e, finalmente, à música eletrônica – tudo isso remonta a Schoenberg.
A lista de seus alunos parece um quem é quem na história da música moderna.
No entanto, Schoenberg nunca apelou ao gosto do público em geral, embora ansiasse por isso: “Não há nada que anseio mais intensamente do que ser tomado por um tipo melhor de Tchaikovsky – pelo amor de Deus: um pouco melhor, mas realmente isso é tudo”, escreveu ele a um amigo em 1947. “Ou, se for mais alguma coisa, que as pessoas conheçam minhas músicas e assobiem.”
Este artigo foi publicado originalmente em alemão. Publicado originalmente em 13 de setembro de 2024 para o 150º aniversário de Schoenberg, foi atualizado com a notícia do incêndio em 14 de janeiro de 2025.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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