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Atacado por Bolsonaro, Cacique Raoni contra-ataca anunciando aliança com movimento extrativista do Acre e outros

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4 anos atrásem

Líderes indígenas dizem temer genocídio e apoiam cacique Raoni, atacado por Bolsonaro.
Manifesto lido ao fim de encontro em Mato Grosso condena políticas do governo e rechaça projeto de lei que permite mineração em terras protegidas.
Foto de capa: O líder indígena Raoni durante manifestações de estudantes pelo clima, em Bruxelas, na Bélgica.
Rodeado por caciques caiapós, Raoni estica a borduna na “casa dos guerreiros”, uma construção de madeira com telhado de palha e chão batido na aldeia Piaraçu, na Terra Indígena Capoto-Jarina, em Mato Grosso.
Ele discursa ao microfone: “Homem que se chama Bolsonaro, aproveita seu mandato porque minha luta é de uma vida inteira”.
Nesta semana, o cacique reuniu por cinco dias cerca de 600 indígenas de 45 etnias diferentes na aldeia caiapó, perto do rio Xingu, para defender a união do movimento indígena contra as políticas de Bolsonaro.

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Em manifesto lido nesta sexta-feira (17) ao final do evento, os indígenas afirmaram que está em curso “um projeto político do governo brasileiro de genocídio, etnocídio e ecocídio” e rechaçaram projeto de lei formatado pelo governo para permitir mineração e outros empreendimentos mesmo sem a aprovação dos indígenas —o texto ainda será enviado ao Congresso Nacional.

Bolsonaro conversa com índios Makuxi da reserva Raposa Serra do Sol (RR), ao sair do Palácio da Alvorada. Presidente defende a exploração de terras indígenas e tem interesse no terreno em RR, especialmente pelo seu potencial mineral. Pesquisa Datafolha, no entanto, mostra que a maioria absoluta dos brasileiros é contrária a essa política
“Nós não aceitamos garimpo, mineração e arrendamento em nossas terras, não aceitamos madeireiros, pescadores ilegais, hidrelétricas, somos contra tudo aquilo que destrói nossas florestas e nossos rios. Escrevemos esse documento como um grito, para que nós povos indígenas possamos ser escutados pelos três Poderes da República, pela sociedade e pela comunidade internacional”, diz o manifesto lido no evento.
O encontro também foi uma demonstração de força de Raoni, várias vezes citado por lideranças jovens e idosas como o mais importante representante dos indígenas do país.
Bolsonaro afirmou que Raoni não representa os índios do país e passou a inflar outros nomes sem histórico no movimento indígena.
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Ao mesmo tempo, o governo esvazia, segundo os índios, a saúde indígena e a Funai (Fundação Nacional do Índio).
Na aldeia Piaraçu, as lideranças indígenas reunidas por Raoni – incluindo Sônia Guajajara, Célia Xakriabá e Alessandra Munduruku– discutiram uma reação à política bolsonarista.
Coube ao sobrinho de Raoni, Megaron Txucarramãe, dar o tom dos próximos passos dos caiapós.
“Nós temos que reforçar, temos que impedir esse projeto [da mineração]. […] Preparar flecha, vamos preparar porque ele [Bolsonaro] vai querer botar Força Nacional, vai querer botar Polícia Federal, vai botar polícia para jogar pimenta na nossa cara. Mas temos que ir preparados.”
O enáuenê-nauê Kawaili Koll exortou a plateia: “Vamos nos preparar, vamos fazer flechas, bordunas. Ele, Bolsonaro, acha que índio é criança”.
Em uma entrevista coletiva, contudo, Raoni procurou abrandar o discurso.
“Esse encontro não é para planejar uma guerra, um conflito. Estamos aqui para defender nosso povo, nossa causa, nossa terra. Eu quero pedir mais uma vez que o ‘homem branco’ nos deixe viver em paz, sem conflito, sem problema. Eu nunca faria um encontro para atacar alguém. Estamos nos reunidos aqui para nos defender”, disse o caiapó, em tradução de Megaron.
“Vamos pedir para Bolsonaro respeitar nossos direitos. Se não respeitar, vamos pedir para os países da Europa e outros países para nos ajudar. É isso que temos que fazer”, disse Megaron.
Na quarta-feira (15), durante o encontro, Raoni anunciou uma aliança com o movimento extrativista do Acre, posando para imagens ao lado de uma das filhas do líder ambientalista Chico Mendes, assassinado em 1989, Ângela Mendes, e de Sônia Guajajara, da coordenação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

O cacique Raoni (de cocar amarelo), a líder indígena Sonia Guajajara (de cocar azul) e Ângela Mendes (de branco), filha de Chico Mendes, posam para foto durante encontro nas margens do rio Xingu, em Mato Grosso – Bruno SantosFolhapress.
Em oposição a Raoni, a presidência da Funai, ocupada hoje por um delegado da Polícia Federal, decidiu desprezar o evento, ao não enviar nenhum representante e depois dizer, numa rede social, que o encontro era uma iniciativa “totalmente privada”, sem esclarecer que o governo comparece a vários fóruns de agropecuaristas, empresários e industriais.
À Folha Raoni disse que procurou pessoalmente, em Brasília, o órgão responsável pela política indigenista: “Eu tentei falar com o presidente da Funai e, como era período de recesso, então eu não consegui e fui ter contato com o assessor substituto dele para que comparecesse aqui nesse evento. Mas até agora não tive resposta e não tive presença dele nesse evento”.
Na lista dos problemas apontados pelos indígenas apareceu com destaque o risco de divisão do movimento indígena a partir da cooptação de lideranças pelo governo e por mineradoras, garimpeiros e arrendatários de terras indígenas.
“Infelizmente a gente sabe que tem muitas pessoas que se levantam se dizendo lideranças e que acabam se vendendo para o governo. […] Ficam querendo desarticular todas as ações, toda a organização que esses líderes conquistaram durante todo esse tempo”, disse o cacique caiapó Oro Mekragnotire, da Associação Florestas Protegidas.
Kaiulu Yawalapiti, presidente da Associação Yamurikumã das Mulheres Xinguanas, disse que é “bonito ver o discurso de união dos indígenas”, mas pediu que seja colocado em prática.
“Ultimamente estou vendo muita desunião dos povos indígenas dentro e fora do Brasil. Hoje éramos para estar muito fortes, hoje temos os jovens esclarecidos. Por que estamos fracos, por que será?”
O cacique Bepdjá Kayapó, de São Félix do Xingu (PA), afirmou que cinco aldeias não quiseram enviar representantes ao encontro promovido por Raoni “porque estão mexendo com ouro, madeira. Eu fico triste. O dinheiro faz a cabeça das lideranças. Não podemos deixar o ‘kubên’ [não indígena] comprar nós. Precisamos nos unir nesse momento”.
Outra preocupação levantada foi a degradação do atendimento à saúde indígena nas aldeias. Logo após a eleição de 2018, Cuba retirou seus médicos do interior do Brasil em resposta à escalada retórica de Bolsonaro contra o programa Mais Médicos.
A reposição nas aldeias é falha e lenta. Além disso, uma série de medidas administrativas vem esvaziando a saúde indígena especializada.
A advogada Maial Paiakan, de Redenção (PA), disse que os efeitos só foram amenizados a partir da reação dos índios, que no começo de 2019 bloquearam várias rodovias no país em protesto contra a ameaça de municipalização do atendimento.
Os indígenas prometem mobilizar forças no Congresso e na opinião pública. Em entrevista coletiva, Raoni disse que queria falar diretamente ao presidente.
“Bolsonaro, veja se faça coisas bonitas, veja se faça as coisas direito. Ajude seu povo. Ajude o povo indígena. Você vem fazendo as coisas querendo destruir. Você mesmo não está respeitando o seu povo. Você não tá respeitando meu povo indígena. Vê se me escuta. Vê se minha voz chega a você, para você respeitar seu povo e o povo indígena.”
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Entidade religiosa consegue na Justiça uso de ramal que dá acesso à área de cultivo da propriedade

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3 dias atrásem
7 de dezembro de 2023
Posteriormente, a demarcação da área será avaliada pelo juiz juntamente com a documentação apresentada nos autos
O Juízo da 4ª Vara Cível de Rio Branco determinou o revigoramento da liminar, que ordenou a um homem que se abstenha, pessoalmente ou por intermédio de terceiros, de praticar qualquer ato que impeça os representantes de uma entidade religiosa a terem acesso aos fundos do imóvel, por meio de um ramal que se localiza nas intermediações.
A questão de vizinhança já é um problema desde 2021. A parte autora explicou que se trata do acesso ao local onde ocorre o cultivo da matéria prima do “santo daime”. De acordo com os autos, originalmente, foi arbitrada multa no valor R$ 500,00, limitada a 30 ocorrências, no entanto essa se mostrou insuficiente para o atendimento da ordem, por isso a multa foi aumentada para R$ 1 mil.
O juiz Marcelo Carvalho, titular da unidade judiciária, deferiu a autorização para auxílio de força policial. “Na diligência, a força policial deverá atuar em número suficiente a possibilitar a adoção das cautelas necessárias ao cumprimento da medida deferida, sem excessos, valorizando o diálogo e o bom senso e, em caso de alguma resistência, prender em flagrante pelo crime de desobediência”, afirmou o magistrado.
A decisão foi publicada na edição n° 7.433 do Diário da Justiça (pág. 74), da última segunda-feira, 4.
(Processo n° 0701894-31.2021.8.01.0001)
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Presidente do TJAC estabelece ponto facultativo no dia 29 de dezembro no âmbito da Comarca de Rio Branco

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3 dias atrásem
7 de dezembro de 2023
O ponto facultativo leva em consideração o feriado no dia 28 de dezembro, alusivo ao aniversário do município de Rio Branco(AC)
A presidente do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), desembargadora Regina Ferrari assinou a Portaria nº 4387/2023, na tarde de quarta-feira, 6, que estabelece ponto facultativo no dia 29 de dezembro no âmbito da Comarca de Rio Branco. O atendimento das demandas emergenciais, no âmbito do primeiro e segundo graus, ocorrerá em regime de plantão, conforme escala de recesso forense.
O ponto facultativo leva em consideração a ocorrência do feriado no dia 28 de dezembro, alusivo ao aniversário do município de Rio Branco(AC)
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Spaceman: A Inovação dos Jogos de Crash por Pragmatic Play no Brasil

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3 dias atrásem
7 de dezembro de 2023
Descubra o universo extraordinário de Spaceman, o jogo de crash sensacional desenvolvido pela Pragmatic Play, especialmente para os jogadores brasileiros. Com gráficos coloridos e uma trilha sonora cativante, Spaceman traz à vida o cosmos diretamente na tela do seu dispositivo.
O Que Faz de Spaceman Uma Experiência Única
Spaceman é um jogo de crash que oferece a combinação perfeita de estratégia e sorte. À medida que você navega pela paisagem galáctica, precisa cronometrar cuidadosamente o saque de suas apostas para capturar seus ganhos potenciais. Inicie sua jornada de apostas em Spaceman hoje e tenha a chance de ganhar em grande escala.
Onde Jogar Spaceman no Brasil?
Embora vários sites ofereçam o jogo Spaceman, uma seleção dos cassinos mais renomados e confiáveis do Brasil está disponível. Eles foram escolhidos com base em seu histórico de fornecimento de serviços de jogos legítimos, suporte ao cliente confiável, transações seguras e uma seleção diversificada de jogos. Optar por esses sites renomados garante que os jogadores brasileiros possam apostar em Spaceman com confiança.
Interface do Jogo Spaceman
A janela do jogo Spaceman é dividida em zonas distintas, facilitando o entendimento do gameplay. A área principal mostra o voo do astronauta pela galáxia. Quando as apostas são definidas, o personagem decola junto com um multiplicador de apostas que aumenta constantemente acima dele. Esse recurso eleva a emoção, pois os jogadores assistem ao coeficiente crescer, assim como seus ganhos potenciais. No entanto, é preciso sacar sua aposta antes que o cosmonauta deixe o campo de jogo.
Chat ao Vivo e Estatísticas
Spaceman também oferece um recurso de chat ao vivo, localizado no canto superior direito da janela do jogo. Além disso, a funcionalidade de entradas e estatísticas ao vivo, localizada na parte inferior direita da tela do jogo, oferece informações valiosas sobre as apostas e ganhos dos outros jogadores na rodada atual.
RTP do Jogo Spaceman
O RTP (Retorno Para o Jogador) do jogo é de 95%. Isso significa que, em média, os jogadores podem esperar receber de volta R$95 de cada R$100 apostados ao longo de um período prolongado de jogo.
Algoritmo do Jogo Spaceman
Spaceman utiliza o algoritmo Provably Fair para garantir a integridade e a justiça do jogo. Ele usa uma semente aleatória verificável, garantindo que os resultados sejam transparentes e não manipulados.
Regras do Jogo para Jogadores Brasileiros
Spaceman segue um conjunto de regras que regem o gameplay, garantindo uma experiência justa e agradável para todos os jogadores. As principais regras incluem colocar apostas dentro dos limites especificados, lançamento do astronauta Spaceman, decisão de quando sacar as apostas para garantir ganhos e o multiplicador que continua aumentando enquanto o Spaceman viaja pelo espaço.
Por Que Spaceman é Tão Popular?
Spaceman é muito procurado pelos jogadores brasileiros por várias razões específicas, como o tema único de exploração espacial, gráficos de alta qualidade, enorme potencial de ganhos com coeficientes de até 5.000x, e processo fácil de entender, tornando-o acessível tanto para novatos quanto para jogadores experientes.
Diferença Entre Spaceman e Slots
O jogo de crash Spaceman difere dos slots tradicionais em vários aspectos importantes, como mecânica de jogo, estratégia de apostas, apresentação visual, estrutura de pagamento e interação social através do chat ao vivo.
Tecnologia Provably Fair no Spaceman
Spaceman incorpora o sistema de segurança Provably Fair, oferecendo aos usuários uma jogabilidade confiável e protegida contra fraudes no jogo.
Dicas e Estratégias para Jogar Spaceman
Algumas dicas e estratégias incluem definir um orçamento, sacar sabiamente, praticar no modo demo, jogar de forma responsável e gerenciar emoções.
Métodos de Pagamento nos Sites de Cassino no Brasil
Os métodos de pagamento comuns para transações online no Brasil incluem PIX, Boleto Bancário, PicPay, Bancos do Brasil e Criptomoedas.
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