O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou nesta quinta-feira (23) o repasse de R$ 228 milhões aos municípios do estado para traçar estratégias contra as arboviroses neste ano, especialmente a dengue. Também foi criado um Centro de Operações de Emergência para monitorar e tentar conter a proliferação do mosquito Aedes aegypt.
A gestão aposta na vacina do Instituto Butantan, que ainda aguarda aprovação da Anvisa, para o controle da doença no estado a partir de 2026. Até lá, Tarcísio defende repetir estratégias do ano passado de combate ao mosquito, quando a dengue atingiu índices recordes e criou filas em hospitais e postos de saúde.
Atualmente a única vacina contra a dengue disponível é a Qdenga, do laboratório Takeda. Com produção limitada, o imunizante é oferecido no SUS (Sistema Único de Saúde) apenas a crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos, grupo mais suscetível a internações segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Na rede privada a Qdenga é oferecida para pessoas de 4 a 60 anos, mas a oferta é limitada.
O Butantan estima uma produção de 1 milhão de doses de sua vacina contra a dengue ainda em 2025, segundo o diretor do instituto, Ésper Kallás.
Os resultados mostram uma eficácia de 79,6% em casos de dengue sintomática e 89% em casos graves. Apesar disso, ainda é preciso aguardar o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e o governador prevê que a vacinação com o imunizante do Butantan ocorra a a partir de 2026.
A segurança da vacina foi atestada para pessoas de 2 a 59 anos, e agora o Butantan aguarda autorização da Anvisa para iniciar os estudos clínicos na população com mais de 60 anos, o que pode ocorrer nos próximos meses.
Enquanto isso, Tarcísio defende barrar a proliferação do mosquito. “Nós temos que trabalhar no combate ao vetor”, afirmou. Segundo o governador, serão enviados repelentes e inseticidas aos municípios e haverá campanha para descarte de água parada e capacitação de agentes de saúde.
De acordo com o secretário estadual da saúde, Eleuses Paiva, a Qdenga chegou a apenas 391 dos 645 municípios paulistas —devido ao recorte de faixa etária—, e essa limitação é uma das hipóteses para a baixa cobertura vacinal. Até janeiro, apenas 25% do público-alvo havia tomado a vacina em São Paulo.
“Tem cidades vizinhas uma da outra, a 4 quilômetros de distância, em que uma tem vacina, e a outra não tem. O aluno de uma rede foi vacinado, o coleguinha dele em outra, não. Essa contrainformação acabou não beneficiando [a vacinação]”, disse Paiva.
Desde o início de janeiro, 31 municípios paulistas decretaram emergência para a dengue, segundo a Secretaria da Saúde. Já são 6 mortes confirmadas e mais de 20 mil infecções. Em 2024, mais de 2 milhões de pessoas tiveram dengue em São Paulo, um recorde.
Segundo Tarcísio, neste ano a preocupação é com a circulação do sorotipo 3 da dengue, associada a casos mais graves. “Muitas pessoas tiveram dengue no ano passado, e a repetição favorece o desenvolvimento de uma dengue grave”, disse o governador.
De acordo com informações da Agência Fapesp, estudo clínico da Butantan-DV atestou a eficácia do imunizante contra os sorotipos 1 e 2 do vírus, e testes adicionais in vitro permitem extrapolar os resultados para os tipos 3 e 4, segundo os cientistas do instituto.
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login