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Boulos teve altos e baixos e luta sob favoritismo de Nunes – 26/10/2024 – Poder

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Joelmir Tavares

A equipe de Guilherme Boulos (PSOL) foi atingida por “um desânimo” bem no meio da campanha do segundo turno em São Paulo. As pesquisas sobre o confronto direto com Ricardo Nunes (MDB) davam ampla vantagem ao prefeito, confirmando sondagens de antes da definição. Todos falavam que “era difícil”.

O relato é do próprio Boulos, em discurso para apoiadores, na última terça-feira (22), a cinco dias da votação. “Eleição, gente, se define nos últimos dias, nas últimas horas”, disse, buscando estimular a plateia.

As três semanas que se passaram desde o primeiro turno foram de altos e baixos para o candidato apoiado pelo presidente Lula (PT), com viradas rápidas de estratégia, momentos de sorte e azar, repetição de expedientes adotados por outros políticos e aposta no risco para tentar a tão propalada virada.

O deputado federal e seus aliados mal tiveram tempo de recuperar do sufoco do primeiro turno, quando ele estava em terceiro até a apuração ultrapassar 30% das urnas e pulou para a etapa seguinte com apenas 0,93 ponto percentual a mais (57 mil votos) que Pablo Marçal (PRTB).

Numa disputa que Boulos comparou à luta de Golias contra Davi —em que o outro lado é visto como o mais forte por concentrar as máquinas da prefeitura, do governo estadual de Tarcísio de Freitas (Republicanos) e da engrenagem digital do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)—, seria tudo ou nada.

A decisão óbvia e imediata foi mirar os 28% de eleitores que optaram por Marçal, partindo da premissa de que os quase 10% de Tabata Amaral (PSB) naturalmente teriam preferência pelo nome do PSOL, e difundir a tese de que o apoio ao influenciador não englobava só voto ideológico, mas também de protesto.

Uma das adaptações foi incorporar parte das propostas e da retórica de Marçal, agora vocalizadas por um Boulos que deixou de lado o personagem formatado para transmitir moderação e resgatou o tom indignado de militante que por 20 anos coordenou o MTST (movimento de moradia).

Enquanto repetia à exaustão o apelo por mudança, sob o argumento de que é isso o que desejam os 70% de eleitores que não votaram em Nunes, Boulos viu as pesquisas logo confirmarem que a maior parte dos simpatizantes de Marçal não migrava para ele, mas, sim, para Nunes.

Emparedada pelo favoritismo do prefeito, a campanha do PSOL e do PT apontava para um esgotamento precoce de armas. Aliados constatavam que, sem algum fator para modificar o cenário e com a rejeição sempre em patamar superior a 50%, restaria trabalhar por uma espécie de redução de danos.

Numa eleição que, de forma geral no país, foi decepcionante para o governo e a esquerda, um eventual fiasco na capital paulista será visto, sobretudo, como uma derrota de Lula, que pintou meses antes a disputa na cidade como uma reedição do embate de 2022 contra Bolsonaro, o que não se concretizou na prática.

Há quatro anos, quando disputou o segundo turno contra Bruno Covas (PSDB), que tinha Nunes como vice, o candidato do PSOL fez 40% dos votos válidos no segundo turno. Atingir menos do que isso agora, com dez vezes mais dinheiro (o caixa agora chega a R$ 81 milhões, com mais da metade oriundos do PT), passou a ser o grande temor dos que cercam um líder volta e meia apontado como sucessor de Lula.

Mas havia um apagão no fim do túnel. Logo após o temporal que atingiu a Grande São Paulo no último dia 11 e deixou sem luz 3,1 milhões de consumidores da Enel, a campanha de Boulos fez uma inflexão para responsabilizar Nunes pela queda de árvores e chamá-lo de incompetente e apagado.

Nunes, que já estava na mira do rival com acusações envolvendo denúncias de corrupção e de elo com pessoas ligadas ao crime organizado, além do caso do boletim de ocorrência por violência doméstica que a primeira-dama registrou contra ele em 2011, reagiu à ofensiva jogando a culpa no colo de Lula.

Com o apagão monopolizando a agenda de ambos, uma guerra de versões sobre responsabilidades se estendeu pela semana intermediária do segundo turno. Boulos contava que o episódio elevasse a rejeição de Nunes e mexesse nos ponteiros das intenções de voto, mas a expectativa se frustrou.

Membros da campanha do PSOL, no entanto, faziam a avaliação de que, gradualmente, o prefeito daria sinais de desgaste. A decisão foi a de insistir em rotulá-lo como alguém frágil, por se submeter a Tarcísio e Bolsonaro, e covarde, por evitar ir a debates —foram apenas três confrontos no segundo turno.

Quando os dois se encontraram no debate na TV Record, na noite do dia 19, o clima estava desfavorável para Boulos, em todos os sentidos. A chuva daquele sábado tinha forçado o cancelamento de duas caminhadas com Lula, um banho de água fria que se somou a outras atividades já desmarcadas.

Em mais uma mostra de “marçalização”, o deputado anunciou na emissora que estava prestes a iniciar algo inédito na história de campanhas eleitorais e fez convocação para um pronunciamento. Ao estilo do influenciador, buscava lançar pistas e despertar curiosidade para chamar a atenção.

Boulos estava convicto de que era preciso criar “uma energia” para combater a sensação de apatia.

Na segunda-feira (21), abrindo a semana de votação, ele foi para a porta da prefeitura e, num gesto que remeteu à “Carta ao Povo Brasileiro”, lançada por Lula em 2002 antes de conquistar a Presidência, leu uma carta intitulada “Ao Povo de São Paulo” na esperança de reduzir sua rejeição.

O texto fazia promessas a trabalhadores precarizados e motoristas de aplicativos, grupos seduzidos por Marçal, e parafraseava o petista com o chavão de que “a esperança pode vencer o medo”. Esperado na cidade para a reta final, Lula ficou ausente após sofrer uma queda em Brasília e ser impedido de viajar.

O pacote da “arrancada”, como tratou a campanha, incluiu a ideia de dormir cada noite da semana na casa do morador de uma região da capital. A cada novo lance, Nunes provocava o rival com a afirmação de ele estava em “modo desespero”. Foi o que o emedebista disse quando Boulos, diferentemente dele, topou ser entrevistado por Marçal, o mesmo que divulgou no início do mês um laudo falso sobre uso de cocaína para prejudicá-lo.

Como Boulos chega ao segundo turno

Intenções de voto

Segundo o Datafolha deste sábado (26), Boulos tem 43%, ante 57% de Nunes (votos válidos)

Coligação

PSOL, PT, PDT, Rede, PC do B, PV

Apoios no 2º turno

Tabata Amaral e seu partido, o PSB, e José Luiz Datena (PSDB, partido que optou por Nunes)

Recursos

A receita total foi de R$ 81,1 milhões, sendo mais da metade (R$ 44,1 milhões) oriunda do PT, que indicou a vice, a ex-prefeita Marta Suplicy



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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