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Brasileiras relatam drama com incêndios de Los Angeles – 09/01/2025 – Mundo

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6 meses atrásem
Los Angeles, a segunda cidade mais populosa dos Estados Unidos e berço do cinema mundial, hoje arde nas chamas de diversos pontos de incêndios, alimentados por ventos fortes, que chegaram a 100 km/h.
Até agora, são cinco focos ativos dos chamados “fogos selvagens” (ou wildfire, no termo em inglês).
Mais de 100 mil pessoas foram retiradas em diferentes regiões da cidade e, segundo as autoridades, pelo menos cinco pessoas morreram em decorrência das chamas.
O incêndio no bairro de Pacific Palisades, onde moram várias celebridades, é o maior e mais grave deles. O fogo ali queimou uma área superior à ilha de Manhattan, destruindo pelo menos mil estruturas em uma das regiões mais ricas do país.
Duas brasileiras que vivem na cidade ouvidas pela reportagem contaram que a chegada do fogo as obrigou a abandonar tudo.
Bruna Gonçalves, 24, trabalha como babá para uma família que perdeu tudo no incêndio.
“Chorei a noite inteira. Honestamente, não sei o que será de nós agora. Nem sei se essa família terá condições de me manter aqui”, desabafa Bruna. (Leia o relato completo abaixo).
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Embora ainda seja impossível calcular a dimensão exata do prejuízo, autoridades acreditam que este seja o incêndio mais caro da história, ultrapassando os US$ 15 bilhões gastos no Camp Fire, que aconteceu no norte da Califórnia em 2018.
De acordo com Gavin Newsom, governador do Estado, 7,5 mil agentes estão combatendo as chamas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que estava na cidade devido a outros compromissos, aprovou a declaração de emergência e acionou o Departamento de Defesa para coordenar os esforços nesta tragédia.
Entre as medidas acionadas pela Casa Branca, estão subsídios para moradia temporária e reparos residenciais, empréstimos de baixo custo para cobrir perdas de propriedades não-seguradas e outros programas para ajudar indivíduos e empresários a se recuperarem deste desastre.
O pacote anunciado pelo presidente não deixa claro se outras vítimas deste incêndio terão algum tipo de ajuda —o que pode afetar brasileiros que vivenciaram esta tragédia.
‘Não temos mais nada’
A seguir, leia o relato de Bruna Gonçalves, natural de São Paulo:
“Depois de um ano em Massachusetts, me mudei em agosto de 2024 para a Califórnia, onde trabalho como au pair [jovem que trabalha como babá e mora com uma família anfitriã em outro país], cuidando de três crianças.
Eu estava brincando com o caçula quando reparei que o telefone da minha host mom, a mãe dos pequenos, estava tocando insistentemente. Era uma vizinha do bairro nos alertando sobre o fogo.
Tivemos 10 minutos para nos arrumar: foi o tempo de pegar o cachorro e uma troca de roupa para as crianças. Só peguei meu passaporte e carteira de motorista.
À tarde, outra vizinha ligou avisando que, pela câmera de segurança, ela viu o fogo chegando na nossa rua. Meia hora depois, a família recebeu um alerta do alarme de incêndio —a gente já nem tinha mais esperança.
Toda a nossa rua queimou. A escola das crianças queimou. A nossa casa também. Não temos mais nada; mais absolutamente nada.
Chorei a noite inteira. Honestamente, eu não sei o que vai ser da gente agora. Não sei nem se essa família vai ter condições de me manter por aqui.
Entre tantas incertezas, a única certeza que tenho é que o caos ali é grande, e eu acho que toda aquela parte de Los Angeles vai ser completamente destruída, e não tem nada que a gente possa fazer; ninguém consegue impedir.”
‘Vi meu carro todo queimado’
Marisa Reis Araújo, 42, é natural de Limeira, no interior de São Paulo, e mora nos Estados Unidos há oito anos. A seguir, leia o relato dela, que também trabalha como babá:
“Trabalho como babá. Levo cerca de uma hora para ir da região onde vivo, Woodland Hills, até a casa da família para quem trabalho, em Pacific Palisades.
Na terça-feira, as duas principais vias de acesso que utilizo para chegar até ali estavam fechadas. É comum bloquearem aquelas faixas quando há risco de incêndio, porque as avenidas que cortam os cânions não têm rota de fuga.
Avisei do meu atraso e peguei o único caminho possível, que me tomou duas horas. Cheguei ao trabalho às 9:30 da manhã —bem no horário de colocar a criança para dormir. Eu estava na sala, planejando o dia, quando alguém bateu na porta. Era uma vizinha, falando que estava vendo fumaça e pedindo para que ficássemos alertas.
Em dois minutos, essa mesma fumaça já era visível da nossa janela. Os meus chefes começaram a arrumar as malas enquanto fui pegar o bebê. Quando voltei com a criança, a minha chefe disse para eu ir embora, mas, ao entrar no carro, percebi que o fogo estava muito mais próximo do que imaginávamos.
Voltei para dentro da casa e disse que não havia tempo de empacotar mais nada, que era preciso sair imediatamente.
A família me ouviu e saímos todos dali: eles na frente e eu logo atrás.
Estava prestes a arrancar com o carro quando um latão de lixo me atingiu com força. Desci rapidamente para ver o estrago, foi coisa de alguns segundos mas foi o suficiente para que eu não conseguisse mais sair dali.
E olha que não foi por falta de tentativa: mesmo com o trânsito embolado, eu insisti. Fiquei, 20, 30, 40 minutos no carro. Ali as pessoas com crianças e idosos começaram a se desesperar.
Alguns passaram a tentar sair na contramão, mas acabavam impedindo o socorro de chegar até onde era necessário. Fiquei horas parada neste trânsito.
Cheguei a pensar em abandonar o carro e seguir à pé, mas liguei para o meu marido e ele disse que o carro poderia ser guinchado, o que nos custaria muito caro. Além disso, eu tenho asma e também achei que, de alguma forma, estaria mais segura ali.
Mas as chamas começaram a se aproximar e o trânsito não fluia. Quando o fogo encostou no carro de uma mulher com uma criança, ela começou a gritar desesperada. Aí apareceu um policial mandando todos nós descermos do carro para seguirmos caminhando.
Vi na televisão, horas depois, o meu carro primeiro sendo empurrado por um trator, depois todo queimado. Mas o que mais me marcou não foi isso, foi o fato de que as pessoas estavam muito bravas com a polícia, que não nos ajudava em nada.
Ninguém nos dava uma orientação e, em alguns casos, eles (os policiais) mais atrapalham que ajudavam. Vi poucos bombeiros nessas quase seis horas que fiquei presa ali, achei isso bastante surpreendente.
Mas a cena mais triste que presenciei foi ver uma senhora conversando com um policial, explicando que ela tinha cinco bichos de estimação em casa e que alguém precisava voltar para salvá-los. O policial, infelizmente, disse que aquilo era impossível.
Já um momento revoltante foi quando eu vi uma mulher fazendo de tudo para salvar sua Lamborghini. Ela olhou para mim e falou ‘eu preciso sair daqui’; ao que eu respondi: ‘Meu Deus, todo mundo precisa sair daqui, não só você’.
Foi muito triste vivenciar tudo isso, mas dou graças a Deus que o povo afetado ali tem grana para se virar. Fico só preocupada com os trabalhadores, como eu, que estavam lá. Acho que meu seguro não cobre acidentes de causas naturais e eu não tenho dinheiro para comprar outro carro.”
Esta reportagem foi publicada originalmente aqui.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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