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Chegou a hora do G20 tomar a iniciativa de ajudar a construir um mundo mais justo | Opiniões

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Nosso mundo está em uma espiral de crises. Embora as ameaças convencionais, como a fome, a seca, a guerra civil e o genocídio, continuem a pairar sobre a humanidade em muitas partes do mundo, a corrida para assumir o controlo de novos fenómenos que têm o potencial de mudar o mundo – tais como novas comunicações e armas tecnologias, inteligência artificial e criptomoedas – também está a ganhar ritmo e a representar novas ameaças ao nosso bem-estar coletivo.

A nossa actual “ordem internacional baseada em regras”, que foi estabelecida no rescaldo da Segunda Guerra Mundial para aumentar a cooperação global, gerar prosperidade económica, prevenir guerras e garantir a estabilidade, a igualdade e a justiça, está a lutar para enfrentar estes desafios complexos e a ficar aquém do esperado. prevenir violações dos seus princípios fundadores. Um estado de irregularidade, que beneficia apenas um punhado de países poderosos e grupos de interesse, ao mesmo tempo que significa uma catástrofe para as massas, está perto de se tornar o novo normal da ordem global. Portanto, agora não é uma preferência, mas uma obrigação, fazer reformas abrangentes no sistema para evitar que este cenário se torne realidade.

Precisamos de uma ordem mundial mais justa, mais estável e justa.

Hoje, certos Estados estão a pisar nas regras, normas e valores que estão no cerne do sistema internacional estabelecido, com pouca preocupação pelas consequências de longo alcance das suas acções. Os ataques contínuos de Israel ao Líbano e à Palestina são os exemplos mais flagrantes de tais violações flagrantes. Tal como o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sublinhou repetidamente em todas as plataformas durante muitos meses, a agressão de Israel deve ser interrompida para que a paz regional e a estabilidade global sejam alcançadas. Mas os poucos países com poder indevido sobre o sistema internacional – as “superpotências” do nosso tempo – estão a proteger Israel e a permitir-lhe agir com impunidade. Como resultado de tais ações, o nosso sistema atual é agora incapaz de cumprir o seu objetivo principal.

Precisamos de um novo sistema, moldado e liderado não por estas superpotências egoístas, mas pela maioria global. As acções hipócritas, discriminatórias e fomentadoras de conflitos destas superpotências, especialmente no último quarto de século, privaram-nas da legitimidade para desempenharem um papel de liderança numa nova ordem. Não podemos ter outro sistema internacional em que a maioria dos países e povos do mundo sejam explorados para beneficiar algumas superpotências. As organizações internacionais e os Estados com uma posição privilegiada no sistema existente devem compreender esta realidade e ajustar as suas estratégias para a nova era em conformidade.

Nos últimos anos, Turkiye tem sido um país que tem trabalhado consistentemente para um mundo mais justo, mais pacífico e equitativo. Os seus esforços construtivos na mediação e os sucessos na construção da paz demonstraram que é possível uma nova era de relações internacionais baseada na justiça, na compreensão e na cooperação. A mediação de Turkiye para garantir um cessar-fogo no conflito Rússia-Ucrânia e as suas iniciativas para construir o acordo de cereais do Mar Negro, por exemplo, desempenharam um papel vital na prevenção de uma crise alimentar global. Como Erdogan afirma repetidamente: “O mundo é maior que cinco” e “um mundo mais justo é possível”.

O G20 pode ajudar a construir um mundo mais justo

A comunidade global pode superar as muitas crises que o nosso mundo enfrenta hoje. Temos os meios, a vontade e a capacidade. Mas, para alcançar este resultado, as organizações internacionais influentes devem tomar medidas urgentes para começar a construir um sistema mais justo e equitativo.

O Grupo dos 20 (G20), que consiste em 19 economias desenvolvidas e em ascensão, a União Europeia e a União Africana, tem um potencial significativo para lançar as bases para um sistema financeiro internacional global mais estável.

A cúpula anual do G20 começou na segunda-feira no Brasil sob o respeitável tema Construindo um Mundo Mais Justo e um Planeta Sustentável. As cimeiras e actividades do G20 centram-se tradicionalmente em questões económicas, mas na tentativa de construir um “mundo mais justo”, o grupo não pode permanecer indiferente às práticas injustas e distorcidas da política internacional. As crises e conflitos que o nosso mundo atravessa hoje determinarão o futuro do G20 e dos seus membros. Assim, a cimeira do G20 deste ano é uma oportunidade importante para os membros do grupo apresentarem uma resposta colectiva a estes desafios e darem passos importantes para a construção de uma nova ordem internacional.

Em primeiro lugar, o G20 e cada um dos seus membros podem tratar esta cimeira como uma oportunidade para renovar os seus compromissos de promoção da solidariedade, estabelecendo um mecanismo de interesse equitativo e apoiando grupos sociais e países desfavorecidos.

Entretanto, as economias emergentes reunidas sob a égide do G20 podem assumir o papel adicional de equilibrar a influência dos intervenientes que visam criar monopólios na economia global e ajudar a garantir uma distribuição económica mais justa. Os Estados-Membros também podem aproveitar esta reunião como uma oportunidade para começar a estabelecer políticas comuns sobre questões como as alterações climáticas e a inteligência artificial, que têm o potencial de moldar a economia global nos próximos anos.

As políticas que o G20 decidir implementar nestas e noutras questões prementes do nosso tempo ajudarão a determinar que sistema futuro teremos – um sistema em que um pequeno e poderoso grupo de países mantenha os seus privilégios e o resto do mundo continue a lutar contra crises ou aquele em que os recursos são distribuídos de forma justa e os mecanismos comuns de bem-estar/desenvolvimento são estabelecidos.

Os membros do G20 também precisam de abordar a “crise da verdade” que está a aprofundar a crise no nosso sistema internacional. Hoje, o futuro da humanidade está à mercê das tecnologias – especialmente das tecnologias de comunicação – que ela criou. Os novos problemas que surgiram na era da Internet e das redes sociais, como as violações da privacidade online, os problemas de segurança de dados, as ameaças cibernéticas, as guerras híbridas e o fascismo digital, estão todos a aprofundar os problemas que enfrentamos na política e na economia globais.

Infelizmente, até agora, a humanidade não conseguiu desenvolver políticas, estratégias, respostas e códigos éticos eficazes contra os desafios colocados pelas tecnologias digitais. Muitas inovações tecnológicas que expandiram as possibilidades de interação entre sociedades e indivíduos transformaram-se em armas de manipulação em massa nas mãos de forças malévolas. Como temos testemunhado nos últimos anos, estas ferramentas estão a ser utilizadas para espalhar desinformação e para ocultar crimes de guerra, massacres e até genocídios. A luta pela verdade, tal como a luta pela justiça, tornou-se uma questão comum a toda a humanidade que requer cooperação global.

Se quiser desempenhar um papel de liderança no fim da crise no nosso actual sistema internacional e ajudar a construir um “mundo mais justo” para todos, o G20 terá de fazer da resolução dos problemas relacionados com a comunicação uma das suas prioridades, e especialmente junte-se à luta contra a desinformação.

Como diz o nosso presidente, “um mundo mais justo é possível”, mas organizações internacionais influentes – como o G20 – precisam de começar a trabalhar nesse sentido agora.

As opiniões expressas neste artigo são do próprio autor e não refletem necessariamente a posição editorial da Al Jazeera.



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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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