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China pode se mostrar estável diante de Trump errático – 08/11/2024 – Igor Patrick

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China pode se mostrar estável diante de Trump errático - 08/11/2024 - Igor Patrick

Eu bem queria que a coluna desta semana não fosse sobre este tema, mas a surpreendente vitória de Donald Trump torna inevitável discutir o que será das relações entre China e Estados Unidos.

Falar de Trump exige alguma ginástica mental e um exercício de futurologia. Se há algo que aprendemos é que as reações dele são imprevisíveis —e há bons motivos para acreditar que o novo mandato não será diferente. Não restaram muitos republicanos moderados dispostos a frear o seu ímpeto autoritário, e ele não precisará se preocupar com moderação porque não concorrerá mais à presidência.

Ao longo de quase um ano, diplomatas e chineses alimentavam a noção de que a China teria desafios significativos, independentes do resultado nos EUA, a enfrentar. Mas ainda que tenham preferido o republicano em 2020, dado o isolacionismo de Washington que oferecia uma janela de oportunidade para maior influência chinesa, admitiam consternados que ao menos os democratas eram mais previsíveis. Não foi o resultado, e é hora de especular.

De imediato, uma corrente mais apocalíptica correu para a imprensa dizendo que o cenário levaria a China a invadir Taiwan. Não creio que isso se concretize tão cedo. É verdade que Trump não dá a mínima para a ilha rebelde (durante a campanha chegou a dizer que Taipé deveria pagar pela segurança que os americanos oferecem). Também é verdade que ele exerce uma liderança oportunista e se preocupa com ganhos imediatos, e não com conceitos abstratos como democracia e ordem global liberal.

Mas a Casa Branca nunca fez parte dos cálculos chineses acerca de uma potencial operação armada para recuperar Taiwan. A decisão passa pela incerteza de uma intervenção militar americana e pelos custos de longo prazo não apenas para conquistar, mas para garantir um controle longevo da ilha sem arrastar o país inteiro ao caos. Com os problemas econômicos se somando domesticamente, Taiwan não deve ser prioridade para Xi Jinping a menos que ele seja forçado a isso.

O protecionismo trumpista e a insistência em taxar toda sorte de importações chinesas deve gerar fricção considerável, potencialmente uma nova guerra tarifária. Mas Trump respeita homens fortes e em mais de uma ocasião elogiou Xi por “governar 1,4 bilhão de pessoas com punho de ferro”.

Trump é um cara que ocupa a presidência com mentalidade de empresário: acha que pode conseguir bons acordos sendo duro e falando grosso, mas detesta guerra e crê ser capaz de resolver qualquer dissabor em uma conversa olho no olho. Ademais, a maior parte do mundo agora está vacinada e sabe que, para conseguir algo com ele, basta apelar ao seu ego e bajulá-lo. Deve ser o suficiente.

Isso não nos exime de considerar uma estratégia desinformada no trato com Pequim. Enquanto foi presidente, o republicano acabou com programas de intercâmbio para o país, queria passar uma lei banindo qualquer estudante de universidades chinesas que colaborem com as Forças Armadas (a maioria delas) e ameaçou banir o TikTok e o WeChat. Ainda não há elementos que nos permitam conjecturar a reação de Pequim a esse tipo de iniciativa.

Em geral, Trump estará tão preocupado com questões domésticas como imigração e inflação, que não lhe restará tanto tempo para pensar nas relações sino-americanas. É mais uma oportunidade para a China reproduzir o mesmo comportamento que teve em relação ao primeiro mandato dele: mostrar-se como parceiro estável diante de uma potência global errática.


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Mutirão atende população hoje, no dia de combate ao câncer de pele

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Mutirão atende população hoje, no dia de combate ao câncer de pele

Agência Brasil

Dermatologistas atenderão a população no Dia de Combate ao Câncer de Pele, neste sábado (7), em mais de 100 postos espalhados pelo país, das 9h às 15h, e que contará com a presença de mais de 2.000 dermatologistas voluntários. 

O mutirão acontece de forma gratuita e funciona exclusivamente com o objetivo de avaliar lesões suspeitas de câncer de pele. Acesse e busque o ponto de atendimento mais próximo no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).

Desde o início dessa ação, em 1999, já foram realizados mais de 600 mil atendimentos, com mais de 75 mil casos de cânceres cutâneos identificados. 

A Sociedade Brasileira de Dermatologia disse estar comprometida em reduzir a incidência da doença e sua mortalidade, pois acredita que um país com menos diagnósticos de câncer da pele é meta alcançável. A conscientização pública é uma das formas de reduzir sua incidência, defende a SBD.

A campanha deste ano pede ao público para refletir sobre o autocuidado. O lema é Proteger a pele é proteger a saúde. 

A SBD reforça que a proteção contra o câncer de pele deve ser inclusiva, acessível e adaptada às necessidades individuais. “Sua pele é a página de um futuro inesquecível”, diz a campanha, que convida cada brasileiro a cuidar de si.

Segundo o Ministério da Saúde, o câncer de pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil. Já a Estimativa 2023 de Incidência de Câncer no Brasil, do Instituto Nacional do Câncer (Inca), revela números surpreendentes. São esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.

Neste ano, a SBD busca ampliar o alcance das suas mensagens, utilizando uma abordagem educativa e acessível para conscientizar a população sobre os cuidados necessários para evitar o câncer de pele. O movimento abordará a importância de hábitos preventivos, como o uso de protetor solar, e incentivará a população a realizar acompanhamento médico regular.

“Nosso objetivo com a campanha Dezembro Laranja 2024 é continuar alertando a população sobre os perigos do câncer de pele que, infelizmente, ainda é o mais frequente no Brasil. A conscientização sobre a prevenção e a detecção precoce é fundamental para que possamos reduzir o número de casos e, principalmente, evitar complicações graves. Queremos que todos entendam que a saúde da pele é parte integral da saúde do corpo, e a proteção deve ser uma prioridade constante”, disse Heitor de Sá Gonçalves, presidente da SBD.

A sociedade recomenda que atentar para o horário de exposição ao sol é importante, além do uso de outros acessórios. 

“Uma das causas do câncer de pele é o acúmulo de sol que a pessoa pega ao longo da vida. Portanto é preciso começar desde a infância com as medidas de fotoproteção, que incluem não se expor ao sol entre 10h e 16h, período mais crítico de incidência de raios ultravioletas (UV), reaplicar o filtro solar a cada 3 horas e utilizar as malhas UV, biquínis, maiôs e camisas”, alerta a coordenadora da campanha, Regina Schechtman, que, em janeiro, assume a presidência da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ).



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Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 27 milhões

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Mega-Sena sorteia neste sábado prêmio acumulado em R$ 27 milhões

Agência Brasil

As seis dezenas do concurso 2.805 da Mega-Sena serão sorteadas, a partir das 20h (horário de Brasília), no Espaço da Sorte, localizado na Avenida Paulista, nº 750, em São Paulo.

O sorteio terá transmissão ao vivo pelo canal da Caixa no YouTube e no Facebook das Loterias Caixa. O prêmio da faixa principal está acumulado em R$ 27 milhões.

Por se tratar de um concurso com final cinco, o prêmio recebe um adicional das arrecadações dos cinco concursos anteriores, conforme regra da modalidade.

As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), nas casas lotéricas credenciadas pela Caixa, em todo o país ou pela internet.

O jogo simples, com seis números marcados, custa R$ 5.



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Partido no poder boicota votação para impeachment de Yoon – DW – 07/12/2024

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Partido no poder boicota votação para impeachment de Yoon – DW – 07/12/2024

Pular a próxima seção Quase 150.000 participam de manifestação pedindo a renúncia de Yoon – polícia

07/12/20247 de dezembro de 2024

Quase 150 mil participam de manifestação pedindo renúncia de Yoon – polícia

Manifestantes sentados em frente ao parlamento sul-coreano no sábado
Dezenas de milhares de manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Nacional em Seul no sábado Imagem: Roland de Courson/AFP

Quase 150 mil manifestantes em frente ao parlamento sul-coreano exigiram a renúncia do presidente Yoon Suk Yeol enquanto os legisladores votavam em uma audiência de impeachment, de acordo com uma estimativa da polícia citada pela agência de notícias Yonhap.

“A polícia estimou que cerca de 149 mil pessoas se juntaram à reunião até às 17h30 (08h30 GMT), enquanto os organizadores alegaram que a participação foi de um milhão”, disse Yonhap.

https://p.dw.com/p/4nrr6

Pular próxima seção Presidente pede que legisladores do PPP retornem ao parlamento

07/12/20247 de dezembro de 2024

Presidente pede que legisladores do PPP retornem ao parlamento

O presidente parlamentar sul-coreano, Woo Won-shik, que pertence ao principal partido da oposição, o Partido Democrata, apelou aos legisladores do partido PPP para votarem numa audiência de impeachment.

Ele fez os comentários depois que os membros do PPP abandonaram o parlamento, com apenas um legislador do partido permanecendo em seu assento.

“A República da Coreia é uma democracia feita do sangue e das lágrimas das pessoas”, disse ele. “Você não tem medo de ser julgado pela história, pelas pessoas e pelo mundo?”

A greve do PPP deixou a Assembleia Nacional sem membros suficientes para alcançar a maioria de dois terços necessária para aprovar a moção de impeachment.

https://p.dw.com/p/4nrr5

Pular próxima seção Legisladores rejeitam projeto de investigação da primeira-dama

07/12/20247 de dezembro de 2024

Legisladores rejeitam projeto de investigação da primeira-dama

O parlamento da Coreia do Sul rejeitou um projeto de lei que propunha uma investigação especial sobre a primeira-dama Kim Keon Hee, informou a agência de notícias Yonhap.

A medida foi apresentada juntamente com o processo de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, que declarou brevemente a lei marcial na semana passada.

O projeto ficou a duas cadeiras da maioria de dois terços necessária para ser aprovado, com 198 votos a favor e 102 contra, segundo a Yonhap.

https://p.dw.com/p/4nrpP

Pular próxima seção Legisladores do partido no poder abandonam audiência de impeachment

07/12/20247 de dezembro de 2024

Deputados do partido no poder abandonam audiência de impeachment

Todos, exceto um legislador do partido PPP, no poder na Coreia do Sul, abandonaram uma audiência de impeachment contra o presidente Yoon Suk Yeol, que tentou impor a lei marcial na semana passada.

Embora o líder do partido, Han Dong-hun, tenha dito que Yoon deveria renunciar mais cedo, o PPP opõe-se formalmente ao impeachment do presidente.

Os partidos da oposição exigem os votos de pelo menos oito legisladores do PPP para aprovar o projeto de impeachment.

https://p.dw.com/p/4nrnj

Pular próxima seção Legisladores sul-coreanos votam no impeachment de Yoon

07/12/20247 de dezembro de 2024

Legisladores sul-coreanos votam no impeachment de Yoon

Legisladores sul-coreanos estão votando um projeto de impeachment do presidente Yoon Suk Yeol após ele tentou impor a lei marcial na semana passada.

Os legisladores do conservador Partido do Poder Popular decidiram opor-se ao impeachment de Yoon, bem como a um projeto de investigação do conselho especial sobre a primeira-dama Kim Keon-hee, informou a agência de notícias sul-coreana Yonhap.

Os partidos da oposição precisarão de alguns votos do partido no poder para aprovar os projetos de lei.

Antes da audiência de impeachment, Yoon se desculpou por declarar a lei marcial.

O líder do PPP, Han Dong-hun, disse anteriormente que o presidente precisaria renunciar.

https://p.dw.com/p/4nrnL

Pular a próxima seção Quantos votos são necessários para impeachment do presidente Yoon?

07/12/20247 de dezembro de 2024

Quantos votos são necessários para impeachment do presidente Yoon?

Dois terços dos legisladores na Assembleia Nacional Sul-Coreana, com 300 assentos, precisariam votar a favor da moção de impeachment para que ela fosse aprovada.

Os partidos da oposição que apresentam a moção têm 192 assentos, o que significa que precisariam de pelo menos oito votos do Partido do Poder Popular do presidente para que o impeachment fosse aprovado.

Pedido de desculpas, mas sem renúncia: Presidente da Coreia do Sul, Yoon

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sdi/sms (AP, AFP, Reuters)

https://p.dw.com/p/4nrnK



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