NOSSAS REDES

MUNDO

Conheça Cavala, vereadora dona de bordel em Dourados (MS) – 17/10/2024 – Você viu?

PUBLICADO

em

Anahi Martinho

São Paulo

Conhecida como Cavala, Isa Marcondes tem 46 anos e é dona do bordel mais famoso de Dourados, no Mato Grosso do Sul. Com o slogan: “A cidade está uma zona e de zona eu entendo”, foi eleita vereadora com 2.992 votos, maior número dentre todos os candidatos.

Isa é do partido Republicanos e foi também a única mulher entre os dez mais votados da cidade, que tem 240 mil habitantes e 21 cadeiras na Câmara Municipal.

Mãe, avó, empresária, conservadora e “sapatão raiz” —é assim que ela se define. Em entrevista ao F5, Isa diz que vem sofrendo até ameaças de morte, mas que não tem medo de “peitar os homens”. “Minha zona é mais organizada do que essa cidade”, diz.

Qual a sua profissão? Sou dona de zona, dona de boate. Sou conhecida aqui na cidade como Cavala.

Mas é uma casa de prostituição? É uma casa de meninas. Só trabalho com mulher bonita. Elas fazem o corre delas. Eu tenho uma boate, vendo bebidas, mas o esquema é delas, o dinheiro é delas, elas fazem [os programas] por fora. Não é crime, sempre trabalhei com tudo certinho, nunca tive problema com justiça. Sou honesta, nunca mexi com coisa errada dentro da minha boate. Se tivesse coisa errada, eu já tava presa, o que eles mais querem é ter algo contra mim.

Quem quer ter algo contra você? Você tem inimigos na cidade? Eles estão doidos porque a dona da zona ganhou. Mas quero provar para a sociedade que dentro da noite existem pessoas honestas. Tem gente aqui que é da igreja, que sobe no púlpito, mas é vagabundo e ladrão. Engana os fiéis, mente para a mulher, rouba dinheiro do povo, mas dentro da zona eles bebem e contam as maracutaias deles. Minha vida está em risco porque eu enfrentei esse sistema.

Está sofrendo ameaça de morte? Estou. Mas eu não tenho medo desses homens. Sou da noite, sou sapatão raiz. Ando sem colete à prova de balas. Se chegar minha hora, vai ser Deus. Sou dona de boate, tenho a faculdade da vida, a faculdade da noite. Entrei para a política porque cansei de ver tanta canalhice nessa cidade. Eu peito esses homens.

Já sofreu homofobia? Eu não sofro com essas coisas porque eu atendo esses caras. Conheço bem o que eles fazem na noite. Mas sofri muito quando era nova. Minha mãe era muito rígida, ela via que eu era lésbica, mas queria que eu casasse. Então eu namorei, noivei, casei e engravidei. Eu não era feliz, mas hoje não me arrependo, porque tenho minha família.

Você gosta de ser avó? Como é a relação com seu neto? Meu neto é tudo para mim, ele mudou minha vida. Eu era muito ‘vidaloka’. Parei de beber, parei de farrear. Hoje o pai do meu filho é meu melhor amigo, ainda somos casados no papel. A gente viaja junto, com neto, com filho, se ele tiver namorada, ela vai, se eu tiver minha gata, eu levo. Sou mulher, gosto de mulher, mas em nenhum momento usei a pauta GLS [sic] para pedir voto. Minhas conquistas de voto foram pela garra, amor e carinho que tenho pelo povo.

Quais são suas bandeiras ideológicas? Você é de direita? Entrei no Republicanos porque me identifiquei com o partido e me aceitaram muito bem. Mas hoje larguei mão desse negócio de direita e esquerda. Eu sou do povo. Já fui de direita radical, mas quando fui para São Paulo, caiu minha ficha. Vi os bastidores da política e peguei nojo.

O que você viu? Vi as pessoas da direita falarem da esquerda e fazerem igual. Só falam bonito, mas a corrupção é a mesma.

Você viu corrupção? Denunciou? No meu ver, cargo comissionado é corrupção, por exemplo. Sou contra cargo comissionado. É isso que estraga nosso país. Tinha que ter processo seletivo. Ganhei essa eleição com sete pessoas e dez cabos eleitorais que a coligação cedeu para mim. Só recebi R$ 5 mil do fundo eleitoral. Teve gente que investiu R$ 1 milhão e não teve nem 500 votos. Por isso estão doidos comigo. Fui a mais votada porque fiz um trabalho de fiscalização. Entrei em UPA, liguei para empreiteira, desmascarei maracutaia. Nenhum voto meu foi comprado, não dei gasolina, não dei cesta básica. Foi na raça.

Tem alguma religião? Eu sou católica, mas não frequento igreja. Tenho Deus no meu coração. Respeito todas as crenças, respeito todo mundo. Pode ser macumbeiro, pode ser o que quiser. Não tenho preconceito com ninguém. Pode casar mulher com mulher, homem com homem. Cada um que siga seu caminho. Defendo todas as famílias.

Mas os seus clientes são casados e traem as mulheres? Ir na zona não é traição. Pagou, tchau e benção. Ninguém quer saber de homem chorando aqui, não. Traição é ter amante na rua.

O que pretende fazer no seu mandato? Eu vou por o pau pra torar. Vou pedir uma CPI para investigar a obra superfaturada da Câmara daqui, gastaram quase R$ 20 milhões numa reforma. Você já viu uma Câmara Municipal dentro de shopping? Pagando R$ 60 mil de aluguel? Estão roubando na nossa cara. Eles humilham o povo. Sei que não tenho poder para acabar com a corrupção da noite para o dia, mas vou pedir auditoria, vou meter CPI nesse povo.

É um município com muitas fazendas. Sim, aqui é do agro. Aqui é rico, tem gado, tem soja. Mas nada disso é investido na cidade. Dourados é a segunda maior cidade do estado [atrás apenas da capital, Campo Grande] e não tem nem aeroporto. É uma vergonha. Não tem creche, as crianças ficaram três anos sem escola na rede municipal. Por isso que eu usei a frase como slogan: ‘Dourados tá uma zona e de zona eu entendo’. Minha zona é mais organizada que essa cidade.



Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO

em

O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

Leia mais notícia boa

Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

PUBLICADO

em

Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

Leia mais notícia boa

A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MUNDO

Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

PUBLICADO

em

O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

Leia mais notícia boa

Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

//www.instagram.com/embed.js



Leia Mais: Só Notícias Boas

Continue lendo

MAIS LIDAS