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COP29: Vamos trabalhar até último minuto, diz Marina Silva – 22/11/2024 – Ambiente

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Giuliana Miranda

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, criticou a demora para apresentação de uma proposta concreta para a nova meta global de financiamento climático. O rascunho só saiu na tarde desta sexta (22), atrasando o encerramento da COP29, a 29ª conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), no Azerbaijão, que estava marcado para o fim do dia.

A cúpula, sem consenso por enquanto, continuará neste sábado (23) na capital Baku. Pela manhã, madrugada no Brasil, está prevista uma plenária, mas ainda não há previsão de encerramento do evento.

Marina afirmou que o Brasil vai trabalhar “até o último minuto” para garantir que haja um acordo, impedindo a repetição do desfecho da última convenção da biodiversidade da ONU, a COP16. Realizada há menos de um mês em Cali, na Colômbia, a reunião terminou de forma abrupta após a comunidade internacional não conseguir aprovar o financiamento para o tema.

“Estamos dispostos a, mesmo com esse texto tendo saído já na prorrogação do segundo tempo, a trabalhar até o último minuto para que não levemos ao prejuízo de descredibilizar o sistema multilateral em relação ao enfrentamento da mudança do clima, sobretudo nesse contexto geopolítico que nós estamos vivendo”, afirmou, em entrevista coletiva.

Para Marina, diante de “um cenário de desequilíbrio total do sistema climático, com sofrimentos enormes para a humanidade”, não é possível aceitar que “o objetivo central desta COP [o financiamento], não seja resolvido nesta COP”.

Se a COP29 terminar sem um acordo sobre a nova meta de financiamento, mais conhecida pela sigla em inglês NCQG (novo objetivo coletivo quantificado), o assunto ficará para ser resolvido na próxima conferência, a COP30, em Belém, engordando ainda mais a agenda no Brasil em 2025.

“Inicialmente, a gente pode pensar que isso é um prejuízo para a COP30, mas não é só isso. É um prejuízo para o sistema multilateral, que vem trabalhando com dificuldades”, pontuou.

“E é um prejuízo em um contexto geopolítico bastante delicado, em que há uma manifestação de que os Estados Unidos irão sair do Acordo de Paris. Então, isso aumenta a nossa responsabilidade aqui nessa COP, de [mostrar] que o sistema está de pé e fortalecido.”

Para além de ter sido divulgado somente na tarde do último dia da conferência, o rascunho do NCQG proposto pela presidência da COP29, a cargo da diplomacia do país anfitrião, trouxe uma redação confusa, com margens para múltiplas interpretações, e ainda com um objetivo financeiro muito aquém do que era pedido pelos países em desenvolvimento, que são os recebedores dos recursos.

A proposta, que está agora em análise pelos quase 200 países signatários da convenção do clima, sugere que os países ricos desembolsem US$ 250 bilhões anuais: um valor que é menos de um quinto do US$ 1,3 trilhão pedido pelas nações em desenvolvimento.

O rascunho menciona a necessidade de se chegar ao US$ 1,3 trilhão por ano até 2035, mas não indica um compromisso com esse objetivo, dando margem ainda para que outros países ajudem a pagar a conta ao conclamar “todos os atores a trabalharem juntos para possibilitar a ampliação do financiamento”.

O conteúdo e a redação do documento, classificado como “inaceitável” por diversas organizações ambientais, foram criticados abertamente pelo Brasil.

Na avaliação da secretária nacional de mudança do clima, Ana Toni, a linguagem adotada “deixa muita margem a muitas interpretações sobre muitas coisas”. Ela diz que o Brasil trabalhou o dia inteiro para “trazer mais clareza”.

Marina Silva disse que o Brasil tem uma contraproposta para o NCQG, indicando uma cifra inicial de US$ 300 bilhões anuais, que seriam uma forma de “dar o pontapé nesse caminho e alcançar o US$ 1,3 trilhão, que é uma responsabilidade dos países desenvolvidos”. O Itamaraty, a pedido da presidência da COP29, tem colaborado nas articulações, assim como o Reino Unido.

A proposta feita pelo Brasil pede que a nova meta siga as conclusões do último relatório do Grupo Independente de Especialistas de Alto Nível em Financiamento Climático, publicado na primeira semana da COP29.

Nos últimos anos, a instituição vem apoiando a agenda de financiamento climático das presidências das convenções do clima. O mais recente documento indica que, para chegar às metas estabelecidas no Acordo de Paris, os países desenvolvidos precisam fornecer pelo menos US$ 300 bilhões por ano até 2030 e US$ 390 bilhões por ano até 2035.

Marina Silva defendeu ainda que a nova meta global diga com clareza que os recursos oriundos dos países desenvolvidos serão concedidos através de doações.

O rascunho atual não acaba com uma das maiores queixas dos países em desenvolvimento: a de que o dinheiro para o clima vem, sobretudo, através de empréstimos, muitas vezes a juros de mercado, elevando a dívida de nações já vulneráveis.

A ministra indicou que os países em desenvolvimento farão contribuições, mas que essas serão voluntárias.

Pela convenção do clima da ONU e pelo Acordo de Paris, o financiamento climático é pago apenas pelos países desenvolvidos, maiores responsáveis históricos pelas emissões de gases-estufa, que conseguiram com isso, em larga medida, o crescimento de suas economias nos últimos dois séculos.

O grupo dos ricos se organizou, contudo, para pressionar pela mudança na divisão de contas em vigor. O objetivo é incluir como doadores obrigatórios principalmente os emergentes com economias mais desenvolvidas, como a China, maior emissor atual, além dos estados do Golfo, Coreia do Sul e até o Brasil.

Segundo a delegação brasileira e observadores, o texto proposto para o NCQG deixa margens para que isso seja alterado.

Nos bastidores, diplomatas de vários países criticam sobretudo o posicionamento da União Europeia, que estaria agindo ativamente para limitar os valores oferecidos aos países em desenvolvimento. A delegação da UE também foi apontada como a grande responsável pelo colapso das negociações na COP16 da biodiversidade, na Colômbia.

Com pouca experiência em negociações internacionais de alto nível, a diplomacia azeri, que tem a presidência da COP29, também é alvo das queixas de negociadores e ambientalistas.



Leia Mais: Folha

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Moradores em situação de rua correm para salvar motorista que caiu em córrego com o carro; vídeo

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Os estudantes do Equipe, em São Paulo, fizeram uma manifestação contra caso de racismo no Shopping Pátio Higienópolis. - Foto: @chefcintiasanchez/Instagram

A compaixão dos heróis menos favorecidos. Seis moradores em situação de rua correram para salvar um motorista que caiu em um córrego, em baixo de uma ponte, na Praia da Costa, em Vila Velha (ES). Ele ficou preso dentro do automóvel.

Homens e mulheres sem-teto perceberam a gravidade do acidente e não pensaram duas vezes para ajudar. Vídeos gravados no local mostram o empenho das pessoas para desvirar o carro e retirar o motorista em apuros.

Após ser retirado, o homem, um aposentado, recebeu os primeiros socorros de uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no local do acidente. Depois, foi encaminhado para um hospital da região.

Momentos de muita apreensão

As imagens mostram o carro submerso, de ponta-cabeça, com as rodas para cima, dentro da água. O motorista estava desesperado lá dentro.

Testemunhas contaram que seis pessoas em situação de rua se mobilizaram para ajudar, segundo MG News.

Usaram a força, uma pá, habilidade e muita manobra até conseguir retirar o homem de dentro do carro. Ao redor, muitas pessoas assistiam, torcendo por um final feliz. E deu certo.

Leia mais notícia boa

Local de muitos acidentes

O valão, que é o córrego onde caiu o carro, é um local em que há muitos acidentes, na Praia da Costa.

Moradores da região há anos pedem para que obras sejam feitas na região, assim como a revitalização da áreas.

Felizmente, esse acidente em que o motorista foi salvo pelos moradores em situação de rua terminou bem.

As pessoas em situação de rua se mobilizaram até retirar o motorista, um aposentado, de dentro do carro que ficou com as rodas para cima! Foto: MGNews As pessoas em situação de rua se mobilizaram até retirar o motorista, um aposentado, de dentro do carro que ficou com as rodas para cima! Foto: MGNews

Veja como foram heróis os moradores em situação de rua ao salvar o motorista que caiu no córrego:

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Mãe solo largou tudo para cuidar de filho com paralisia cerebral e pede amparo para se manter. Ajude na vaquinha

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A mulher salva o amigo, que afundava numa areia movediça e no meio do pânico, Mitchell e Breanne, descobrem que se amavam há tempos, nas nunca revelaram. - Foto: Arquivo Pessoal/Breanne Sika

A vida da Andreia mudou completamente depois que perdeu a mãe e precisou parar de trabalhar para cuidar do filho. Mãe solo do Renato, um jovem de 20 anos com paralisia cerebral. Há três meses ela vive para cuidar do filho e manter a casa com o pouco que tem, em Rio Claro (SP).

Renato é totalmente dependente. Precisa de ajuda para comer, tomar banho, se locomover, ir ao médico e para todas as atividades do dia a dia. E é Andreia quem faz tudo isso sozinha, sem rede de apoio, sem cuidador e sem descanso. A única renda da família hoje é o benefício do LOAS, que Renato recebe.

Mas o valor não é suficiente para cobrir despesas básicas como fraldas, alimentação especial, medicamentos e as contas da casa. É por isso que uma vaquinha foi criada para ajudar a Andreia a manter o essencial. Ela está tentando vender o único bem que tem, a casa da mãe, para sobreviver com o Renato.

Largou tudo pelo fio

Andreia é fisioterapeuta e trabalhava com idosos em atendimento domiciliar. Era assim que sustentava a casa antes de perder a mãe, que além de apoio emocional era também uma ajuda financeira importante. Com a perda da mãe e a rotina intensa de cuidados com o filho, ela precisou abrir mão da profissão.

A escolha não foi fácil, mas foi necessária. Sem ninguém para ficar com o filho, ela não consegue sair de casa para trabalhar. E pagar uma cuidadora, financeiramente está completamente fora de cogitação.

“Eu tenho um irmão, que mora longe, mas infelizmente ele vive com dificuldades e não pode ajudar também. Hoje dependo de doações para tudo”, disse Andreia em entrevista ao Só Notícia Boa.

Veja outras histórias do SVB:

Como ajudar

Como Andreia precisa de apoio financeiro até conseguir vender a casa e ter uma reserva de dinheiro para pagar uma cuidadora e poder voltar a trabalhar, a vaquinha vai ajudar neste momento difícil.

O valor será para a compra de fraldas, alimentação e tudo que o Renato precisar neste momento.

Quem nos trouxe essa história foi a assistente social Sônia Mantovani, que ajuda família em Rio Claro (SP), onde a mãe e o filho moram.

Doe pelo Pixe-mail:

renato@sovaquinhaboa.com.br

ou pelo site do Só Vaquinha Boa, clicando aqui.

Todos os pagamentos são seguros e verificados.

Assista ao vídeo da Andreia e do Renato:



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SUS vai distribuir vacina contra herpes-zóster, afirma ministro da Saúde; vídeo

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São 7 os próximos feriados de 2025. Três vão cair em plena quinta-feira. - Foto: Freepik

Em breve, os brasileiros poderão se imunizar de graça contra uma doença silenciosa, muito dolorida, que atinge principalmente, quem tem mais de 50 anos. O SUS (Sistema Único de Saúde) vai incluir a vacina contra herpes-zóster na lista de prioridades. A notícia boa foi dada esta semana pelo Ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Atualmente, a vacina é oferecida apenas nas unidades privadas – em duas doses –  e custa, em média, R$ 800. O pedido para a inclusão da vacina foi feito diretamente ao ministro durante audiência na Comissão de Saúde na Câmara, por uma deputada que teve a doença.

“É uma prioridade nossa, enquanto ministro da Saúde, que essa vacina possa estar no Sistema Único de Saúde. A gente pode fazer grandes campanhas de vacinação para as pessoas que têm indicação de receber essa vacina. Pode contar conosco”, afirmou Padilha.

Experiência dolorosa pessoal

O apelo partiu da deputada federal Adriana Accorsi (PT-GO), que ficou cinco dias internada em Goiânia, por uma crise causada pelo vírus que provoca herpes-zóster. Com dores pelo corpo, sentindo a pele queimar, ela disse que foi uma experiência muito dolorosa.

“Passei por essa doença recentemente e senti na pele o quanto ela é dolorosa, perigosa e pode deixar sequelas graves. Por isso, sei o quanto é fundamental garantir acesso à prevenção e à informação, especialmente para quem mais precisa”, afirmou a parlamentar.

As sequelas mais graves da doença podem provocar lesões na pele, cegueira, surdez e paralisia cerebral, por exemplo. Estudos indicam que os casos aumentaram 35% após a pandemia de Covid-19

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A doença herpes-zóster

Só em 2023, mais de 2,6 mil pessoas foram internadas com o diagnóstico da doença no Brasil.

O herpes- zóster, chamado popularmente como “cobreiro”, é infeccioso. A doença é causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que causa a catapora.

A crise gera erupções na pele, febre, mal-estar e dor intensa fortes nos nervos.

Em geral as pessoas com baixa imunidade estão mais propensas.

Vai SUS!

A vacina contra herpes-zóster deve ser incluída na lista de prioridades, de acordo com o ministro Alexandre Padilha. Foto: Ministério da Saúde A vacina contra herpes-zóster deve ser incluída na lista de prioridades, de acordo com o ministro Alexandre Padilha. Foto: Ministério da Saúde

A promessa do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi registrada:



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