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Crescimento da Índia perde força em momento crucial – 22/01/2025 – Mercado
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Alex Travelli
Há um ano, a Índia estava se recuperando de uma recessão causada pela Covid-19 com entusiasmo. O país havia ultrapassado a China como o mais populoso, e seus líderes diziam que era a economia de grande porte que mais crescia no mundo.
Isso era música para os ouvidos dos investidores estrangeiros e do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que em todas as oportunidades se gabava sobre a ascensão inevitável de seu país.
Lar de 1,4 bilhão de pessoas, uma Índia revigorada poderia se tornar uma força econômica para impulsionar o resto do mundo, que está tropeçando na confusão das guerras comerciais, nos problemas da China e na invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Índia desbancou o Reino Unido em 2022 como a quinta maior economia do mundo, e no próximo ano espera-se que ultrapasse a Alemanha, alcançando o quarto lugar. Mas a Índia perdeu o ritmo, revelando suas vulnerabilidades mesmo enquanto sobe nos rankings globais.
O mercado de ações, que disparou por anos, acabou de apagar os ganhos dos últimos seis meses. A moeda, a rúpia, está caindo rapidamente em relação ao dólar, fazendo com que os ganhos locais pareçam menores no cenário global. A nova classe média da Índia, cuja riqueza disparou como nunca antes após a pandemia, está se perguntando onde errou. Modi terá que ajustar suas promessas.
Novembro trouxe o primeiro choque desagradável, quando as estatísticas nacionais revelaram que o crescimento anual da economia havia desacelerado para 5,4% no trimestre anterior. No último ano fiscal, que foi de abril de 2023 a março de 2024, o crescimento foi de 8,2%, suficiente para dobrar o tamanho da economia em uma década. A previsão revisada para o ano fiscal atual é de 6,4%.
“É uma reversão à tendência”, segundo Rathin Roy, professor da Kautilya School of Public Policy em Hyderabad. Houve um breve período, há 20 anos, quando a Índia parecia prestes a alcançar um crescimento de dois dígitos. Mas, disse Roy, esse crescimento dependia de bancos concedendo empréstimos a empresas a uma taxa insustentável.
Desde que o governo retirou vastas quantias de dinheiro de circulação em 2016, em um esforço vão para conter o comércio clandestino, Roy disse que a economia nunca recuperou seu ritmo de 8%. Só parecia melhor, disse ele, porque “houve a crise da Covid, como aconteceu em muitas economias. A economia da Índia só voltou ao tamanho anterior no ano passado”, mais tarde do que a maioria dos outros países.
As razões por trás da desaceleração estão em debate. Um efeito é inegável: investidores estrangeiros estão saindo.
“O investimento estrangeiro decidiu que o mercado de ações indiano está supervalorizado”, disse Roy. “É bastante lógico que eles saiam de economias emergentes problemáticas e coloquem seu dinheiro onde podem ganhar mais”, como em Wall Street, acrescentou.
Investidores que compraram uma ampla mistura de ações indianas no início de 2020 viram seu valor triplicar até setembro de 2024, à medida que os principais índices de mercado atingiram recordes.
O número de indianos comprando ações cresceu ainda mais rapidamente, o que ajudou a elevar os preços.
Antes da eleição parlamentar em junho, o braço direito de Modi, Amit Shah, previu que a nova classe de investidores da Índia ajudaria a levar seu partido à vitória.
Durante os dois primeiros mandatos de Modi, o número de indianos com contas de investimento passou de 22 milhões para 150 milhões, de acordo com um estudo da Motilal Oswal, uma corretora.
“Essas 130 milhões de pessoas estarão ganhando algo, não?”, escreveu Shah para o jornal The Indian Express. Os novos investidores estavam claramente gastando. Em particular, os setores de luxo e outros de alto padrão estavam indo bem: carros mais do que motocicletas, eletrônicos de ponta mais do que itens básicos domésticos.
Mas essa prosperidade, concentrada entre os 10% mais ricos, deixou os outros 90% querendo mais. O partido de Modi perdeu sua maioria no parlamento, embora tenha mantido o controle do governo. Pagamentos de bem-estar ampliados, como o trigo e arroz gratuitos que o governo distribuiu para 800 milhões de pessoas, ajudaram.
Apesar de tais programas, o governo Modi tem sido fiscalmente conservador e mantém um olhar atento sobre a inflação. Tem focado os gastos em grandes projetos de infraestrutura, como pontes e rodovias, que supostamente atraem empresas privadas a fazerem seus próprios investimentos.
Arvind Subramanian, economista do Instituto Peterson de Economia Internacional em Washington, atribui a falta de demanda ao estado mais amplo do emprego.
“Os empregos não estão sendo criados, então as pessoas não têm renda, e os salários estão baixos”, disse ele. Não há acionistas suficientes para compensar a diferença. O salário mínimo nacional, que muitos trabalhadores na economia informal nunca recebem, é de apenas US$ 2 por dia.
Subramanian, que foi o principal conselheiro econômico do país durante o primeiro mandato de Modi, disse que o governo ficou “obsoleto e desprovido” de ideias para enfrentar tais problemas. “Ideias para crescimento de longo prazo e aumento do emprego —é isso que estamos perdendo agora”, disse ele.
Ele acha que a queda da rúpia é natural e deveria ter acontecido antes. Até recentemente, o banco central estava gastando bilhões de dólares para sustentar o valor da moeda nacional.
O efeito psicológico de uma rúpia enfraquecida pode ser doloroso, mas o custo de mantê-la a uma taxa de câmbio fixa com o dólar era “extremamente prejudicial para a economia nacional”, disse ele.
Ninguém está feliz em ver o crescimento desacelerar. O atual conselheiro econômico do governo, V. Ananta Nageswaran, disse em uma coletiva de imprensa em novembro que as más notícias podem ser um ponto fora da curva. “O ambiente global continua desafiador”, disse ele, com um dólar forte e suspense sobre a possibilidade de movimentos políticos repentinos nos Estados Unidos e na China.
Há um ano, a esperança era que o próprio motor econômico da Índia pudesse empurrá-la através dos ventos contrários globais. Os ingredientes que faltam, então e agora, começam com muitas pessoas tendo pouco dinheiro em mãos.
Espera-se que o governo divulgue um orçamento para o novo ano fiscal em 1º de fevereiro. Nageswaran gerou esperança de que ele possa incluir cortes de impostos, colocando mais dinheiro nas mãos dos consumidores.
“Essa ideia de que a Índia precisa de cortes de impostos, tem a causalidade exatamente errada e invertida”, disse Subramanian. “O consumo é fraco porque as rendas são fracas.”
No mês passado, Nageswaran disse à Assocham, um grupo de líderes empresariais, que os empregadores precisam pagar mais aos seus trabalhadores, observando que os salários estavam estagnados.
“Não pagar o suficiente aos trabalhadores acabará sendo autodestrutivo ou prejudicial para o próprio setor corporativo”, alertou.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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