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Debate: Nunes e Boulos fazem aposta em eleitor hesitante – 26/10/2024 – Poder

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Bruno Boghossian

Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) fizeram suas investidas finais do segundo turno com foco em eleitores que não estão 100% convencidos de suas escolhas.

Boulos quis balançar os paulistanos dispostos a votar no prefeito apenas por falta de opção melhor. Nunes tentou segurar aqueles que podem flertar com o deputado do PSOL, mas exibem alguma hesitação.

O debate na TV Globo foi explorado para encaixar os últimos golpes em pontos que são vistos, desde o início da campanha, como as principais fragilidades dos dois candidatos. Durante os quatro blocos, Nunes tentou enquadrar Boulos em lugares-comuns de uma esquerda radical, enquanto o candidato do PSOL pintou o rival como um prefeito fraco e cercado de suspeitas de corrupção.

A dupla quis tirar proveito da caracterização tradicional de qualquer segundo turno como uma guerra de rejeições. No caso de Nunes, o objetivo era evitar uma fuga de eleitores na última hora e manter o voto daqueles que estão a seu lado para evitar uma vitória de Boulos.

Isso significou martelar tópicos que costumam representar elementos de desgaste para a esquerda, ressaltando declarações passadas de Boulos sobre temas como aborto, legalização de drogas e desmilitarização da polícia.

Nenhum desses assuntos foi relevante na campanha municipal, mas o prefeito se serviu deles para apertar os botões do pânico que costumam ajudar candidatos que disputam eleições pela direita. Nunes sugeriu ainda que o adversário só suavizou sua imagem por conveniência eleitoral.

Boulos gastou mais tempo do que gostaria tentando explicar as nuances de suas posições. Apesar disso, ele saiu em vantagem no esforço para encadear uma sequência de ataques com o objetivo de fragilizar a imagem do adversário.

O candidato do PSOL fez uma aposta alta ao disparar suspeitas de corrupção envolvendo a gestão de Nunes. Boulos preparou o retrato de um prefeito cercado por casos nebulosos. Ainda que não fizesse acusações novas ou matadoras, ele se esforçou para convencer o eleitor de que o rival tem algo a esconder.

Ao longo do debate, Boulos tentou unir duas pontas da imagem que pretendia exibir nesta reta final: classificou o prefeito como um gestor anêmico e afirmou que essa característica é uma porta de entrada para o crime organizado e a corrupção. Nunes acusou o rival de mentir, certo de que haverá pouco tempo para o eleitor depurar os discursos de ambos.

O objetivo de Boulos também era expor o que chama de pulso fraco de Nunes na gestão da cidade, com reflexo sobre serviços públicos deficientes –sendo o apagão o ponto mais evidente e presente nesta etapa da campanha.

O prefeito ainda conseguiu usar a seu favor o provável cansaço do eleitor com a disputa. Quis jogar pelo empate no tempo dedicado a temas da cidade e à discussão de propostas. Quase venceu pelo tédio o primeiro dos dois blocos com esse formato, encadeando referências a obras e serviços de uma maneira que jamais seria lembrada pelo eleitor.

Muitos candidatos à reeleição têm essa vantagem. No caso de Nunes, a tática exige cautela porque seu trabalho não tem uma avaliação espetacular, mas há muita gente na cidade que considera a gestão apenas regular –o que ainda pode ser suficiente para mantê-lo no cargo.

O contragolpe de Boulos veio na forma de uma mensagem elaborada sob medida para os dias finais de campanha. Ele insistiu no caminho de um voto por mudança, apresentando-se como uma alternativa segura, algo dito com o propósito de reduzir as desconfianças do eleitor.

A troca de ataques pode não ter potência para converter votos em quantidade significativa na reta final. Podem produzir, talvez, algum resultado a partir da amplificação mútua da rejeição e até impactar a abstenção, a partir de um certo desânimo do eleitor com as opções sobre a mesa.



Leia Mais: Folha

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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