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Defesa Agropecuária capacita agentes indígenas e estudantes da regional Tarauacá-Envira para combater praga de mandarová

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Fabiana Matos
Diante dos ataques de lagartas ocorridos em terras indígenas dos municípios de Feijó e Tarauacá, foi criado, por meio da Portaria Sepi nº 8, de 10 de fevereiro de 2025, um grupo de trabalho para monitoramento e combate à praga mandarová, envolvendo representantes do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf/AC), das secretarias de Estado de Povos Indígenas (Sepi) e de Agricultura (Seagri), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Acre (Emater) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que se reuniram para debater ações emergenciais.
Durante toda esta semana, técnicos do Idaf promoveram uma série de ações educativas, aplicando um curso de formação de multiplicadores para agentes agroflorestais das comunidades afetadas, capacitando os indígenas para identificar a praga, entender seu ciclo de vida e aplicar as melhores práticas de monitoramento e controle. A função dos multiplicadores é replicar o conhecimento adquirido para os demais produtores das suas aldeias e comunidades.
Foram formados cerca de 50 agentes agroflorestais e 200 estudantes, que passam a compor uma rede de disseminação de conhecimento, transmitindo as informações do curso oferecido pelo Idaf. A participação ativa dos agentes agroflorestais indígenas é essencial para o sucesso das iniciativas de controle do mandarová, já que essas lideranças locais desempenham um papel crucial no monitoramento das plantações e na disseminação de informações sobre boas práticas agrícolas entre os membros de suas comunidades.
“Durante o curso, os participantes relataram os prejuízos e o Idaf apresentou técnicas de combate ao mandarová, tanto com inseticidas naturais como com armadilhas e ações para serem utilizadas em cada fase do inseto”, explica a auditora fiscal estadual agropecuária do Idaf, Ligiane Amorim.
Também conhecido como lagarta da mandioca, o mandarová é um das principais responsáveis pelos prejuízos nas lavouras de mandioca do Acre, promovendo severo desfolhamento e danos indiretos aos plantios. À medida que a lagarta cresce, consome cada vez mais as folhas, comprometendo o desenvolvimento das raízes da planta e, por consequência, a produtividade. O ciclo de vida da praga, que inclui sua transformação em mariposa, facilita a intensa propagação, tornando o controle ainda mais desafiador.
A capacitação e o conhecimento compartilhado sobre o ciclo de vida da praga faz parte do Plano Estadual de Prevenção e Controle do Mandarová, elaborado pelo Idaf, que menciona estratégias de controle e o uso de técnicas sustentáveis para garantir a proteção da cadeia da mandiocultura, principal produto agrícola do estado, que gera as farinhas com Selo de Indicação Geográfica no Juruá, farinha milito, goma e demais subprodutos, que são a base da alimentação dos povos indígenas e dos acreanos de um modo geral.

Em Tarauacá
A iniciativa do Idaf reuniu na Colônia 27, em Tarauacá, cerca de 17 agentes agroflorestais indígenas, provenientes de quatro terras indígenas, que receberam a capacitação.
“Quando vimos o ataque, logo pedimos ajuda, porque a mandioca é nossa refeição diária. Entramos em contato com a Sepi e foi aí que o governo do Acre e o Idaf vieram até nós”, relatou o cacique Assis Kaxinawá, líder da colônia.
Na oportunidade, também foi aplicada a capacitação para estudantes do Instituto Federal do Acre (Ifac) e da Escola Rural 15 de Julho, no Acuraua.

“Promover esse tipo de palestras para estudantes que vivem no campo com certeza fortalecerá a plantação de vários alimentos na região”, explica Hellen Calixto, coordenadora da 15 de Julho, ressaltando a importância de levar esses conhecimentos técnicos aos jovens que estão diretamente envolvidos com a agricultura familiar e práticas de cultivo na zona rural.

Segundo o estudante Francisco Ferreira, do curso de Agricultura do Ifac, participar do curso é uma oportunidade valiosa para aumentar seu conhecimento sobre o tema. “Claramente é um assunto muito importante, já que tenho família de agricultores que passam por essa dificuldade. A partir de agora, vou repassar tudo o que aprendi aqui”, disse.
Em Feijó
A presença do Idaf e da Assessoria de Gestão da Sepi foi fundamental para fornecer a assistência técnica necessária para o controle e combate da praga.
Na Aldeia Morada Nova, na Terra Indígena Katukina-Kaxinawá em Feijó, foram reunidos os povos Shanenawa e Huni Kuim para aprender sobre o manejo das lavouras, práticas de monitoramento e controle das pragas.

Para a cacique da Aldeia Indígena Shaneshuã, Maria Valdenira Machú, a capacitação promovida pelo Idaf foi fundamental para a comunidade indígena: “Estar aqui é muito importante, ainda mais por se tratar do alimento que sustenta a aldeia. Aqui aprendi a ter mais cuidado com a plantação, e o impacto direto que o curso de combate ao mandarová tem para as práticas agrícolas tradicionais de sua comunidade”.
Nos últimos anos, a equipe técnica do Idaf tem intensificado suas ações educativas e treinamentos em diversas localidades do Acre, alcançando aldeias indígenas, áreas rurais e comunidades agrícolas, com iniciativas para que os participantes aprendem não apenas as técnicas de controle manual, como a coleta das lagartas, mas também a utilizar métodos biológicos e sustentáveis para mitigar os danos causados pela praga, além de métodos preventivos, como o monitoramento constante das plantações.
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Ufac apresenta projeto de melhoria para internet nos campi — Universidade Federal do Acre

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1 de julho de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, e o diretor do Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI), Jerbisclei de Souza Silva, apresentaram à comunidade acadêmica, nessa segunda-feira, 30, o projeto de melhoria da infraestrutura de internet do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul. A apresentação ocorreu na Cinemateca do campus.
Durante o encontro, foram detalhadas as principais ações já implementadas e os avanços previstos para garantir maior qualidade na conectividade, não apenas no campus Floresta, mas também em outras unidades da Ufac.
Uma das principais melhorias é o aumento da capacidade do link de internet no campus Floresta, que passou de cem megabits por segundo (Mbps) para um gigabit por segundo (Gbps), representando uma ampliação de dez vezes na velocidade de conexão. O novo link foi ativado em 10 de março deste ano e já beneficia as atividades acadêmicas no campus.
“Essa é uma conquista muito aguardada pela comunidade acadêmica do campus Floresta. Sabemos o quanto a conectividade impacta diretamente o ensino, a pesquisa e a extensão e estamos trabalhando para garantir que todas as unidades da Ufac tenham acesso a uma internet de qualidade”, disse Guida Aquino.
Outra medida anunciada foi a contratação de serviço de internet via satélite de alta velocidade, por meio da Starlink, que funcionará como contingência em casos de falhas no link principal. As antenas devem ser entregues ainda nesta semana no campus Floresta e a instalação será realizada pela equipe de tecnologia da informação da universidade.
“O link via satélite traz mais segurança para o funcionamento das atividades acadêmicas, evitando que a falta de conexão terrestre comprometa o dia a dia da universidade”, explicou Jerbisclei de Souza Silva.
Além disso, a Ufac anunciou que, a partir do próximo mês, a Unidade Marechal Rondon, que atualmente conta com banda larga convencional, passará a dispor de um link dedicado de alta velocidade, conectado à Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), reforçando a infraestrutura tecnológica da universidade.
“As melhorias na conectividade são fundamentais para o fortalecimento da Ufac em todas as regiões onde estamos presentes. Essa é uma prioridade da nossa gestão e um compromisso com a qualidade do ensino e da pesquisa”, acrescentou Guida.
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BANCO DA AMAZÔNIA LANÇA EDITAL DE R$ 4 MILHÕES PARA APOIAR PROJETOS DE BIOECONOMIA NA REGIÃO AMAZÔNICA

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27 de junho de 2025
Edital Amabio contemplará organizações comunitárias, cooperativas, startups e microempresas nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará. Propostas podem ser enviadas até 31/07/2025.
O Banco da Amazônia, em cooperação com a Agência Francesa de Desenvolvimento, lança o Edital AMABIO 001/2025, que vai destinar R$ 4 milhões em apoio financeiro não reembolsável a projetos de bioeconomia na Amazônia. A chamada pública é voltada a organizações da sociedade civil, cooperativas, startups e microempresas com atuação nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará.
As inscrições estarão abertas até 31 de julho de 2025, exclusivamente pela plataforma digital do Banco. O edital completo, com critérios de seleção, lista de documentos obrigatórios e formulário de inscrição estão disponíveis no site: www.bancoamazonia.com.br/programa-amabio
A iniciativa é fruto da cooperação Franco Brasileira e integra o Programa AMABIO – Financiamento Sustentável e Inclusivo da Bioeconomia Amazônica, uma parceria entre o Banco da Amazônia e o Grupo Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), com apoio técnico da Expertise France. O objetivo é fortalecer cadeias produtivas sustentáveis, valorizar saberes tradicionais e promover inovação na região amazônica.
Os proponentes podem inscrever propostas de projetos de até R$150 mil, com cronograma de execução em até 12 meses, em uma das duas linhas temáticas: Fortalecimento de Organizações de Povos e Comunidades Tradicionais ou Inovação nas Cadeias de Valor da Sociobiodiversidade Amazônica.
O edital visa o fomento de soluções inovadoras e o fortalecimento da atuação de organizações nos territórios amazônicos. Propostas com liderança feminina e/ou liderança de jovens entre 18 e 35 anos terão pontuação adicional. A chamada também assegura que pelo menos 30% dos projetos selecionados sejam liderados por mulheres.
Linhas temáticas
A primeira linha de atuação, Fortalecimento de organizações de Povos e Comunidades Tradicionais, visa o apoio ao desenvolvimento institucional de cooperativas, associações e demais organizações de base que atuam com agricultores familiares, extrativistas, pescadores artesanais, aquicultores, silvicultores, povos indígenas, quilombolas e outros povos e comunidades tradicionais da Amazônia.
Já a segunda linha, Inovação nas Cadeias de Valor da Bioeconomia na Amazônia, tem como foco o incentivo à criação, adaptação ou aprimoramento de produtos, processos, serviços, tecnologias sociais e arranjos organizacionais.
As propostas devem gerar valor ambiental, social, cultural e econômico, respeitando a diversidade socioterritorial da região. São esperadas soluções que promovam a sustentabilidade, valorizem os saberes tradicionais, fortaleçam a segurança alimentar e contribuam para a geração de renda nos territórios.
Esse edital representa um marco no apoio do Banco da Amazônia para a Bioeconomia na região. A instituição financeira reconhece o papel estratégico das organizações locais e busca apoiar soluções baseadas na floresta, na ciência e nos conhecimentos tradicionais para gerar renda, inclusão e sustentabilidade.
Processo de seleção
O processo seletivo será conduzido em três etapas: triagem de elegibilidade do Projeto, análise técnica e de mérito e deliberação final. A Comissão de Seleção será composta por representantes do Banco da Amazônia (BASA), da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), da Expertise France (EF) e por especialistas com notório saber em bioeconomia, inovação, saberes locais ou tradicionais e desenvolvimento sustentável.
A seleção será baseada em critérios técnicos, como relevância estratégica, impacto socioambiental, grau de inovação, sustentabilidade, inclusão e diversidade, além de capacidade de gestão. A publicação do resultado final está prevista para 10 de outubro de 2025.
Sobre o BASA
O Banco da Amazônia é a principal instituição financeira de fomento da região, com mais de 80 anos de atuação. Presente em todos os estados da Amazônia Legal por meio de 121 agências e canais digitais, é o principal executor de políticas públicas na região, como operador do Fundo Constitucional do Norte (FNO).
Com foco no desenvolvimento sustentável, oferece crédito e soluções financeiras para iniciativas que valorizam a floresta e as comunidades locais, apoiando projetos de bioeconomia, agroecologia, manejo florestal e inclusão social. Seu compromisso é com uma Amazônia mais próspera, justa e respeitosa. Saiba mais em: www.bancoamazonia.com.br
Sobre o Grupo AFD – Agência francesa de desenvolvimento
Em alinhamento com a agenda internacional para o desenvolvimento sustentável e a luta contra as mudanças climáticas, o Grupo AFD apoia a trajetória de desenvolvimento do Brasil rumo a um modelo de baixo carbono, resiliente e equitativo, colocando seus instrumentos financeiros a serviço dos atores do desenvolvimento territorial. As atividades incluem planejamento urbano, gestão sustentável de recursos naturais e água, apoio à transição energética e progresso social. Brasil | AFD – Agence Française de Développement
Sobre a Expertise France
A Expertise France é uma agência pública e um ator chave da cooperação técnica internacional. Ela projeta e implementa projetos que fortalecem de maneira sustentável as políticas públicas em países em desenvolvimento e emergentes. Governança, segurança, clima, saúde, educação, atua em áreas-chave do desenvolvimento sustentável e contribui, ao lado de seus parceiros, para a realização da Agenda 2030. www.expertisefrance.fr.
Serviço
Edital AMABIO 001/2025
Prazo para inscrições: até 31 de julho de 2025
Edital completo, critérios de seleção, lista de documentos obrigatórios e formulário de inscrição: www.bancoamazonia.com.br/programa-amabio
Crédito fotos: Divulgação/Canva
Mais informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Banco da Amazônia
indhira.ramos@basa.com.br
Dominik Giusti – Expertise France
dominik.giusti@expertisefrance.fr | (91) 98107-8710
Natália Mello – Jornalista
nataliafmello@gmail.com | (91) 98033-2967
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Simpósio na Ufac debate defesa nacional, fronteiras e migrações — Universidade Federal do Acre

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1 semana atrásem
24 de junho de 2025
O mestrado em Geografia (MGeo) da Ufac e o programa de pós-graduação em Ciências Militares (PPGCM), da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, realizaram a abertura oficial do 6º Simpósio de Defesa Nacional, Fronteiras e Migrações. O evento começou nesta terça-feira, 24, e termina nesta sexta-feira, 25, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede.
Para a reitora Guida Aquino, o simpósio é estratégico para fortalecer a rede acadêmica voltada à segurança das fronteiras. Ela ressaltou ainda a importância da criação da Rede de Universidades de Fronteiras (Unifronteiras) e a necessidade de políticas específicas, como o adicional de fronteira, para a fixação de pesquisadores. “Essa é uma das pautas que estamos abraçando fortemente. Precisamos desburocratizar relações para garantir maior interação dos nossos pesquisadores com os países vizinhos, especialmente Bolívia e Peru.”
A coordenadora do MGeo, Maria de Jesus Morais, enfatizou a relevância acadêmica e científica do evento. “Estamos inseridos em um projeto que envolve toda a faixa de fronteira brasileira, do Amapá ao Rio Grande do Sul. Para nós, do Acre, essa discussão é essencial, considerando nossa localização estratégica como corredor de imigração internacional.” Ela informou que mais de 300 pessoas estão inscritas, entre participação presencial e transmissão online, com debates que abrangem desde mudanças climáticas até segurança e migrações.
O secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Washington Triani, reforçou a necessidade da integração entre instituições e governos locais para enfrentar desafios nas fronteiras. “Não se resolve questões de fronteira apenas com um ou dois entes. Precisamos ouvir as pessoas diretamente envolvidas nas regiões de fronteira e trabalhar integradamente. A educação leva conhecimento e prosperidade e é fundamental nesse processo.”
Também participaram da solenidade a vice-governadora do Acre, Mailza Assis; o procurador-geral de Justiça do Acre, Danilo Lovisaro; o delegado regional da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Lauro da Veiga Santos; além dos professores Gustavo da Frota Simões e Tássio Franchi, do PPGCM.
Projeto de pesquisa
O evento ocorre no âmbito do projeto de pesquisa “Segurança Integrada na Pan-Amazônia e nas Fronteiras Sul-Americanas: Perspectivas para a Construção de um Modelo de Segurança Integrada Focada na Cooperação Interagências e Internacional”, cujo coordenador-geral é o professor Gustavo da Frota Simões, do PPGCM.
O projeto integra uma rede de pesquisa que envolve 22 universidades brasileiras e estrangeiras, 64 pesquisadores nacionais e internacionais, alunos de graduação e 14 programas de pós-graduação no Brasil, entre os quais o MGeo da Ufac. Além de simpósios anuais para divulgar o andamento das pesquisas, o projeto prevê publicações de dissertações e teses.
O objetivo principal do projeto é analisar os desafios para defesa e segurança integrada da Pan-Amazônia e as fronteiras sul-americanas, partindo de uma perspectiva que engloba a segurança humana e avalia aspectos como migração, direitos humanos, crimes transfronteiriços e ambientais, visando à construção de políticas públicas.
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