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Demi, Jodie e Nicole: Hollywood finalmente está pronta para reconhecer personagens femininas complexas com mais de 40 anos? | Natasha Ginnivan

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Natasha Ginnivan

Taqui está algo espetacular acontecendo no cinema e na televisão no momento e não é uma sequência de luta de super-heróis ou uma manobra de motocicleta em um penhasco. Não, é a celebração de personagens femininas corajosas e multifacetadas, de meia-idade e mais velhas, retratadas em toda a sua complexidade na tela.

O Globo de Ouro destacou essa tendência, distribuindo uma série de prêmios às mulheres que interpretaram esses personagens – muitas vezes para surpresa delas.

A antiga estrela de Hollywood Demi Moore, premiada como melhor atriz feminina em musical ou comédia – apropriadamente para um filme que critica como a indústria cinematográfica descarta atrizes mais velhas – disse que ficou chocada ao receber o prêmio. “Faço isso há muito tempo, há mais de 45 anos, e esta é a primeira vez que ganho algo como ator.”

Jodie Foster também notou a tendência ao receber seu quinto Globo de Ouro pela última temporada de True Detective. “A melhor coisa de estar nesta idade e nesta época é ter uma comunidade de todas essas pessoas”, disse ela.

2024 foi um ano de destaque para personagens femininas complexas e corajosas, que mostram uma perseverança de aço para superar os desafios da vida e ainda assim podem ser imprevisíveis.

Tomemos como exemplo Hannah Waddingham, de 50 anos, famosa por Ted Lasso, que interpreta Rebecca Welton, uma divorciada amargurada que consegue transformar sua decepção e vergonha em um apoio incrivelmente forte para o treinador que contratou. Ela nos mostra como superar um divórcio feio com inteligência, humor e charme.

Jean Smart, que ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em série de televisão por seu papel em Hacks, é outro exemplo. Sua personagem, Deborah Vance, é insegura e ambicioso. É essa faca de dois gumes que dá a Vance seu toque cômico e profundidade.

Momentos imperdíveis da premiação Globo de Ouro de 2025 – vídeo

Por muito tempo, as coisas que consideramos importantes ver em personagens femininas mais velhas – sua profundidade e intuição, sua força e coragem e, na maioria das vezes, uma aparência comum e envelhecida – não foram refletidas para nós na maioria dos programas. ou filmes que assistimos.

Em um discurso de aceitação do prêmio do festival internacional de cinema de Palm Springs na semana passada, uma emocionada Nicole Kidman falou sobre como ela teve “muita sorte de receber um papel dessa natureza”, referindo-se ao recém-lançado thriller erótico Babygirlem que ela interpreta uma CEO altamente competente que inicia um caso com um estagiário de vinte e poucos anos. Ela destacou que, no passado, a indústria cinematográfica nunca teria pedido a uma mulher na faixa dos 50 anos para desempenhar tal papel.

Uma premiada escritora, diretora e professora de estudos de gênero e mulheres na Universidade Estadual da Califórnia, Jennifer Berry, diz que é importante mostrar mais personagens femininas mais velhas nos filmes – e também corpos mais velhos nus e de aparência normal. Ela é grata aos atores da lista A, incluindo Kate Winslet por sua postura em permanecer autêntico ao retratar personagens femininas mais velhas.

Há necessidade de autenticidade e diversidade nas histórias que consumimos no cinema e na televisão. Estamos entusiasmados por ver mais atores de diversas culturas, sexualidades, identidades de género e capacidades variadas começando a desempenhar papéis principais em filmes e na TV, e há definitivamente também um lugar para a diversidade etária.

Isto não significa apenas incluir mais homens e mulheres mais velhos nos papéis principais. Significa retratar uma diversidade de idades trabalhando juntas, colaborando e orientando umas às outras também.

Por eras, Hollywood retratou as protagonistas como o interesse romântico da estrela masculina e elas raramente eram escaladas para papéis além dos 40 anos de idade. Personagens femininas mais velhas eram geralmente relegadas a serem uma “pessoa de apoio” benevolente ou uma vadia malvada.

É nessas categorizações binárias que ocorre a desconexão na representação da mídia, porque as mulheres mais jovens são muito mais do que apenas sua aparência, e as mulheres mais velhas são um outro tipo de sexy. Elas são muito mais autoconfiantes, sofisticadas e engraçadas e menos dispostas a se curvar às noções convencionais de beleza. Eles podem ser irônicos, multifacetados e podem, simultaneamente, assumir uma tarefa complicada. e abordagem simples da vida. Isto nasce de anos de encontro, mas também de rebelião, contra as expectativas da sociedade.

Pamela Anderson, 57, a estrela do próximo filme A Última Showgirlé uma mulher de meia idade que reescreveu a narrativa sobre sua carreira, vida e imagem. Ela continua evoluindo e se transformando em sua vida profissional e privada. Ela apareceu como convidada em muitos desfiles de moda com o rosto descoberto e declarou: “Eu não preciso ser a garota mais bonita da sala” – e a internet está exagerada por causa disso.

Michelle Yeoh, 62, que ganhou o Oscar de melhor atriz em 2023 por Tudo, em todos os lugares, de uma só vez, disse em seu discurso de agradecimento: “Senhoras, não deixem ninguém dizer que vocês já passaram do seu auge”. Pode ser que executivos, produtores, escritores e diretores de entretenimento estejam começando a prestar atenção.

  • Natasha Ginnivan é pesquisadora de psicologia e envelhecimento. Ela é membro do UNSW Aging Futures Institute e blogs regularmente sobre estereótipos de idade, preconceito de idade e autopercepções do envelhecimento



Leia Mais: The Guardian

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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