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Desafio para ‘nova era bancária’ é superar gargalos tecnológicos e fatores culturais – 19/11/2024 – Seminários Folha

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João Gabriel de Lima

Correntista parece uma palavra antiquada para falar de cliente de banco. O termo mais adequado é usuário, já que todo mundo que tem um telefone celular carrega um pequeno banco no bolso. As inovações se multiplicam, configurando uma “nova era bancária”, título de uma das mesas da Conferência de Lisboa, evento promovido dia 15 de novembro por Lide, Folha e UOL em Portugal. O avanço dessa nova era depende de tecnologia, de cobertura telefônica — e também de fatores culturais.

Paulo Henrique Costa, presidente do Banco do Nordeste (BNB), afirmou que os bancos enfrentam um desafio no Brasil. “Somos um país que adota rapidamente novidades tecnológicas. Somos o segundo mercado mundial do Uber, do WhatsApp, do Facebook e do Instagram e o terceiro da Netflix. Os bancos precisam correr atrás dessa sede de inovação e modernização.” A proporção de brasileiros que são clientes de algum banco, 86%, é alto entre países emergentes.

Na Europa nem todo mundo é sequioso por novidades como os brasileiros. Sandra Utsumi, diretora executiva do Haitong Bank — empresa que surgiu quando o tradicional Banco Espírito Santo de Investimento, de Portugal, foi adquirido pela chinesa Haitong Securities S/A — lembra que em alguns dos países do continente o uso de internet banking e celulares é relativamente baixo. “Na Alemanha e na Áustria passa pouco de 50%, pois ainda há uma cultura do dinheiro vivo.”

Em Portugal, que tem um índice de bancarização alta —95% da população— o uso de serviços bancários em plataformas digitais é generalizado. Contribui para isso a cobertura ampla do sinal de celular. Luiz Fernando Furlan, chairman do Lide e ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, lembrou que no Brasil esse desafio é mais complicado. “Existem regiões do país, como a Amazônia, onde o sinal ainda não chega”, afirmou. Furlan foi um dos debatedores da mesa “Nova Era Bancária”.

Se o Brasil fez uma revolução na experiência do usuário com a adoção do Pix, que facilita enormemente as transferências bancárias, Portugal tem a sua própria versão da ferramenta, o aplicativo MBWay — que é um dos meios de pagamento mais usados no país.

Para quem se adapta mais facilmente à tecnologia, a União Europeia abre novas possibilidades dentro do conceito de open finance. Segundo Utsumi, um usuário em Portugal pode avaliar se prefere investir em produtos de bancos da França, Itália ou Espanha, ou de qualquer outro país da União Bancária Europeia, em função da melhor rentabilidade. Turbinadas pela inteligência artificial, ferramentas para comparar os desempenhos dos fundos em diferentes bancos e diversos países, de acordo com os integrantes da mesa, farão parte do futuro da experiência bancária.

No Brasil, diz Paulo Henrique Costa, haverá novas possibilidades no momento em que houver a adoção do Drex, a versão digital do real. Ele aposta que os brasileiros também adotarão facilmente a tecnologia do open banking. “É algo que dá um tremendo poder ao usuário do banco, pois ele pode escolher que dados compartilhar, como compartilhar, com quem compartilhar — e tomar as melhores decisões para seus investimentos”, diz Costa.

Para Isaac Sidney, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a modernização dos bancos brasileiros se dá num contexto histórico de reação a crises e sacolejos do mercado. Segundo ele, as empresas foram capazes de se reinventar em três momentos-chave: o Real, em 1994, o derretimento das hipotecas em 2008 e a pandemia em 2020. “Nossos bancos mostraram resiliência e capacidade de inovação.”

“O Plano Real expôs a ineficiência dos que trabalhavam na nuvem da ciranda financeira. Emergiram dali bancos mais eficientes e mais sólidos”, disse Sidney. “Mostramos resiliência também na crise de 2008, quando vários bancos americanos foram tragados pelo arrastão global. Na pandemia, os bancos foram importantíssimos para capitalizar a economia.”

O português Jorge Henriques é o vice-presidente da diretoria da CIP. A antiga entidade industrial portuguesa hoje é chamada de Confederação Empresarial de Portugal, ao incorporar agentes econômicos de diversos setores, que somam 71% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. “Associações empresariais como a nossa agrupam tecnologias e áreas diferentes, e são essenciais no processo de internacionalização. Portugal é uma economia média na Europa, mas se agiganta com o intercâmbio e as alianças internacionais.”



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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre

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A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.

A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.

 



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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre

A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.

Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.

“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.

Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.

 



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