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É hora de suspender as sanções à Síria? – DW – 01/07/2025

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6 meses atrásem
As amplas sanções internacionais tornam crime trabalhar com o antigo governo da Síria. Mas deveria ser crime trabalhar com o novo?
Esta é uma pergunta que organizações de ajuda humanitária, grupos da sociedade civil e expatriados sírios têm feito desde que uma coligação de grupos rebeldes derrubou o regime autoritário de Assad no mês passado.
Síria é há muito tempo um dos países mais sancionados do mundo por causa da família Assad, que chefiou o governo local durante 54 anos.
Mas depois de derrubar o regime no início de Dezembro, os rebeldes sírios formaram um governo provisório, e esse governo herdou todas as sanções impostas ao anterior governo sírio.
Essas sanções impedem a Síria de fazer acordos para importar trigo ou combustível, disse o novo ministro das finanças do governo interino à agência de notícias Reuters esta semana.
O novo ministro das Relações Exteriores da Síria também trouxe à tona as sanções enquanto visitava o Catar na semana passada. “Reiteramos os nossos apelos para que os EUA levantem estas sanções, que agora se tornaram contra o povo sírio”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, Asaad Shaibani.
Se as sanções não forem levantadas, disseram ambos os políticos, o país enfrentará uma catástrofe e os especialistas tendem a concordar.
“A Síria está em profundo perigo económico e a transição corre o risco de ser desviada do rumo se esse colapso – uma trajetória exacerbada pelas sanções ocidentais – continuar”, confirmou Julien Barnes-Dacey, diretor do programa do Médio Oriente e Norte de África no Conselho Europeu de Relações Exteriores. Assuntos (ECFR).
O Afeganistão, depois que o Taleban assumiu o poder em 2021, fornece um exemplo do que não fazer, especialistas do think tank Crisis Group, escreveu na revista Foreign Policy semana passada.
“Atores externos parecem prestes a repetir muitos dos mesmos erros que cometeram no Afeganistão após a tomada do poder pelos Taliban”, argumentaram. Os governos ocidentais “deixaram em vigor punições económicas que não tiveram nenhum efeito moderador sobre os talibãs, mas (em vez disso)… desferiram um golpe na ala pragmática (dos talibãs), fortalecendo a linha dura durante os precários primeiros meses do regime”.
Um pouco de alívio
Na segunda-feira, o governo dos EUA parecia avançar no sentido de uma mudança na sua política de sanções à Síria, na forma do que é conhecido como “licença geral”. Embora na verdade não suspenda as sanções, oferece algumas exceções a elas.
Licença Geral 24emitida pelo Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros do Tesouro dos EUA, tem duração de seis meses e permite “transações com entidades governamentais sírias”, bem como transações relacionadas com fornecimento de combustível e energia e “remessas pessoais não comerciais” através do Banco Central da Síria. Este último é geralmente definido como incluindo transferências monetárias pessoais e salários.
A licença geral vem somar-se às “exceções humanitárias” anteriormente adoptado pelas Nações Unidas, pela UE e pelos EUA após um terremoto que atingiu o norte da Síria e a Turquia em 2023.
A licença pode ser vista como uma “vitória parcial”, de acordo com a Coligação Americana para a Síria (ACS), com sede em Washington, um grupo de organizações de defesa que fez lobby pelo alívio das sanções.
É “um passo na direção certa”, disse Sameer Saboungi, oficial de política da ACS, em comunicado enviado à DW. Mas a sua organização continuará a pressionar pela eventual reversão de todo o regime de sanções à Síria, acrescentou.
Sanções sírias, profundas e amplas
Os EUA designaram pela primeira vez a Síria como “patrocinador estatal do terrorismo” em 1979, devido à forma como o seu governo apoiou grupos terroristas designados pelos EUA. Em 2004, Washington acrescentou mais sanções e restrições às exportações devido às atividades sírias no vizinho Líbano. Depois de 2011, quando o regime de Assad começou a reprimir brutalmente as manifestações antigovernamentais, foram acrescentadas ainda mais sanções devido ao uso de armas químicas, às violações dos direitos humanos e ao tráfico de drogas.
A União Europeia sancionou a Síria desde 2005 e também aumentou as restrições quando a guerra civil eclodiu em 2011.
Além disso o grupo rebelde que liderou a ofensiva de Dezembro Hayat Tahrir al-Sham ou HTS, também é sancionado porque é designado um grupo terrorista por muitos países, devido a ligações anteriores com extremistas como a Al-Qaeda.
A licença geral ajudará?
É possível que a licença geral dos EUA não seja muito eficaz, dizem os especialistas. Isto ocorre porque muitas organizações – como bancos, por exemplo – tendem a aplicar o que é conhecido como “conformidade excessiva”. Temendo sanções secundárias ou diferentes interpretações das regras no futuro, são mais cautelosos, uma vez que o não cumprimento das sanções pode levar a milhares de milhões em multas.
Existem também outras complicações. Apesar da licença geral, qualquer pessoa ou organização que trabalhe com HTS poderá ainda será responsável por processo “por fornecer apoio material a terroristas.” Líder do HTS, Ahmad al-Sharaa já disse anteriormente o seu grupo será dissolvido, o que poderá resolver parcialmente esta questão.
Além disso, algumas sanções à Síria “aplicam-se a instituições específicas que qualquer regime interino ou sucessor provavelmente manterá em vigor”, escreveram os analistas jurídicos Scott Anderson e Alex Zerden num relatório de meados de dezembro. análise para o meio de comunicação Lawfare. Por exemplo, o Banco Central da Síria é sancionado e obviamente não pode ser simplesmente dissolvido, escreveram.
Como fazer com que as sanções sejam levantadas
O outro aspecto preocupante das sanções à Síria é que, pelo menos até agora, não está claro quando e como o novo governo de transição poderá obter mais alívio.
Na semana passada, altos diplomatas europeus – a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, e o seu homólogo francês, Jean-Noel Barrot – visitou a Síria e reuniu-se com membros do HTS.
A viagem dos europeus a Damasco foi “um passo inicial muito positivo”, disse Barnes-Dacey, do ECFR. Mas, acrescentou, durante a visita, os diplomatas pareciam ter um foco bastante restrito.
“A minha maior preocupação com a viagem foi que a mensagem estava muito fixa sobre como os sírios precisam de fazer tudo certo para desbloquear o apoio”, disse ele, acrescentando que houve “muito pouca atenção sobre como os europeus podem apoiar activamente os sírios na resposta aos desafios actuais”. Há claramente muita hesitação europeia justificável… mas se os europeus e os EUA agirem demasiado lentamente, arriscam-se a minar o já frágil processo de transição”, alertou.
Como outros disseram nas redes sociaiso alívio das sanções é necessário para que o governo provisório da Síria possa alcançar o que a UE e os EUA pretendem, e não o contrário.
Barnes-Dacey disse acreditar que agora que os EUA ofereceram algum alívio nas sanções, a UE pode seguir o exemplo.
A Alemanha está a considerar esta questão e atualmente há conversações sobre sanções a nível da UE, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão à DW num comunicado enviado por e-mail.
“Estamos discutindo ativamente maneiras pelas quais podemos aliviar as sanções à população síria em certos setores”, afirmou o comunicado.
No entanto, o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão acrescentou que o alívio das sanções e as questões sobre a exclusão do HTS como organização terrorista só podem ser feitas por unanimidade a nível da UE.
Editado por: Sean M. Sinico
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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1 mês atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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