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Em meio à guerra em casa, Sudão está de olho na Copa do Mundo e na AFCON – DW – 30/10/2024

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8 meses atrásem
UM guerra civil brutal que assola o Sudão desde Abril de 2023 levou a um sofrimento indescritível. O conflito está entre duas facções militares rivais, o exército sudanês e a milícia das Forças de Apoio Rápido. De acordo com o Comitê Internacional de Resgate, pelo menos 15.000 pessoas morreram com algumas estimativas chegando a 150.000. Cerca de 25 milhões, metade de toda a população do país, necessitam de ajuda humanitária, enquanto 12 milhões de pessoas foram deslocadas,
Nestes tempos de morte, devastação, fome, doenças e saques, o futebol pode não ser uma prioridade. Mas a seleção nacional também não consegue se separar dos horrores de casa.
“O impacto da guerra é enorme para a equipe e para todo o resto”, disse Abdelrahman Kuku, zagueiro da seleção nacional, à DW. “Todos os dias os jogadores se preocupam com sua família porque as coisas podem mudar em um segundo quando seu país está em uma situação como esta.”
A terrível situação pode pesar na mente dos representantes do país, classificado em 120º lugar no ranking mundial pela FIFA, mas também pode servir de inspiração. “Ao entrar em cada jogo você sabe que não está jogando apenas para si mesmo, mas que o país inteiro espera que você tenha sucesso”, disse Kuku. “Entramos em todos os jogos com muita energia, sabendo que podemos fazer o país feliz. Há muita pressão, mas é mais motivação do que pressão”.
Muita briga e nenhum futebol
Não é novidade que a guerra em casa levou à suspensão da liga. Os dois maiores clubes do país, Al-Hilal e Al-Merrikh, SC, estão jogando na liga das Maurícias nesta temporada. No entanto, nenhuma das equipes será coroada campeã, mesmo que termine em primeiro.
Guerra no Sudão: quem apoia os dois rivais?
Com a maioria do elenco jogando pelas duas grandes equipes, o tempo de jogo regular e os treinos ajudaram. Em Outubro, o Sudão jogou consecutivamente Copa das Nações Africanas (AFCON) eliminatórias contra Gana, uma das melhores seleções da África. Depois de um empate em 0 a 0 em Accra, veio uma impressionante vitória em casa por 2 a 0. Não foi disputado na capital sudanesa, Cartum, ou na cidade de Omdurman, mas na Líbia devido à situação de segurança.
“Cem por cento seria melhor jogar em casa, quem não gostaria de jogar diante de seu povo e família, não há nada melhor”, disse Kuku, que joga futebol em seu clube na Líbia depois de deixar o Merrikh em setembro. “É, claro, uma grande vantagem e isso é algo que não temos no momento.”
A vitória sobre Gana colocou o Sudão em segundo lugar no grupo de qualificação da AFCON, onde precisa apenas de dois pontos nos dois últimos jogos para garantir uma vaga no torneio pela quarta vez em 49 anos. O mais emocionante, porém, é que os Falcons estão na liderança do grupo de qualificação para a Copa do Mundo, com dez pontos nos primeiros quatro jogos, dois pontos à frente da potência continental Senegal.
Ainda há um longo caminho a percorrer para chegar à América do Norte em 2026, mas os fãs estão começando a acreditar. “Nunca sonhamos com a Copa do Mundo, mesmo antes do início da guerra”, disse o torcedor sudanês Faheem Ahmed. “Até mesmo chegar perto de tudo o que está acontecendo seria incrível. Muito disso depende do treinador.”
James Kwesi Appiah, ex-jogador e técnico de Gana, assumiu o cargo em 2023 e mudou a situação. Sob o jogador de 64 anos, o Sudão perdeu apenas dois dos 14 jogos,
“Acho que a nossa mentalidade mudou por causa do treinador, da crença que ele traz e da confiança que dá a cada jogador”, disse Kuku. “Tudo o que ele diz, ele quer dizer. Quando ele diz que vai nos levar para a AFCON, ele está falando sério, quando ele diz que vamos nos classificar para a Copa do Mundo, ele está falando sério e quando o técnico fala assim, isso faz todo mundo acreditar.”
Primeira Copa do Mundo no horizonte
O Sudão pode nunca ter participado num Campeonato do Mundo antes, mas existe um profundo amor pelo futebol entre os seus 50 milhões de habitantes, segundo Stephen Constantine, que foi treinador principal da selecção nacional entre 2009-2010. “Treinávamos no estádio Merrikh ou em Hilal, e 10, 12 ou 15 mil pessoas vinham assistir ao treino era normal”, disse Constantine à DW.
Às vezes isso se tornou um problema. “Tive que fechar as portas quando estávamos perto do dia do jogo porque não dava para ouvir a própria voz. Era e ainda é o esporte número um do país”.
Constantino, agora treinador principal do Paquistãoassistiu de longe como seu ex-time impressionou.
“Eu consideraria o Sudão no meio do grupo entre os países do futebol em África. A qualificação seria, no entanto, uma grande conquista. O impacto no próprio país seria imenso, mas do lado do futebol, seria um enorme impulso. em prestígio para o Sudão, mas ainda há um longo caminho a percorrer.”
Teria outras consequências também. “Chegar ao Campeonato do Mundo é um sonho, mas também significaria que o resto do mundo não se esqueceria do Sudão e de tudo o que está a acontecer aqui”, disse Ahmed. “Haveria muita atenção ao que está acontecendo e é disso que o país precisa”.
A viagem é quase tão importante quanto o destino e aconteça o que acontecer, só o sonho da Copa do Mundo pode fazer a diferença. “Nossas apresentações neste momento trazem sorrisos e felicidade para pessoas que não têm motivos para sorrir, nenhuma razão para estarem felizes com o que está acontecendo em casa, especialmente com pessoas perdendo suas vidas, suas casas e todo o seu trabalho duro”, disse Kuku. “Quando jogamos, é a única alegria que eles têm e a única ocasião em que conseguem sorrir sobre algo que está a acontecer no seu país.”
Editado por: Matt Pearson
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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