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Empresas alemãs testaram semana de trabalho de 4 dias e aqui está o resultado – DW – 11/05/2024

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No início deste ano, cerca de 45 empresas alemãs lançaram um projeto semanal de trabalho de 4 dias para descobrir se uma mudança tão fundamental na forma como trabalhamos pode alcançar resultados positivos tanto para empregadores como para empregados.

Durante seis meses, e acompanhadas de perto por investigadores da Universidade de Münster, na Alemanha, as empresas voluntárias permitiram que os seus funcionários trabalhassem menos horas sem reduzir os seus salários. A execução piloto foi iniciada pela consultoria de gestão sediada em Berlim, Intraprenör, em colaboração com a organização sem fins lucrativos 4 Day Week Global (4DWG).

Alcançar o mesmo resultado com menos horas e o mesmo salário requer maior produtividade. Inicialmente, isso pode implicar mais estresse e uma carga de trabalho mais pesada — mas tem que ser assim?

Semana de trabalho de 4 dias: um modelo para o futuro?

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A principal métrica é a produtividade

Para avaliar objetivamente os efeitos de jornada de trabalho reduzida, os pesquisadores fizeram mais do que apenas conduzir pesquisas e entrevistas. Eles também analisaram amostras de cabelo para avaliar os níveis de estresse e usaram rastreadores de condicionamento físico para coletar dados fisiológicos como frequência cardíaca, nível de atividade e qualidade do sono.

Julia Backmann, líder científica do estudo piloto, diz que os funcionários geralmente se sentiam melhor com menos horas e permaneciam tão produtivos quanto com uma semana de cinco dias e, em alguns casos, eram ainda mais produtivos.

Os participantes relataram melhorias significativas na saúde física e mental, disse ela à DW, e mostraram menos estresse e sintomas de esgotamento, conforme confirmado pelos dados dos smartwatches que monitoram os minutos diários de estresse.

Pessoas de negócios no parque deitado no gramado
Uma semana de trabalho mais curta é benéfica para a saúde, pelo menos a curto prazo, dizem os especialistasImagem: Khakimullin Aleksandr D9/Zoonar/aliança de imagens

De acordo com as conclusões de Backmann, dois em cada três funcionários afirmaram ter sofrido menos distrações porque os processos foram otimizados. Mais de metade das empresas redesenhou as suas reuniões para torná-las menos frequentes e mais curtas, enquanto uma em cada quatro empresas adotou novas ferramentas digitais para aumentar a eficiência.

“O potencial de horários de trabalho mais curtos parece ser sufocado por processos complexos, demasiadas reuniões e baixa digitalização”, disse Carsten Meier da Intraprenör.

Surpresas em relação ao impacto na saúde e no meio ambiente

O estudo também mostrou que os participantes eram mais ativos fisicamente durante a semana de quatro dias e dormiam em média 38 minutos a mais por semana do que os do grupo de controle de cinco dias. No entanto, as faltas mensais por doença diminuíram apenas ligeiramente, uma diferença estatisticamente insignificante em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Marika Platz, da Universidade de Münster, que analisou os dados, disse estar surpreendida com o número de faltas por doença porque estudos semelhantes noutros países mostraram uma redução significativa.

Outra surpresa, disse ela à DW, foi a falta de benefícios ambientais da redução do horário de trabalho durante o teste alemão, já que outros países relataram um impacto positivo de escritórios que poderiam ser completamente fechados por um dia, e menos deslocamentos para o trabalho, o que resultou em maiores economias de energia. A razão para isto foi provavelmente que alguns funcionários alemães aproveitaram os fins de semana prolongados para viajar, disse ela, o que reduziu qualquer potencial poupança de energia.

Dois policiais em patrulha em frente à estação ferroviária central de Munique, Alemanha
Em muitas profissões, uma semana de trabalho mais curta não gera ganhos de produtividadeImagem: imagem aliança/dpa

Dados falhos de um teste distorcido?

Uma análise mais detalhada do desenho do estudo, no entanto, pode levantar algumas dúvidas sobre o quão significativas são as descobertas.

Duas empresas desistiram voluntariamente ao longo dos seis meses e outras duas tiveram de ser excluídas da avaliação. Das restantes 41 empresas participantes, apenas cerca de um terço reduziu efetivamente o horário de trabalho semanal em um dia inteiro. Cerca de 20% reduziram as horas entre 11% e 19% por dia, enquanto cerca de metade reduziu o tempo de trabalho em menos de 10%, ou cerca de quatro horas por semana. Assim, no total, apenas em 85% dos casos os funcionários tiveram realmente um dia inteiro de folga.

O número limitado de empresas participantes também torna o estudo pouco representativo da Alemanha e dos seus mais de 3 milhões de empresas registadas. Isto deveu-se ao facto de o projecto ter tido dificuldades em encontrar empregadores interessados ​​suficientes desde que foi discutido pela primeira vez há dois anos, disse Marika Platz, o que provavelmente se deveu ao facto de o trabalho a tempo parcial já ser relativamente comum na Alemanha.

O especialista em mercado de trabalho Enzo Weber vê o projecto-piloto com cepticismo, dizendo que as empresas que participam em tais testes já são geralmente positivas em relação à semana de trabalho de 4 dias, o que as torna uma amostra não representativa da economia.

Além disso, o investigador da Universidade de Regensburg e do Instituto de Investigação do Emprego, ambos na Alemanha, disse à DW que os ganhos de produtividade do projeto podem não se dever apenas à redução das horas de trabalho, uma vez que os processos e as estruturas organizacionais também foram modificados.

Weber também acredita que os resultados positivos podem não ser sustentáveis ​​devido ao aumento da compressão do trabalho que provavelmente ocorrerá às custas dos aspectos sociais, comunicativos e criativos dos funcionários. “Os efeitos muitas vezes não se manifestam imediatamente, mas sim a médio prazo”, disse Weber, observando que esses estudos geralmente cobrem apenas um período relativamente curto de seis meses.

De acordo com Steffen Kampeter, CEO da Associação de Empregadores da Alemanha BDA, as empresas que operam nos mercados internacionais optaram conscientemente por não participar no ensaio. Ele também questiona os ganhos de produtividade, argumentando que “uma semana de quatro dias com remuneração integral é apenas um aumento salarial significativo, que a maioria das empresas não pode pagar”.

Resultado final da semana de trabalho de 4 dias

Das 41 empresas que participaram do teste, mais de 70% disseram que planejavam continuar com o projeto. Alguns disseram que estenderiam a fase experimental, enquanto outros pretendem implementar diretamente a redução do horário.

O diretor do estudo, Backmann, sublinhou, no entanto, que o estudo não se tratava de defender uma implementação generalizada da semana de trabalho de 4 dias em todos os setores, mas sim de explorar “um modelo inovador de tempo de trabalho e os seus efeitos”.

E Carsten Meier, da consultoria Intraprenör, acrescentou que os resultados positivos do ensaio não podem ser “traduzidos automaticamente” em ganhos semelhantes para todas as empresas na Alemanha.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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