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Estereótipos de gênero impactam nas escolhas pessoais – 15/10/2024 – Lorena Hakak

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Alice e João estão casados há 20 anos e têm dois filhos, de 17 e 18 anos. Após a maternidade, Alice procurou uma ocupação que exigisse menos horas de trabalho para conciliar o trabalho do casal e os cuidados com os filhos. Seu marido, por sua vez, foi promovido e assumiu uma maior carga de trabalho. Hoje, a diferença salarial entre eles é de, aproximadamente, 20%, refletindo um padrão comum em muitos casais.

Homens e mulheres frequentemente tomam diferentes decisões de carreira. As mulheres, por exemplo, são minoria em áreas mais bem remuneradas, como as carreiras STEM [Science, Technology, Engineering and Maths, em português: ciência, tecnologia, engenharia e matemática], e têm menor participação na força de trabalho, muitas vezes em empregos de meio período.

A alocação do tempo entre atividades remuneradas e não remuneradas têm um efeito importante na diferença salarial entre homens e mulheres. Quando uma pessoa trabalha em tempo parcial, ela acumula menos experiência e tem menor probabilidade de ser promovida. Uma outra diferença é que as mulheres, em média, assumem tarefas que são menos valorizadas na hora da promoção do que seus colegas homens. Assim, homens e mulheres acabam obtendo resultados diferentes.

Segundo a palestra ministrada pela professora da Universidade de Chicago Marianne Bertrand no 5º Encontro da Gefam, que ocorreu no Insper em setembro deste ano, essas diferenças podem acontecer por diversas razões. Uma possível explicação seria a ideia de que as mulheres têm diferentes habilidades e preferências. Seriam elas mais hábeis em atividades de cuidado e menos em matemática? Ou simplesmente não gostam tanto de matemática? Um outro aspecto que pode estar por trás dessas diferenças são os estereótipos de gênero. “As diferentes escolhas são um reflexo de estereótipos poderosos sobre habilidades específicas de gênero e papéis específicos de gênero.”

Os estereótipos de gênero podem ter uma natureza descritiva, ou seja, crenças sobre o que homens e mulheres geralmente fazem (ou como eles geralmente são) e o que eles farão (ou serão).

Na teoria econômica, eles podem se manifestar quando observamos discriminação estatística contra um determinado grupo. Já a psicologia social considera os estereótipos como esquemas cognitivos que permitem uma pessoa a categorizar de forma simplificada e viesada outras pessoas, geralmente sem base racional.

Além disso, a psicologia social destaca que os estereótipos de gênero não são apenas descritivos, mas também prescritivos. As crenças, compartilhadas por homens e mulheres, se baseiam no que cada gênero deve ou deveria fazer (ou como deve ser ou deveria ser). Essa natureza prescritiva dos estereótipos de gênero leva homens e mulheres a ajustarem seus comportamentos e escolhas de vida de acordo com o que é visto como apropriado para seu grupo.

Normas e estereótipos são, muitas vezes, transmitidos entre gerações e internalizados pelos indivíduos. Porém, as sociedades são dinâmicas e, mesmo que lentamente, normas sociais e estereótipos se alteram ao longo do tempo. Políticas públicas e mudanças legislativas podem colaborar quando respondem às pressões da sociedade. É o que observamos em muitos países com a expansão das creches em tempo integral, das leis do divórcio, aborto, violência doméstica, extensão da licença paternidade, entre outras.

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

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Ufac inicia 34º Seminário de Iniciação Científica no campus-sede — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) da Ufac iniciou, nessa segunda-feira, 22, no Teatro Universitário, campus-sede, o 34º Seminário de Iniciação Científica, com o tema “Pesquisa Científica e Inovação na Promoção da Sustentabilidade Socioambiental da Amazônia”. O evento continua até quarta-feira, 24, reunindo acadêmicos, pesquisadores e a comunidade externa.

“Estamos muito felizes em anunciar o aumento de 130 bolsas de pesquisa. É importante destacar que esse avanço não vem da renda do orçamento da universidade, mas sim de emendas parlamentares”, disse a reitora Guida Aquino. “Os trabalhos apresentados pelos nossos acadêmicos estão magníficos e refletem o potencial científico da Ufac.”

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima de Carvalho, ressaltou a importância da iniciação científica na formação acadêmica. “Quando o aluno participa da pesquisa desde a graduação, ele terá mais facilidade em chegar ao mestrado, ao doutorado e em compreender os processos que levam ao desenvolvimento de uma região.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, comentou a integração entre ensino, pesquisa, extensão e o compromisso da universidade com a sociedade. “A universidade faz ensino e pesquisa de qualidade e não é de graça; ela custa muito, custa os impostos daqueles que talvez nunca entrem dentro de uma universidade. Por isso, o nosso compromisso é devolver a essa sociedade nossa contribuição.”

Os participantes assistiram à palestra do professor Leandro Dênis Battirola, que abordou o tema “Ciência e Tecnologia na Amazônia: O Papel Estratégico da Iniciação Científica”, e logo após participaram de uma oficina técnica com o professor Danilo Scramin Alves, proporcionando aos acadêmicos um momento de aprendizado prático e aprofundamento nas discussões propostas pelo evento.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

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Representantes da UNE apresentam agenda à reitora da Ufac — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, recebeu, nessa segunda-feira, 22, no gabinete da Reitoria, integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). Representando a liderança da entidade, esteve presente Letícia Holanda, responsável pelas relações institucionais. O encontro teve como foco a apresentação da agenda da UNE, que reúne propostas para o Congresso Nacional com a meta de ampliar os recursos destinados à educação na Lei Orçamentária Anual de 2026.

Entre as prioridades estão a recomposição orçamentária, o fortalecimento de políticas de permanência estudantil e o incentivo a novos investimentos. A iniciativa também busca articular essas demandas a pautas nacionais, como a efetivação do Plano Nacional de Educação, a destinação de 10% do PIB para a área e o uso de royalties do petróleo em medidas de justiça social.

“Estamos vivenciando um momento árduo, que pede coragem e compatibilidade. Viemos mostrar o que a UNE propõe para este novo ciclo, com foco em avançar cada vez mais nas políticas de permanência e assistência estudantil”, disse Letícia Holanda. Ela também destacou a importância da regulamentação da Política Nacional de Assistência Estudantil, entre outras medidas, que, segundo a dirigente, precisam sair do papel e se traduzir em melhorias concretas no cotidiano das universidades.

Para o vice-presidente da UNE-AC, Rubisclei Júnior, a prioridade local é garantir a recomposição orçamentária das universidades. “Aqui no Acre, a universidade hoje só sobrevive graças às emendas. Isso é uma realidade”, afirmou, defendendo que o Ministério da Educação e o governo federal retomem o financiamento direto para assegurar mais bolsas e melhor infraestrutura.

Também participaram da reunião a pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno; o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Isaac Dayan Bastos da Silva; a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarina Lima de Carvalho; o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; representantes dos centros acadêmicos: Adsson Fernando da Silva Sousa (CA de Geografia); Raissa Brasil Tojal (CA de História); e Thais Gabriela Lebre de Souza (CA de Letras/Português).

 

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Multa para ciclistas? Entenda o que diz a lei e o que vale na prática

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Tomaz Silva / Agência Brasil

Pode não parecer, mas as infrações previstas no Código de Trânsito Brasileiro não se limitam só aos motoristas de carros e motos — na verdade, as normas incluem também a conduta dos ciclistas. Mesmo assim, a aplicação das penalidades ainda gera dúvidas.

Nem todos sabem, mas o Código de Trânsito Brasileiro (CBT) descreve situações específicas em que ciclistas podem ser autuados, como pedalar em locais proibidos — o artigo 255 do CTB, por exemplo, diz que conduzir bicicleta em passeios sem permissão ou de forma agressiva configura infração média, com multa de R$ 130,16 e possibilidade de remoção da bicicleta.

Já o artigo 244 amplia as situações de infração para “ciclos”, nome dado à categoria que inclui bicicletas. Entre os exemplos estão transportar crianças sem segurança adequada, circular em vias de trânsito rápido e carregar passageiros fora do assento correto. Em casos mais graves, como manobras arriscadas ou malabarismos, a penalidade prevista é multa de R$ 293,47.

De fato, o CTB prevê punições para estas condutas, mas o mais curioso é que a aplicação dessas regras não está em vigor. Isso porque a Resolução 706/17, que estabelecia os procedimentos de autuação de ciclistas e pedestres, foi revogada pela norma 772/19.

Em outras palavras, estas infrações existem e, mesmo que um ciclista cometa alguma delas, não há hoje um mecanismo legal que permita a cobrança da multa.




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