ACRE
Estudantes do Acre se destacam na Olimpíada Brasileira de Relações Étnico-Raciais

PUBLICADO
4 semanas atrásem

Clícia Araújo
A professora Hallana Virgínia Ramos e os estudantes João Gabriel Marçal, Ítalo Coelho, Josimar Petronilo Filho, Mariana Adonias e Ana Beatriz Manchineri, do Instituto de Educação Lourenço Filho, em Rio Branco, conquistaram um resultado expressivo na primeira edição da Olimpíada Brasileira de Relações Étnico-Raciais, Afro-Brasileiras, Africanas e Indígenas (Obereri 2024). A equipe ficou em 9º lugar na Região Norte, 2º lugar no Acre e 52º na fase nacional, além de ter garantido para a escola o Selo Antirracista, concedido pela organização do evento.
Após quase um ano de dedicação e superação de cinco fases desafiadoras, os estudantes acreanos brilharam em uma das mais importantes competições acadêmicas do país voltadas para a diversidade e as relações étnico-raciais. O resultado reflete o compromisso com a valorização da história e identidade dos povos que compõem o Brasil.
O que é a Obereri?
A Obereri é uma iniciativa da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e tem como objetivo promover o conhecimento e a valorização das tradições culturais, histórias e saberes das comunidades tradicionais e dos povos originários. Mais do que uma competição acadêmica, a Obereri incentiva o aprendizado colaborativo, a empatia e a compreensão das diversas culturas do país.
A olimpíada segue as diretrizes das Leis 10.639/03 e 11.645/08, que tornaram obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena na educação básica. Por meio de questões contextualizadas, a competição estimula a reflexão sobre diversidade e respeito às diferentes matrizes culturais que formam a identidade nacional.
A Obereri foi também promovida pelo Consórcio de Neabs, Neabis e grupos correlatos, com apoio do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), via Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O público-alvo da Obereri inclui estudantes do ensino fundamental e médio de escolas públicas, além de professores, educadores e coordenadores pedagógicos.
O desafio e a trajetória da equipe acreana
A participação na olimpíada exigiu um intenso processo de preparação e superação de desafios. A competição foi composta por cinco etapas:
- Montagem da equipe – um dos critérios exigia que a equipe fosse composta por alunos indígenas, mulheres, negros e um estudante do público do Atendimento Educacional Especializado (AEE). No caso do Acre, um aluno autista integrou o grupo.
- Prova teórica – os estudantes enfrentaram uma avaliação de quatro horas, com questões objetivas sobre História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena.
- Projeto artístico-pedagógico – a equipe desenvolveu uma intervenção artística e uma produção textual sobre a temática étnico-racial.
- Fase estadual – preparação e participação na etapa estadual da competição com produção textual.
- Produção multimídia – criação de conteúdos audiovisuais sobre as temáticas abordadas na olimpíada.

Apesar das dificuldades enfrentadas, como falta de internet, desafios para reunir a equipe e o distanciamento durante as férias, a experiência foi enriquecedora.
“Esta foi a primeira olimpíada com foco em História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e Indígena no Brasil. Apesar das dificuldades, a experiência foi incrível. Estamos ansiosos pela próxima edição”, relatou a professora Hallana.
A olimpíada teve início em maio de 2024, foi concluída em janeiro de 2025 e os resultados foram divulgados em março deste ano.
O que os estudantes disseram

“A gente não está acostumado a ter isso no dia a dia na sala de aula. Essas questões aparecem mais no Mês da Consciência Negra ou no Dia do Indígena [Dia dos Povos Indígenas]. Quando a professora Hallana perguntou quem queria participar, abraçamos a ideia. Apesar de a colocação nacional parecer distante, para nós foi extremamente gratificante e enriquecedor trabalhar essa temática tão necessária para a sociedade brasileira. Ficamos em 9º lugar na Região Norte e em 2º no Acre, atrás apenas do Colégio de Aplicação. Foi muito desafiador, porque foi uma olimpíada muito longa.”
João Gabriel Marçal, estudante

“Foi um processo difícil, demorado, mas também muito divertido. Foi muito bom dividir essa experiência com os colegas. Estudamos bastante com os poucos materiais disponíveis e conversamos muito. Só tenho a agradecer, porque essa experiência ficará na memória. Pude, inclusive, me autodeclarar indígena, algo muito importante para mim. Com o apoio da professora Hallana, hoje me sinto orgulhosa por isso.”
Ana Beatriz Manchineri, estudante
The post Estudantes do Acre se destacam na Olimpíada Brasileira de Relações Étnico-Raciais appeared first on Noticias do Acre.
Relacionado
ACRE
Minicurso para agricultores aborda qualidade e certificação de feijão — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
1 semana atrásem
15 de abril de 2025
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá realizou o minicurso “Controle de Qualidade de Feijões Armazenados e Certificação de Feijão”, ministrado pelos professores Bruno Freitas, da Ufac, e Guiomar Sousa, do Instituto Federal do Acre (Ifac). As aulas ocorreram em 30 de março e 1 de abril, em Marechal Thaumaturgo (AC).
O minicurso teve como público-alvo agricultores e membros da Cooperativa Sonho de Todos (Coopersonhos), os quais conheceram informações teóricas e práticas sobre técnicas de armazenamento, parâmetros de qualidade dos grãos e processos para certificação de feijão, usados para agregar valor à produção local e ampliar o acesso a mercados diferenciados.
“Embora existam desafios significativos no processo de certificação do feijão, as oportunidades são vastas”, disse Bruno Freitas. “Ao superar essas barreiras, com apoio adequado e estratégias bem estruturadas, os produtores podem conquistar mercados internacionais, aumentar sua rentabilidade e melhorar a sustentabilidade de suas operações.”
Guiomar Sousa também destacou a importância do minicurso para os produtores da região. “O controle de qualidade durante o armazenamento do feijão é essencial para garantir a segurança alimentar, preservar o valor nutricional e evitar perdas que comprometem a renda dos agricultores.”
O minicurso tem previsão de ser oferecido, em breve, para alunos dos cursos de Agronomia da Ufac e cursos técnicos em agropecuária e alimentos, do Ifac.
O projeto Bioeconomia e Modelagem da Cadeia Produtiva dos Feijões do Vale do Juruá é financiado pela Fapac, pelo CNPq e pelo Basa. A atividade contou com parceria da Embrapa-AC, da Coopersonhos e da Prefeitura de Marechal Thaumaturgo.
Relacionado
ACRE
Projeto oferece assistência jurídica a alunos indígenas da Ufac — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
1 semana atrásem
15 de abril de 2025
O curso de Direito e o Observatório de Direitos Humanos, da Ufac, realizam projeto de extensão para prestação de assistência jurídica ao Coletivo de Estudantes Indígenas da Ufac (CeiUfac) e a demais estudantes indígenas, por meio de discentes de Direito. O projeto, coordenado pelo professor Francisco Pereira, começou em janeiro e prossegue até novembro deste ano; o horário de atendimento é pela manhã ou à tarde.
Para mais informações, entre em contato pelo e-mail cei.ccjsa@ufac.br.
Relacionado
ACRE
Ufac discute convênios na área ambiental em visita ao TCE-AC — Universidade Federal do Acre

PUBLICADO
2 semanas atrásem
11 de abril de 2025
A reitora da Ufac, Guida Aquino, participou de uma visita institucional ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-AC), com o objetivo de tratar dos convênios em andamento entre as duas instituições. A reunião, que ocorreu nesta sexta-feira, 11, teve como foco o fortalecimento da cooperação técnica voltada à revitalização da bacia do igarapé São Francisco e à ampliação das ações conjuntas na área ambiental.
Guida destacou que a parceria com o TCE em torno do igarapé São Francisco é uma das mais importantes já estabelecidas. “Estamos enfrentando os efeitos das mudanças climáticas e precisamos de mais intervenções no meio ambiente. Essa ação conjunta é estratégica, especialmente neste ano em que o Brasil sedia a COP-30 [30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima].”
A reitora também valorizou a atuação da presidente Dulcinéia Benício à frente do TCE. “É uma mulher que valoriza a educação e sabe que é por meio da ciência que alcançamos os objetivos importantes para o desenvolvimento do nosso Estado”, completou.
Durante o encontro, foram discutidos os termos de cooperação técnica entre o TCE e a Ufac. O objetivo é fortalecer a capacidade de resposta das instituições públicas frente às emergências ambientais na capital acreana, com o suporte técnico e científico da universidade.
Para Dulcinéia Benício, o momento marca o fortalecimento da parceria entre o tribunal e a universidade. Ela disse que a iniciativa tem gerado resultados importantes, mas que ainda há muito a ser feito. “É uma referência a ser seguida; ainda estamos no início, mas temos muito a contribuir. A universidade tem sido parceira em todos os projetos ambientais desenvolvidos pelo tribunal.”
Ela também ressaltou que a proposta vai além da contenção de enxurradas. “O projeto avança sobre aspectos sociais, ambientais e de desenvolvimento, que hoje são indispensáveis na execução das políticas públicas.”
Participaram da reunião o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes; o pró-reitor de Planejamento, Alexandre Hid, além de professores e pesquisadores envolvidos no projeto. Pelo TCE, acompanharam a agenda os conselheiros Ronald Polanco e Naluh Gouveia.
Também estiveram presentes representantes da Secretaria de Estado de Habitação e Urbanismo, da Fundape e do governo do Estado. O professor aposentado e economista Orlando Sabino esteve presente, representando a Assembleia Legislativa do Acre.
Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login