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Everest não é a única montanha que está crescendo – 26/01/2025 – Ciência

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O monte Everest está se elevando mais rápido do que as outras montanhas do Himalaia. Mas não é o único. O Himalaia, os Alpes e os Andes estão todos ficando mais altos, impulsionados por forças geológicas implacáveis.

As montanhas crescem em altura por mecanismos diferentes que, além disso, intervêm simultaneamente ao longo de milhões de anos e em velocidades diferentes. Elas não apenas crescem —ou cresceram no passado— de maneiras diferentes, mas também desmoronam e, incrivelmente, até flutuam.

Afundando ou subindo

Os continentes estão literalmente flutuando no manto da Terra e, assim como os icebergs, podem afundar ou subir mais ou menos dependendo de sua massa.

Isso ocorre porque eles são feitos de materiais mais leves (principalmente granitos, gnaisses e rochas sedimentares) do que o manto terrestre sobre o qual repousam.

Por outro lado, o manto terrestre, de composição semelhante ao basalto, tem um comportamento plástico (pode se deformar sem fraturar quando submetido a estresse) devido às altas temperaturas e pressões a que é submetido. Isso faz com que os continentes flutuem de acordo com o princípio de Arquimedes.

A península escandinava se eleva

As diferentes massas da crosta terrestre flutuam sobre o manto subjacente em um equilíbrio conhecido como isostasia. Evidências dessa isostasia podem ser encontradas, por exemplo, na península escandinava, onde se pode ver como a terra está se elevando acima do nível do mar depois que a pesada camada de gelo que a cobriu durante a última era glacial derreteu.

As medições geofísicas indicam que a península escandinava está atualmente se elevando acima do nível do mar a uma taxa de cerca de um centímetro por ano.

Também estão subindo a taxas semelhantes a Sibéria, a América do Norte e a Patagônia, todas áreas que foram cobertas por gelo durante a última era glacial, que terminou há cerca de 11 mil anos.

Erosão que eleva o Everest

A elevação ou rebote isostático observado em determinadas áreas da crosta terrestre não ocorre apenas onde o peso do gelo glacial foi removido. A erosão também causa uma diminuição na massa de certas regiões e leva a uma elevação significativa de algumas montanhas.

Isso é exatamente o que parece estar acontecendo no caso do Everest, Lhotse e Makalu, a primeira, quarta e quinta montanhas mais altas do planeta.

Era uma vez na Ásia

Tudo começou há quase 90 mil anos, quando o rio Arun, um afluente do Kosi, mudou seu curso. Esse evento geológico resultou em um grande aumento da erosão ao redor do Everest e das montanhas próximas a ele.

À medida que os sedimentos gerados pela erosão na bacia ampliada do rio Kosi eram levados para o mar, a massa da região do Himalaia, onde o Everest está localizado, começou a diminuir mais rapidamente do que em outras partes da imensa cadeia de montanhas, que também estão sofrendo erosão, mas em menor grau.

O resultado de tudo isso é que o impulso isostático sob o Everest e seus arredores há muito tempo é maior do que no restante do Himalaia. Como resultado, o colosso rochoso e seus vizinhos estão se elevando mais rápido do que outras montanhas mais distantes da bacia do Rio Kosi.

Em um artigo recente, Xu Han e seus colegas apresentam medições topográficas detalhadas e um modelo do funcionamento da bacia do rio Kosi que indica que uma combinação de erosão e ajuste isostático é parcialmente responsável pela elevação do Everest. Entretanto, sabemos há quase um século que cadeias de montanhas como o Himalaia, os Alpes ou os Andes não se elevam apenas devido a movimentos isostáticos, mas principalmente devido a forças muito mais poderosas.

Quando as placas tectônicas se encontram

O nome orogenia —do grego antigo “óros” (montanha) e “genia” (gênese ou criação)— é dado ao conjunto de processos geológicos que levam à formação de grandes cadeias de montanhas. Uma orogênese geralmente dura cerca de 100 milhões de anos e, ao longo da história da Terra, houve várias orogêneses em diferentes momentos e locais da crosta terrestre.

A elevação de montanhas que ocorre durante uma orogênese é uma consequência das forças laterais colossais geradas nas zonas de convergência das placas tectônicas nas quais a crosta terrestre está dividida.

As grandes placas tectônicas flutuam isostaticamente no manto da Terra e se movem lentamente sobre a superfície do nosso planeta graças às correntes de convecção que movem o material derretido dentro delas. Quando duas placas colidem enquanto se movem, há basicamente duas situações possíveis: ou uma das placas é mais densa do que a outra, ou as duas placas têm densidades semelhantes.

O caso da América do Sul e dos Andes

No primeiro caso, a placa mais densa subduzirá sob a placa mais leve em seu caminho de volta ao manto fundido. Isso é o que acontece, por exemplo, na costa oeste da América do Sul. Lá, a placa do Pacífico —composta essencialmente de material basáltico pesado— afunda sob o continente sul-americano, que, no entanto, é submetido a uma enorme pressão ao longo de milhões de anos.

Ao mesmo tempo, parte do material resultante do derretimento da placa sob o continente americano sobe à superfície como magma. O resultado de tudo isso é a formação de um enorme “amassado” na crosta e uma cadeia de vulcões que se estende por vários milhares de quilômetros: os Andes.

No segundo caso, nenhuma placa pode ficar embaixo da outra, pois ambas são igualmente leves. O Himalaia é o exemplo mais espetacular dessa situação.

De fato, a formação da cordilheira do Himalaia é consequência de uma violenta colisão entre a Ásia e a Índia, que se separou da África há cerca de 100 milhões de anos e se deslocou para o norte em grande velocidade em termos geológicos. Há cerca de 55 milhões de anos, a placa indiana colidiu com o sul do continente asiático.

A partir de então, a crosta continental começou a se espessar na região e os sedimentos e rochas que se encontravam entre as duas placas em colisão foram esmagados e dobrados como se estivessem entre duas escavadeiras gigantescas. Assim surgiu —e ainda surge— o Everest, juntamente com toda a cadeia de montanhas em que está localizado. E, de maneira semelhante, os Pirineus, as Montanhas Atlas, os Alpes e muitas outras cadeias de montanhas que se estendem do Marrocos ao Pacífico foram formadas e têm sua origem na colisão de placas tectônicas continentais durante a chamada Orogenia Alpina.

A inimiga das montanhas

Embora, como no caso do Everest, a erosão possa fazer com que as montanhas se elevem por impulso isostático, o fato é que os processos erosivos as desmontam gradualmente. Esse desmantelamento geralmente é lento, mas após centenas de milhões de anos de erosão fluvial, eólica ou marítima até mesmo as mais altas cadeias de montanhas podem ser reduzidas a pequenas colinas ou completamente obliteradas.

Felizmente, os processos endógenos, como a orogenia ou a formação de vulcões, são mais poderosos e compensam constantemente a erosão.

É por isso que, após milhões de anos de evolução da crosta terrestre, ainda podemos ver montanhas crescendo ao nosso redor.

Este texto foi publicado no The Conversation. Clique aqui para ler a versão original



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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