ACRE
Família de 15 pessoas vive com R$ 400 do Auxílio Brasil e relata dificuldade no AC : ‘a gente vai se virando’
PUBLICADO
3 anos atrásem
É com R$ 400 do Auxílio Brasil (antigo Bolsa Família) que uma família de 15 pessoas vive na capital acreana. Essa é a realidade dos dois meninos que foram impedidos de brincar no parque de um restaurante enquanto faziam a venda de trufas de chocolate no local.
A casa onde moram os dois garotos, mais 10 crianças e três adultos, no bairro Taquari, na região do Segundo Distrito de Rio Branco, não conta com itens básicos como fogão e botija de gás, o que aumenta as dificuldades enfrentadas por todos eles. No local, há apenas uma cama e a maioria das pessoas dorme em colchões jogados pelo chão.
A mãe de um dos meninos, a dona de casa Maria das Graças de Souza, de 43 anos, conta que eles têm 10 e 11 anos e que estudam pela manhã e vendem trufas à tarde pelas ruas da capital. Com essa venda, a família consegue levantar mais R$ 200 por mês, que ajuda nas despesas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/J/a/178pOPS0GvD1c4IGV6UA/whatsapp-image-2022-07-15-at-08.58.57.jpeg)
Na casa vivem 12 crianças e três adultos no bairro Taquari, em Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Há cerca de 9 meses, Maria diz que precisou parar de trabalhar por conta de problemas de saúde e o marido, que também está na mesma situação, é mecânico, mas nem sempre tem serviço.
“Antes eu fazia tudo, vendia na rua, fazia faxina na casa das pessoas, mas tive que parar de trabalhar tem uns nove meses por conta da saúde. Aí, a gente vive do Auxilio Brasil, mas não sustenta muito não, são R$ 400, mas vai quase todo para comprar remédios e ainda tem dois que não consegui comprar. Meu marido também é doente, ele é mecânico, mas só quando aparece trabalho. Aí eu faço chocolate, vou vender, dá de tirar uns R$ 200 e a gente compra as coisas e vai guardando um pouco para pagar uma conta ou outra e a gente também paga aluguel aqui. É muito difícil, a gente vai se virando e vai indo com a ajuda de Deus”, disse Maria.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/6/Y/BdapJjTHCU68RPDUa3dQ/whatsapp-image-2022-07-08-at-06.42.06.jpeg)
Cliente alega que crianças que vendiam trufas em restaurante foram impedidas de brincar no parque no AC — Foto: Reprodução
Repercussão em restaurante
A história dos meninos ficou conhecida depois que um cliente do restaurante Guia do Sabor, em Rio Branco, usou as redes sociais para falar sobre um episódio no local, que gerou repercussão nas redes sociais. O g1 procurou o autor da postagem para dar mais detalhes, mas não obteve retorno.
Na publicação feita por ele que viralizou, havia a foto dos dois garotos, que, segundo ele, estavam vendendo bombons no local. Ao ver que os dois olhavam para a área de brinquedos, ele ofereceu a pagar o passaporte para os dois brincarem, mas, segundo ele, a caixa se negou a vender quando viu os dois meninos.
Após a publicação repercutir bastante nas redes sociais, o estabelecimento lançou uma nota na qual diz que um dos princípios e regras da empresa é que para a venda de passaporte para entrar no parque de diversões, a criança precisa estar acompanhada dos pais ou responsáveis.
“O fato ocorrido com as duas crianças desacompanhadas dos pais e responsáveis foi justamente para resguardá-las de qualquer imprevisto que pudesse ocorrer. Não é apenas comprar o passaporte, mas se tornar responsável pelos mesmos e no dia, o cliente só queria realizar o pagamento das pulseiras e iria embora”, diz a nota divulgada na página oficial do restaurante.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/R/o/NAoBIBR2A4fBLwH6nnqw/whatsapp-image-2022-07-14-at-08.57.08.jpeg)
Projeto social se sensibilizou com história e levou as crianças para restaurante de Rio Branco — Foto: Arquivo pessoal
Doação
Ao ficar sabendo da situação, a idealizadora do projeto social ‘Conexão do Bem’, Michelle Oliveira se sensibilizou e decidiu ajudar. Ela então fez uma campanha nas redes sociais para conseguir levar os meninos para brincar em um parque e na última quarta-feira (13), eles foram, junto com outros cinco da mesma família, para um outro restaurante de Rio Branco.
Foi Michelle que, depois da repercussão do caso, encontrou onde os meninos moram e divulgou a situação da família em busca de doações.
“Eles vivem um local muito humilde, muita pobreza mesmo, conseguimos doações de roupas, sacolões, na casa deles não tinha nem botija de gás, ficavam cozinhando pelos vizinhos. É triste a pobreza, quando cheguei lá uma menina pequena estava comendo farofa de óleo, sentada no chão. Fiquei assustada com o que vi. A situação deles é muito difícil, quase não têm o que comer, só tem uma cama e a maioria dorme no chão”, disse Michelle.
Ela conta que na rua onde as crianças moram a situação não é diferente em outras casas e que outras famílias também vendem trufas para ajudar na renda. Como o caso de uma idosa, que é conhecida por andar em restaurantes e bares de Rio Branco vendendo bombos de chocolate. O g1 já chegou a contar a história dela em 2019, quando foi vista com a neta de 9 anos nessa situação.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/9/f/SXTPAPReG2VAAmf2JYsQ/whatsapp-image-2022-07-14-at-09.43.35.jpeg)
Projeto doou botijão de gás e sacolões para família de crianças no bairro Taquari — Foto: Arquivo pessoal
Projeto ‘Conexão do Bem’
Michelle é contadora, mas se dedica desde 2015 ao trabalho social. Ela conta que já sentiu na pele a dor da fome na infância e que decidiu fazer algo para ajudar pessoas que passam por essa situação.
E é com a ajuda de um ou outro amigo ou seguidor nas redes sociais que ela compra e leva sacolões e outras doações para quem precisa.
“Eu fui criada pelos meus avós, meu avô todo dia saía em uma bicicleta para conseguir comida pra gente. Já cheguei em casa e não ter nada e ele na rua atrás de comida pra gente, já passei fome e muito na minha infância. E isso me motivou e me incentivou a fazer algo de diferente. A fome não espera, as pessoas têm fome, a fome dói. Comecei fazendo bazar para levantar dinheiro para fazer as doações, mas veio a pandemia e fomos para as redes sociais pedir ajuda dos amigos, não recebemos verba do governo, de nenhum político. Me sinto a mulher mais feliz do mundo, mas queria poder fazer mais”, contou.
Relacionado
ACRE
Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
22 horas atrásem
23 de outubro de 2025A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.
A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.
“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.
Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.”
O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.
A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.
Relacionado
ACRE
Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
2 dias atrásem
22 de outubro de 2025A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.
Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”
Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.
Relacionado
ACRE
Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre
PUBLICADO
2 dias atrásem
22 de outubro de 2025A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.
A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.
A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
ACRE7 dias agoUfac homenageia professores com confraternização e show de talentos — Universidade Federal do Acre
ACRE4 dias agoKits da 2ª Corrida da Ufac serão entregues no Centro de Convivência — Universidade Federal do Acre
CULTURA4 dias agoO Impacto Cultural dos Jogos Tradicionais na Identidade Brasileira
Economia e Negócios2 dias agoOMODA DREAM DAY 2025: Fueled by Passion, Igniting the Travel Dreams of a New Generation