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Força ‘única coisa que impede Putin’ – DW – 16/11/2024

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7 meses atrásem
DW: Falaremos uma semana depois Donald Trump venceu as eleições presidenciais dos EUA. Durante a sua campanha, Trump disse muitas vezes que a Rússia não teria atacado a Ucrânia se ele fosse presidente em 2022. Será que ele tem razão? O que Trump teria feito de diferente para evitar o ataque da Rússia?
HR McMaster: Nunca saberemos com certeza. Mas acho que é possível que (Presidente russo Vladimir) Putin não teria invadido a Ucrânia. Porque Trump, na verdade, ele é meio imprevisível.
No seu livro “At War with Ourselves” você descreve como aconselhou o Presidente Trump a negociar a partir de uma posição de força. Deveria a Ucrânia negociar com a Rússia agora?
Não, acho que não. Penso que o que deveria acontecer – e penso que é uma hipótese remota de que isso aconteça – é dotar a Ucrânia de toda a gama de capacidades de que necessita, mas também de capacidade suficiente. Os russos sofreram mais baixas no último mês do que em qualquer outro mês da guerra. Não acho que isso seja sustentável. Esta é uma das razões pelas quais eles têm Tropas norte-coreanas lá.
Portanto, agora é o momento de dar à Ucrânia as capacidades de que necessita. Porque estão sob pressão física devido à contínua ofensiva russa no leste, em particular, e agora talvez também na região de Kharkiv. Mas também estão sob pressão psicológica porque o Presidente (eleito) Trump e outros que estão a entrar na sua administração levantaram dúvidas sobre a sua vontade de manter o apoio à Ucrânia.
Presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy apresentou seu próprio “plano de vitória” pouco antes das eleiçõesinclusive para Trump. E um dos pontos desse plano é: “Dê-nos luz verde para usar mísseis de cruzeiro americanos, britânicos ou franceses para atingir as profundezas da Rússia, cerca de 300 milhas (cerca de 480 quilômetros).” Você aconselharia Trump a fazer isso?
Eu o aconselharia a fazer isso contra alvos militares.
Mas o que Trump dirá? Você o conhece bem.
Acho que ele provavelmente diria “não” neste momento. Parece que o presidente (eleito) Trump e algumas das pessoas ao seu redor ainda estão sob a ilusão de que Putin pode de alguma forma ser conciliado e que pode de alguma forma haver algum tipo de acordo com ele. A única coisa que impede Putin é a força.
Vitória de Trump nas eleições nos EUA coloca relacionamento com Putin em destaque
A questão chave para a Ucrânia e os seus parceiros é: Será que Trump tentará forçar a Ucrânia a negociar com a Rússia agora em condições desfavoráveis, como ceder terras? Ou irá parar de enviar ajuda militar à Ucrânia – qual é a questão chave?
Minha esperança é que ele não faça nenhuma dessas coisas. Estou preocupado – como tenho certeza de que muitos estão nos EUA e na Europa – que ele faça isso. Ouvimos este tipo de ideia de que ele irá atrair a Rússia para negociações, ameaçando fornecer à Ucrânia toda a gama de capacidades de que necessita e numa escala muito maior. E então ele forçará a Ucrânia a sentar-se à mesa de negociações, ameaçando reter a assistência. E, claro, o que isto faz é compreender mal a natureza da guerra. Não consigo pensar em um único exemplo na história de um acordo diplomático favorável que resultou de uma situação militarmente desfavorável no terreno.
Há pessoas nos EUA e também na Europa que dizem que a Rússia não pode ser derrotada e que a Ucrânia não pode vencer. A Rússia é demasiado grande e demasiado forte, dizem. Você discorda?
A Rússia está profundamente fraca. Isso não significa que eles não tenham elementos de força, certo? Putin ainda pode agitar o sabre nuclear. Ele ainda tem algumas capacidades cibernéticas. Ele tem algumas capacidades de ataque de longo alcance e assim por diante. Mas pense em quão frágil é esse regime. Por que Putin não está a passar por uma segunda ronda de mobilização? Porque o povo russo não aceitará isso. Por que ele está trazendo norte-coreanos? Porque ele tem um problema real de mão de obra. Pense sobre o Ataque Wagner em Moscou (o golpe de curta duração contra as autoridades russas no sudeste da Rússia em junho de 2023 — Nota do editor).
E então, acho que nos aconselhamos sobre nossos medos. E Putin é um valentão, um bandido de rua e um covarde, acredito que tudo em um só. Quando encontrar forte resistência da Europa e dos EUA, recuará. A Alemanha está a atravessar um período de transição politicamente difícil, mas penso que precisamos que os europeus avancem como os polacos e os Estados bálticos fizeram.
Defensora da Ucrânia, Kaja Kallas, deverá tornar-se a principal diplomata da UE
O vice-presidente eleito, JD Vance, discursava na Conferência de Segurança de Munique, em Fevereiro, e disse: “Sim, apoiamos a Ucrânia, mas não temos armas suficientes nos EUA”. Ele tem razão?
Ele tem razão: é um risco que você corre para fornecer esses recursos. Se a Ucrânia parar a Rússia isso significa que talvez teremos o tempo que pudermos para aumentar essa base industrial de defesa reforçar as nossas defesas em todo o mundo livre e OTAN em particular, e evitar a Terceira Guerra Mundial. Acho que é isso que está em jogo neste momento: a Terceira Guerra Mundial. Porque não é só a Rússia, é este eixo de agressores. Também se poderia pensar na guerra da Rússia contra a Ucrânia como uma guerra por procuração da China contra o Ocidente usando a Rússia.
Então, qual é o plano de Trump para a Ucrânia?
Com ele é realmente importante enquadrar tudo no contexto dos interesses dos EUA. E é isso que espero que alguns dos conselheiros ao seu redor podem fazer, pessoas como Marco Rubioquem é o candidato a secretário de Estado, que era internacionalista, certo? Ele não é um isolacionista. O congressista (Michael) Waltz, que será o conselheiro de segurança nacional, que entende muito bem de questões de defesa e de segurança nacional. Espero que estas sejam pessoas que ajudem o Presidente (eleito) Trump a compreender que o apoio sustentado à Ucrânia é do interesse americano.
HR McMaster é um tenente-general aposentado do Exército dos EUA. De fevereiro de 2017 a abril de 2018, foi conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump. Ele é pesquisador sênior da Universidade de Stanford. Seu livro “At War with Ourselves: My Tour of Duty at the Trump White House” foi publicado em agosto de 2024.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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