José Alan Carneiro Monteiro foi preso na quinta-feira, 09, pela manhã, em Tarauacá, durante diligências da Operação Mitocôndria, deflagrada pela Polícia Civil e Ministério Público do Acre. Segundo o Auto de Prisão em Flagrante nº. 0500041-63.2020.8.01.0014, cujo acesso é público e não tramita em segredo de justiça, o Juiz Guilherme Aparecido do Nascimento Fraga fixou a fiança em R$ 10.450,00 mil reais. Monteiro foi solto após pagar a fiança.
Imagem de capa: – à esquerda Alan Monteiro, à direita vereador Radamés Leite [Foto pública. Reprodução do Facebook. 16/04/2020].
José Alan Carneiro Monteiro era o chefe do setor de merenda em Tarauacá, e foi preso na Operação Mitocôndria. A operação é resultado de um esforço conjunto da Polícia Civil, Procuradoria Geral do Estado e Ministério Público Estadual, e apura desvio de mais de R$ 20 milhões de reais da merenda escolar do governo do estado.
Alan Monteiro é um militante político aliado do vereador Radamés Leite (PSB de Tarauacá) e defensor do deputado estadual Manoel Morais (PSB) em Tarauacá. Em 2019, Monteiro ganhou um cargo no Governo do Estado, uma CEC-5, com salário mensal de R$ 5.376,00 (cinco mil, trezentos e setenta e seis reais), para trabalhar na Secretaria Estadual de Educação e Esporte, chancelada pela família Leite, e assinada pelo governador em exercício Wherles Rocha.
Nesta quinta-feira, 16, sete dias após sua prisão e soltura, o governador Gladson Cameli, publicou o Decreto nº 5.737, na edição 12.780 do Diário Oficial do Estado, às fls. 05, exonerando JOSÉ ALAN CARNEIRO MONTEIRO.

Decreto nº 5.737, edição 12.780, Diário Oficial do Estado, fls. 05.
A Edição DOE nº. 12.780, desta quinta-feira, traz várias exonerações e nomeações.
Monteiro trabalha também como vigilante noturno na empresa Guasco recebendo R$1.600,00 mensal. Com a perda da CEC-5 (R$ 5.376,00), é possível que Monteiro amplie sua colaboração com as investigações do Delegado de Polícia, Dr. Valdinei Soares, tendo em vista que por ocasião de sua prisão foi interrogado e esclareceu poucos fatos. (Leia aqui o seu interrogatório).
Monteiro não foi condenado, nem sentenciado pela Justiça. O procedimento judiciário está em fase inicial. Concluído o inquérito pela Polícia Civil, a Promotoria de Justiça de Tarauacá então poderá ou não oferecer denúncia contra Monteiro, que certamente exercitará seu direito de contraditório e ampla defesa.
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