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Influenciador acusado de assédio na Brasil Paralelo – 24/10/2024 – Cotidiano

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Marianna Holanda

O influenciador conservador Guilherme Freire é acusado de assédio moral e sexual por uma ex-colega de trabalho, em uma ação indenizatória protocolada por ela no último dia 2 na Justiça de São Paulo.

Os episódios narrados teriam ocorrido no final de 2021, quando Catarina Torres, então com 18 anos, entrou na produtora de direita Brasil Paralelo para trabalhar com marketing. Na época, Freire era diretor de conteúdo.

Nos autos, há áudios e conversas de WhatsApp que sugerem a existência de ao menos mais três possíveis vítimas.

Freire foi procurado por e-mail e pelas redes sociais, mas não respondeu a contatos feitos pela Folha. Seu advogado, Miguel Vidigal, disse que o processo é “baseado em calúnias” e que sua defesa será feita em juízo. A Brasil Paralelo afirmou estar colaborando com as investigações.

Catarina disse à Folha que tentou expor o caso nas redes sociais, mas foi “cancelada”. Freire tem muitos seguidores nas redes e já ocupou cargos de destaque no governo de Jair Bolsonaro (PL) e no de Ratinho Jr. (PSD), no Paraná.

Formado em filosofia, ele tem no Instagram mais de 450 mil seguidores. Freire fala de história, virtudes e religião. Recentemente, participou do podcast Flow e do Pânico, da Jovem Pan.

Antes de trabalhar na Brasil Paralelo, ele foi secretário adjunto na Secretaria Nacional de Juventude do governo Bolsonaro, entre janeiro e maio de 2019. Depois, foi coordenador de empreendedorismo e chefe de gabinete na secretaria do Planejamento do governo do estado do Paraná.

Após deixar a produtora em agosto de 2022, abriu duas empresas em que dá aulas de filosofia e tradicionalismo.

“Esclarecemos que o processo é baseado em calúnias e corre em segredo de Justiça. Todos os comentários, provas e defesas serão feitos no âmbito correto, em juízo, onde será provada inocência de Guilherme Freire”, disse o seu advogado, em nota.

O processo era público até o final da semana passada. Entrou em sigilo após repercussão nas redes sociais.

Na ação em que diz ter sido vítima de assédio moral e sexual, Catarina acusa Freire de “comportamentos repetidos e invasivos” e tentativa de manipulação.

“Passou a frequentemente chamá-la para conversas privadas, nas quais fazia comentários sobre sua aparência e comportamento, sempre mascarados como se fossem ‘conselhos paternais’, mas com uma conotação de controle e intimidação e, ao mesmo tempo, buscando seduzir a autora com sua alta reputação e posição social”, diz trecho do processo.

A defesa de Catarina relata ainda insistência de convivência e assédio moral, como ameaças de demissão, caso ela não fizesse o que Freire lhe pedia. Ela afirma que, certa vez, o influenciador tentou pegar a sua mão e, após negativa, insistiu, dizendo que ela precisava confiar nele como um mentor.

“Ele não tinha interesse que eu trabalhasse melhor. Nunca foi nesse sentido a conversa. Sempre foi no sentido de ficar sozinha com ele para ir ficar bem na empresa. (…) O que ele queria ter era um romance. Ele falava muito de mim, da minha personalidade, da minha aparência”, disse Catarina à Folha.

Ela também afirma que fez dois boletins de ocorrência em São Paulo, um anônimo, em setembro de 2022, e outro em março de 2023. Mas que nunca chegou a ser chamada para depor.

“Hoje é reconhecido [na Justiça] que existe uma disparidade de gênero, e que esses crimes são feitos por não deixar vestígio. Eu tenho consciência de que isso pode não acontecer no meu caso. Mas eu quero tentar que seja reconhecido”, disse.

A jovem foi morar em São Paulo para trabalhar na produtora, após passar na USP para cursar administração. Depois dos episódios, largou a faculdade e voltou para a sua cidade natal, Brasília. Hoje cursa direito na UnB (Universidade de Brasília).

A denúncia para o tipo de crime relatado é atribuição do Ministério Público. O processo ajuizado por Catarina é na esfera cível. Seus advogados, Robert Beserra e Rafael Daun, alegam dano de natureza moral, psicológica e material.

“Suas atitudes incluíram manipulação emocional, intimidação, chantagem, invasão de privacidade e humilhação pública”, diz o processo.

Segundo o documento, Catarina teve ansiedade, episódios de depressão e desenvolveu transtorno neurovegetativo somatoforme –que pode causar palpitação, tremores e dor– em decorrência do trauma dos eventos narrados no processo. O texto diz ainda que ela tem constantes desmaios e faz tratamento neurológico. Ela diz que perdeu parte de sua autonomia em tarefas como dirigir ou viajar.

Os advogados pedem R$ 200 mil por danos morais, R$ 17,5 mil por danos materiais, R$ 170 mil por lucros cessantes (considerado aquilo que a vítima deixa de ganhar) e mais R$ 5.000 de pensão vitalícia.

A passagem de Catarina pela Brasil Paralelo foi de 20 de setembro a 28 de outubro.

As outras supostas vítimas não processaram Freire, mas as conversas com Catarina que trazem indicações nesse sentido foram anexadas aos autos. No caso de uma delas, a mulher narra que Freire tentou beijá-la sem consentimento.

Os episódios relatados por essa outra mulher ocorreram depois da saída de Catarina da empresa.

Na conversa entre as duas que foi anexada aos autos, a mulher diz que relatou os assédios para a cúpula da Brasil Paralelo, dez meses depois da saída da Catarina, e que acreditaram nela e decidiram demitir Freire.

Ele deixou a empresa em agosto de 2022. Procurada, a produtora não comentou o motivo da saída do então diretor, também não disse quais procedimentos foram adotados após os relatos de Catarina.

Então funcionária, ela disse que chegou a falar do assédio moral de Freire ao seu chefe direto. Depois, quando já tinha deixado a empresa, ela afirma ter buscado os executivos, mas não teve retorno.

“Ao tomar conhecimento da situação relatada, a Brasil Paralelo vem cooperando com a investigação do caso em questão, cumprindo seu dever de respeitar a confidencialidade dos envolvidos”, disse a produtora, em nota.

“As medidas cabíveis foram adotadas em conformidade com a legislação aplicada e o nosso código de ética e compliance está disponível no nosso site, com canal de denúncia anônimo e independente”, completou.

A produtora de vídeos conservadora surfou na onda do crescimento da direita e do bolsonarismo no país. Ela vende documentários na sua própria plataforma de streaming, e tem mais de 400 mil assinantes e 3,6 milhões de inscritos no canal do Youtube. Dentre os vídeos, há, por exemplo, “A face oculta do feminismo”, dirigido pelo próprio Freire.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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