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Integração na Alemanha através do futebol – DW – 05/11/2024

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Com apenas alguns gestos, Salim Mehdaoui indica o que quer das crianças recolhidas no ginásio de uma escola primária em Bona. Eles se reúnem no meio da sala e formam um círculo. Alguns mudam de posição nervosamente enquanto olham com os olhos arregalados para o treinador e esperam pela sua vez.

Salim segura um futebol debaixo do braço, e depois de dizer o nome de cada criança, ele começa a praticar. “As crianças estão se acostumando com nossos rituais. Como as saudações e despedidas coletivas”, disse o treinador à DW. Além dos esportes, também sobre a união social dos participantesSalim enfatizou.

O ambiente social no clube é importante, pois os participantes vêm de uma instalação de recepção inicial próxima para refugiados.

“Esse tipo de treinamento é importante para as crianças, porque enquanto fugiam, muitas tiveram a experiência de ver os mais fortes vencendo. Muitas vezes, seu comportamento pode ser um pouco brutal”, disse Antje Nekhili à DW.

“Aqui eles são ensinados a serem atenciosos novamente. As crianças podem ter relações sociais boas e divertidas novamente.”

Nekhili é o refugiado coordenador voluntário de habitação e lançou o projeto “Football Connects” com Hertha Bonn em março de 2022.

Salim Mehdaoui conversa com as crianças que ensina futebol
O técnico Salim Mehdaoui e as crianças refugiadas dizem seus nomes antes do início do futebolImagem: Thomas Klein/DW

A barreira do idioma é um desafio

Finalmente a bola rola e as coisas ficam barulhentas no pequeno ginásio. Explosões de risadas se misturam às comemorações dos gols – a alegria é tão visível quanto contagiante.

“Isso me enche de alegria”, disse Mehdaoui. “Você vê que isso faz bem às crianças, o que realmente me motiva.”

Quando o projeto foi lançado, há dois anos, o agora estudante tinha acabado de terminar um ano sabático fazendo trabalho social voluntário no Hertha Bonn. Salim desenvolveu um conjunto de diretrizes, uma vez que a comunicação, em particular, desafiava ele e seus colegas.

“Claro que é um desafio, pois há barreiras linguísticas e há novas crianças em todos os treinos”, disse Jörg Michael, vice-presidente do Hertha Bonn, à DW. “As crianças vêm de países diferentes e muitas vezes não falam uma língua comum.”

Segundo Michael, isso dificulta que os treinadores cheguem a todas as crianças.

Mehdaoui abordou o problema de frente e desenvolveu soluções junto com os responsáveis ​​do clube. Comunicação – quando não estiver em inglês ou Francês – é praticado de forma não verbal com pequenos cartões que Mehdaoui mostra às crianças.

Isto significa que nem sempre é necessária uma linguagem comum, disse Nekhili. “Desta forma podemos fazer amizade com o que em outros contextos podem ser culturas antagônicas, já que jogam no mesmo time.”

O clube usa o futebol como linguagem comum, que Michael diz ser compreendida em todo o mundo.

Uma menina dribla uma bola de futebol dentro de uma academia
A integração da Alemanha através do futebol foi um sucessoImagem: Thomas Klein/DW

DFB: ‘Um exemplo impressionante de altruísmo’

“Pausa de cinco minutos” ou um simples sinal de parada em um cartão são exibidos para que as crianças entendam o que está acontecendo. E funciona – o projeto é um sucesso estrondoso e recentemente recebeu um prêmio por integração e tolerância no futebol por parte do Associação Alemã de Futebol (DFB).

Sob a liderança do presidente da DFB, Bernd Neuendorf, o Hertha Bonn foi selecionado entre 134 candidatos ao prêmio. A associação chamou isso de “um exemplo impressionante de altruísmo, pois não é uma forma de conquistar futuros sócios para o clube”. As crianças saem do centro de refugiados de Bonn dentro de alguns dias ou semanas.

Os clubes podem ajudar na integração

Apesar das estadias tipicamente curtas, as crianças beneficiam dos treinos semanais. Além de serem uma distração bem-vinda da sua vida diária em alojamentos para refugiados, eles aprendem importantes habilidades sociais e são expostos à cultura alemã.

“As sessões de treinamento mudam a forma como as crianças se comportam. Se já participaram de uma, podem ajudar outras crianças”, disse Nekhili. “Eles apoiam uns aos outros e compartilham seus conhecimentos.”

Para Jörg Michael, o projeto demonstra como instituições importantes como clubes de futebol podem ser para integração. “Deveria ser um dever dos clubes estarem socialmente engajados”, disse ele. “É por isso que desenvolvemos as diretrizes e queremos mostrar como pode ser simples oferecer esses treinamentos”.

Depois de apenas 60 minutos, a sessão de hoje chega ao fim, com as crianças mais uma vez circulando e usando a última energia restante para gritar “Fußball” – tudo em um único idioma e com um sorriso radiante.

Este artigo foi traduzido do alemão



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Após racismo em shopping, estudantes fazem manifestação com dança em SP; vídeo

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Esse cãozinho bastante ferido pediu socorro em uma delegacia no Recife (PE), com um chicote de moto no pescoço dele. Foi atendido na hora. Foto: PRF

Estudantes do Colégio Equipe, em São Paulo, fizeram uma manifestação contra um caso de racismo no Shopping Pátio Higienópolis. Com danças, músicas e jograis, eles pediram justiça contra o preconceito sofrido por dois adolescentes pretos. Racistas não passarão!

Isaque e Giovana, alunos da escola, foram abordados por um segurança enquanto esperavam na fila da praça de alimentação. Eles estavam acompanhados de uma colega branca, que foi abordada pela segurança e questionada se os amigos a “incomodavam”.

Nesta terça-feira (23), estudantes, professores, familiares e movimentos sociais tomaram as ruas da região próxima ao shopping. Ao som de Ilê Aiyê, música de Paulo Camafeu, as crianças deram um show e mostraram que o preconceito não tem vez!

Ato de resistência

A resposta ao caso de racismo veio uma semana depois. Com o apoio de diversos movimentos, os estudantes organizaram a manifestação potente e simbólica.

Eles caminharam pelas ruas e avenidas da região até o Shopping. Lá, leram um manifesto emocionado, que foi repetido em jogral.

Dentro e fora do estabelecimento, o recado foi bem claro: basta de racismo! “Abaixo o racismo! Justiça para Isaque e Giovana”, disse o Colégio Equipe em uma postagem nas redes.

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Histórico de discriminação

Não foi a primeira vez que estudantes pretos do Colégio Equipe enfrentaram preconceito no Pátio Higienópolis.

Em 2022, outro aluno foi seguido por um segurança dentro de uma loja.

A escola afirmou que tentou dialogar com o shopping na época, mas sem sucesso.

Desta vez, a resposta foi outra: “Ao final, convidamos a direção do shopping para uma reunião no Colégio Equipe. A advogada que recebeu os representantes se comprometeu a encaminhar e responder ao convite.”

Internet apoia

Postado na internet, o vídeo do protesto teve milhares de visualizações e recebeu apoio dos internautas.

“Parabéns escola! Parabéns alunos! Me emocionei aqui! Fiquei até com vontade de mudar meu filho de escola”, disse a ativista Luisa Mell.

Outro exaltou o exemplo de cidadania dos pequenos.

“Cidadania na prática! Que orgulho de toda a equipe e pais. Que orgulho desses alunos que foram solidários. Incrível!”.

O racismo tem que acabar!

Veja como foi a manifestação dos estudantes:

O recado foi certeiro: não passarão!

Uma verdadeira festa da democracia:



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Cai preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil; Top 10

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

Notícia boa para o consumidor. Enquanto tudo sobe, cai o preço dos seguros dos carros mais vendidos no Brasil. É o que revela um novo estudo divulgado esta semana.

Conduzida pela Agger, plataforma especializada no setor de seguros, a pesquisa mostrou que o custo médio para proteger os dez veículos com maior volume de vendas no país teve redução de 5,4%. Os dados foram analisados entre fevereiro de 2024 e fevereiro de 2025.

Dentre os modelos avaliados, o Renault Kwid se destacou ao apresentar a maior diminuição no valor, com queda de 12,5%. A queda nos preços reflete uma série de fatores, desde o perfil dos condutores até as estratégias adotadas pelas seguradoras para se manterem competitivas.

Carros com maiores descontos

Entre os modelos analisados, vários apresentaram queda no valor das apólices. Veja os destaques:

  • Renault Kwid: queda de 12,5%
  • Volkswagen T-Cross: queda de 11,22%
  • Honda HR-V: queda de 8,29%
  • Fiat Argo: queda de 7,73%
  • Fiat Mobi: queda de 6,06%
  • Hyundai Creta: queda de 5,88%
  • Volkswagen Polo: queda de 1,27%
  • Chevrolet Onix: queda de 0,43%

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Impacto para motoristas

Para quem está pensando em contratar ou renovar o seguro, a notícia é animadora.

Com os valores mais baixos, fica mais fácil encontrar um plano acessível e que tenha boa cobertura.

Segundo Gabriel Ronacher, CEO da Agger, “é essencial que os motoristas busquem a orientação de corretores especializados para garantir a melhor cobertura e custo-benefício”, disse em entrevista à Tupi FM.

Impacto nos preços

De acordo com o estudo publicado pela Agger, quatro fatores explicam o motivo dos preços de um seguro.

O histórico do motorista é o principal. Quem não se envolve em acidentes tende a pagar menos.

A idade e o valor do carro também interferem. Veículos mais caros ou com peças difíceis de achar têm seguros mais altos.

Proprietários que moram em regiões com mais roubos ou colisões também tendem a pagar mais.

Por último, o perfil do consumidor, como idade, gênero e até mesmo hábitos de direção.

O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. - Foto: Divulgação O Renault Kwid teve uma redução de mais de 12% no preço do seguro. – Foto: Divulgação



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Estudantes de Medicina terão de fazer nova prova tipo “Exame da OAB”; entenda

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O garoto João, de 10 anos, fez um verdadeiro discurso de capitão emocionante para incentivar o time, que perdia partida de futebol em Aparecida de Goiás. - Foto: @caboverdetop/Instagra

A partir de agora, é como com os bacharéis de Direito: se formou, será submetido a uma avaliação específica para verificar os  conhecimentos. Os estudantes de medicina terão de obrigatoriamente fazer uma prova, no último ano do curso, tipo exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O exame já será aplicado, em outubro de 2025, e mais de 42 mil alunos devem ser avaliados. Será um exame nacional e anual. Porém, diferentemente do que ocorre no Direito, o resultado não será uma exigência para o exercício da profissão. O Ministério da Educação (MEC) lançou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) para avaliar a formação dos profissionais no país.

Para os ministros Camilo Santana (Educação) e Alexandre Padilha (Saúde), o exame vai elevar a qualidade da formação dos médicos no Brasil, assim como reforçar a humanização no tratamento dos pacientes.

Como vai funcionar

A nota poderá servir como meio de ingresso em programas de residência médica de acesso direto. A prova será anual. O exame vai verificar se os estudantes adquiriram as competências e habilidades exigidas para o exercício prático e efetivo da profissão.

Também há a expectativa de que, a partir dos resultados, seja possível aperfeiçoar os cursos já existentes, elevando a qualidade oferecida no país. Outra meta é unificar a avaliação para o ingresso na residência médica.

Há, ainda, a previsão de preparar os futuros médicos para o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Os médicos já formados, que tiverem interesse, poderão participar do processo seletivo de programas de residência médica de acesso direto.

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O que os resultados vão mudar

Os resultados poderão ser utilizados para acesso a programas de residência médica. Caberá ao estudante decidir se quer que a nota seja aplicada para a escolha do local onde fará residência.

A estimativa é de que 42 mil estudantes, no último ano do curso de Medicina, façam o exame. No total são 300 cursos no país, com aplicação das provas em 200 municípios.

O exame será conduzido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em colaboração com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Segundo as autoridades, a ideia é unificar as matrizes de referência e os instrumentos de avaliação no âmbito do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) para os cursos e a prova objetiva de acesso direto do Exame Nacional de Residência (Enare).

Como fazer as inscrições

Os interessados deverão se inscrever a partir de julho. O exame é obrigatório para todos os estudantes concluintes de cursos de graduação em Medicina.

A aplicação da prova está prevista para outubro e a divulgação dos resultados individuais para dezembro.

Para utilizar os resultados do Enamed para o Exame Nacional de Residência, é necessário se inscrever no Enare e pagar uma taxa de inscrição (exceto casos de isenção previstos em edital).

Os estudantes que farão o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes e que não pretendem utilizar os resultados da prova para ingressar na residência, pelo Enare, estarão isentos de taxa, segundo o MEC.

O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil O exame será aplicado, em outubro de 2025, e cerca de 42 mil estudantes devem fazer a prova. Foto: Agência Brasil



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