POLÍTICA
Juiz que ajudou partido a questionar urnas defende…
PUBLICADO
12 meses atrásem
Laryssa Borges
O juiz Sandro Vieira, que atuou como magistrado auxiliar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até agosto de 2022 e apareceu citado na investigação da Polícia Federal sobre o planejamento de um golpe de Estado sob a falsa alegação de que as eleições presidenciais poderiam ser fraudadas, defendeu no passado, em entrevista a VEJA, a segurança das urnas eletrônicas.
A partir da recuperação de mensagens apagadas no telefone celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, investigadores identificaram que Vieira auxiliou clandestinamente o Partido Liberal em uma ofensiva para questionar as urnas e colocar sob suspeição a higidez do processo eleitoral brasileiro. Depois das revelações, ele foi afastado do cargo por ordem do corregedor nacional de justiça Mauro Campbell.
Em meados de 2021, por sugestão da Polícia Federal, o TSE decidiu abrir o código-fonte das urnas, um conjunto de milhões de informações que descrevem o software do equipamento, para que especialistas buscassem falhas nas urnas. Foi neste contexto que Sandro Vieira defendeu com veemência a VEJA a segurança do sistema de votação.
No ano seguinte, mostram as investigações da PF, o juiz assessorou na confecção de um relatório encomendado pelo PL ao Instituto Voto Legal (IVL) para alegar, junto ao TSE, supostas fraudes no registro de votos no sistema eletrônico utilizado no país. “Os elementos probatórios identificados pela investigação demonstram que Sandro Nunes Vieira atuou de forma ilegal e clandestina ao assessorar o Partido Liberal na representação eleitoral contra as urnas eletrônicas”, afirmam os policiais no relatório final da Operação Contragolpe.
Na época em que defendeu a segurança da votação dos brasileiros, Sandro Vieira disse a VEJA que:
- “Se um partido político pedir hoje para fazer uma auditoria no código-fonte que foi utilizado em 2020, ele terá à disposição. Vamos pegar um exemplo das eleições de 2018: se tivesse um comando que mandasse registrar todos os votos para o 13 no 17 ou do 17 no 13, teria que ter no código-fonte um comando que mandasse fazer isso. Se um partido está dizendo que teve fraude, ele pode pegar nosso código-fonte, contratar um engenheiro de software, ir lá e abrir o código-fonte e ver se existe este comando. A máquina não executa um comando que não foi previsto previamente”.
- “Na hipótese de um hacker pegar o sistema de urna eletrônica, ele tem que ter acesso a um sistema lacrado guardado na sala-cofre do TSE, com barreiras físicas dos seguranças que guardam a sala-cofre, editar o sistema, conseguir reproduzir a assinatura eletrônica do presidente do TSE, do secretário de Tecnologia da Informação, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Polícia Federal. Tem que reproduzir todas essas assinaturas para fazer o software funcionar. Se faltar um deles, não funciona a urna”.
- “A ideia de abrir os códigos-fontes para universidades e para o TCU [nas eleições o TCU fez uma auditoria que confirmou a confiança nas urnas eletrônicas] é para que eles vejam quais os comandos as urnas executam e se certificarem que não é possível produzir boletins de urna falsos, por exemplo. Se eu mandasse a urna adulterar votos, no código-fonte teria um comando mandando a urna adulterar votos, deixando rastros. Por isso auditoria do código-fonte é tão importante”.
- “O nosso [sistema de urnas eletrônicas] é tão bom que ninguém tem igual”.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
Matheus Leitão
Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social)
Digital Completo
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES
Revista em Casa + Digital Completo
Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Relacionado
Felipe Barbosa
Relâmpago: Digital Completo a partir R$ 5,99
Digital Completo
Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES
Revista em Casa + Digital Completo
Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês
*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Relacionado
POLÍTICA
A articulação para mudar quem define o teto de jur…
PUBLICADO
6 meses atrásem
5 de maio de 2025Nicholas Shores
O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN).
A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica.
Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.
A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira.
Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.
Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios.
Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.
A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.
Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.
Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.
Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.
Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.
Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
ACRE4 dias agoMestrado em Ciências Ambientais é destacado em livro da Capes — Universidade Federal do Acre
ACRE5 dias agoUfac assina ordem de serviço para expansão do campus Fronteira — Universidade Federal do Acre
ACRE4 dias agoSemana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
ACRE4 dias agoCAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre


Warning: Undefined variable $user_ID in /home/u824415267/domains/acre.com.br/public_html/wp-content/themes/zox-news/comments.php on line 48
You must be logged in to post a comment Login