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Justiça autoriza inquérito da PF contra Nunes por suspeitas de envolvimento na ‘máfia das creches’

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A Justiça Federal autorizou a Polícia Federal a abrir inquérito contra o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), no caso que ficou conhecido como a “máfia das creches”. A PF pediu a continuidade das investigações contra Nunes por suspeitas de que o prefeito teria participado do esquema de desvios de verba pública por entidades conveniadas à prefeitura através da companhia de controle de pragas da sua família, a Nikkei.

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No relatório final da Operação Daycare, de julho, a PF citou um possível envolvimento da empresa da mulher e da filha de Nunes ao constatar cheques de R$ 31,5 mil pagos por meio de uma das empresas que abasteceriam o esquema com notas frias, chamada Francisca Jacqueline Oliveira Braz Eireli. Duas transferências foram feitas diretamente na conta do prefeito, nos valores de R$ 5.795,08 cada. Outros R$ 20 mil foram pagos à Nikkei. As transferências ocorreram em 2018, quando o político exercia o segundo mandato de vereador na Câmara Municipal de São Paulo.

A defesa do prefeito nega irregularidades, diz que o dinheiro se origina de serviços efetivamente prestados e se declarou “inconformada” com a decisão que permitiu a continuidade das investigações contra Nunes. “Exaustivamente, durante cinco anos, diversas pessoas foram investigadas e indiciadas, se descartando qualquer ato, direto ou indireto, que pudesse relacionar o prefeito aos fatos”, argumenta nota enviada ao GLOBO pelo advogado Daniel Bialski. O escritório pretende impetrar harbeas corpus em instâncias superiores pedindo o trancamento do inquérito.

Em nota, a prefeitura de São Paulo disse que “nada se comprovou” contra Nunes e a apuração da PF “sequer incluiu o nome do prefeito” entre os indiciados. “Portanto, é de se estranhar tal decisão num processo em que o prefeito já prestou todos os esclarecimentos às autoridades. Por fim, reitera que não há nenhuma relação dele ou de sua empresa com a empresa envolvida em suposto ilícito”, completa.

Alvo de investigação da Polícia Federal, o esquema de desvio de verbas em creches administradas por organizações sociais em São Paulo movimentou, ao todo, aproximadamente R$ 1,5 bilhão entre 2016 e 2020. Conforme aponta o inquérito, fruto de averiguação iniciada em 2021, o caso envolveria escritórios de contabilidade e empresas de fachada especializadas em emitir notas frias, chamadas pela PF de “noteiras”.

O inquérito mostra que os indícios de irregularidades vão desde falsificações de guias da Previdência Social até a emissão de notas frias de serviços e produtos que nunca foram prestados ou entregues. Em outra manobra, fornecedores contratados pelas OS devolveriam parte do valor que recebiam para as contratantes.

As suspeitas de irregularidades começam em 2018, após a Controladoria-Geral do Município receber denúncias anônimas sobre possíveis fraudes na contribuição previdenciária. Além disso, um cruzamento de dados mostrou conexões de donos de escritórios de contabilidade com empresas fornecedoras de serviços para as OS.

O elo permitiu, apontam as investigações, que as organizações fingissem contratar serviços, e a prestação de contas ocorria por meio de notas frias. As organizações transferiam dinheiro para as “noteiras”, que encaminhavam o valor para os fornecedores. Depois, parte desses valores eram enviados de volta para as OS.

A investigação encontrou indícios de irregularidades em 112 de 152 unidades investigadas, envolvendo R$ 14,4 milhões. Apesar de o nome de Nunes não constar entre os 116 indiciados no caso, relatório da PF apontou a necessidade de continuidade da apuração por suspeitas de lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, Nunes manteria relações com a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), cuja presidente é Elaine Targino da Silva. Elaine foi funcionária da Nikkey Serviços S/S, empresa de controle de pragas da família de Nunes.

A polícia entende, em razão dos cheques identificados através da quebra do sigilo bancário de pessoas investigadas no caso, que “é suspeita essa relação do então vereador com uma das principais empresas atuantes do esquema criminoso”. O prefeito, por sua vez, alegou em depoimento que a Nikkei prestou serviço de dedetização para a Acria.

O caso das “máfia das creches” foi exaustivamente explorado por adversários de Nunes na campanha eleitoral, como Guilherme Boulos (PSOL), derrotado pelo atual prefeito em segundo turno. Em dado momento nos debates, o deputado passou a desafiar Nunes a abrir o sigilo bancário. O prefeito respondeu que o adversário agia por desespero.

Após a divulgação da autorização para o inquérito, Boulos se manifestou por postagem nas redes sociais: “Onde há fumaça… Além de Nunes, a Polícia Federal vai investigar uma empresa da família do prefeito. São Paulo merece respeito”, escreveu o deputado federal.

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Ufac institui a primeira Pesquisa de Clima Organizacional — Universidade Federal do Acre

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Ufac institui a primeira Pesquisa de Clima Organizacional — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nesta segunda-feira, 24, o lançamento da primeira Pesquisa de Clima Organizacional, transmitida pelo canal da Coordenadoria de Qualidade de Vida no YouTube. Durante a palestra, a professora da UnB, Carla Antloga, explicou como a pesquisa será aplicada e quais objetivos orientam o processo, destacando a importância de compreender a percepção dos servidores e identificar melhorias para fortalecer as ações de Qualidade de Vida no Trabalho.

Antes do lançamento desta nova etapa, a Ufac já havia realizado um diagnóstico inicial por meio de entrevistas individuais, grupos focais e coleta de impressões com servidores de diferentes setores. Esse material está em análise por uma consultoria especializada. Com o evento desta segunda-feira, tem início a primeira pesquisa de clima organizacional da história da instituição, que será conduzida pela Universidade de Brasília (UnB) para garantir anonimato, segurança das informações e rigor metodológico. A expectativa é alcançar ao menos 80% de adesão entre 1.502 servidores distribuídos entre os campus da Ufac, com questões sobre condições de trabalho, organização do trabalho, reconhecimento e oportunidades; significado do trabalho, relacionamento socioprofissional, balanceamento trabalho-vida e saúde.

A pesquisa integra o processo de construção coletiva da Política de Qualidade de Vida no Trabalho, iniciado em 2024 e previsto no planejamento estratégico 2024–2033 da universidade, além de atender às diretrizes da Lei Federal 14.681/2023, que orienta instituições de educação a desenvolver políticas de bem-estar e valorização profissional. Os resultados obtidos serão utilizados na elaboração dada política institucional e na futura criação do Programa de QVT, que seguirá com capacitações, acompanhamentos e avaliações contínuas até 2026, quando está prevista sua consolidação final.

O dispositivo de honra contou com a presença da reitora Guida Aquino; da pró-reitora de Desenvolvimento e Gestão de Pessoas, Filomena Maria Cruz; da coordenadora de Qualidade de Vida e Responsabilidade Social (CQVRS), Kelly Xavier Maggi; e da diretora de Desempenho e Desenvolvimento (DDD), Kárytha Krystyny Melo da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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IV WORKSHOP DE EMPRESAS JUNIORES

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.

Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”

O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”

 

A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.” 

A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.

Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 



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