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‘Kristallnacht’ não é um termo forte o suficiente para motins antijudaicos – DW – 11/09/2024

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7 meses atrásem
As palavras têm significado. Eles moldam a forma como as pessoas se sentem sobre um problema, lembram-se de acontecimentos e respondem aos desenvolvimentos que afectam as suas vidas.
Durante décadas, as pessoas na Alemanha referiram-se ao violência antijudaica que se espalhou por todo o país em 9 de novembro de 1938, como a “Kristallnacht” ou “Reichskristallnacht”. A tradução “Night of Broken Glass” é amplamente utilizada em inglês.
Na Alemanha, isso começou a mudar. Os historiadores debatem as origens do termo “Kristallnacht”, mas mesmo assim ele entrou no léxico da história alemã como tal, “devendo seu nome aos cacos de vidro quebrado que cobriam as ruas alemãs”, de acordo com o Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos (USHMM). ) em Washington, DC.
O problema é que o vidro partido não é a pior consequência de uma noite de terror que muitos historiadores marcam como o início do Holocausto e o assassinato sistemático de milhões de judeus e de pessoas de outros grupos.
Chamando como é
“O termo obscurece as atrocidades que foram cometidas contra cidadãos judeus”, escreveu certa vez Meier Schwarz, um sobrevivente do Holocausto nascido na Alemanha e académico israelita que morreu em 2022, para o schoah.org, um arquivo online do Holocausto.
Centenas de pessoas foram mortas, segundo o USHMM, e 30 mil judeus foram presos e deportados para campos de concentração.
Naquela noite, os manifestantes incendiaram centenas de sinagogas e instituições judaicas em toda a Áustria e Alemanha. Profanaram cemitérios judaicos e saquearam milhares de empresas de propriedade de judeus. Então, as autoridades nazistas ordenaram que os judeus pagassem pelos danos.
Dada a dimensão e a gravidade dos acontecimentos, “vidros partidos” não capta a extensão da brutalidade e do sofrimento. Ao utilizar uma terminologia mais direta e explícita, a Alemanha pretende garantir que o registo histórico reflete a natureza das atrocidades cometidas.
Prelúdio fatal ao Holocausto
Schwarz e outros disseram que um termo mais apropriado seria “pogrom”, uma palavra russa derivada de um verbo que significa “causar estragos, demolir violentamente”. Como tal, a “Pogromnacht” – noite dos pogroms – tornou-se mais comum nos discursos recentes sobre o Holocausto na Alemanha.
A “Kristallnacht”, ou seu equivalente em inglês, continua sendo de uso comum fora da Alemanha, inclusive pela mídia de língua inglesa e por organizações judaicas. O USHMM utiliza-o, mas define ainda o que aconteceu como um “ato organizado de violência nacional” e uma “onda de violentos pogroms antijudaicos”.
‘Pogrom’ também problemático
Nem todos os historiadores estão satisfeitos com essa escolha. Dizem que “pogrom” é um termo genérico que pode ser aplicado a uma série de violência e perseguição enfrentadas pelos judeus ao longo da sua história na Europa, especialmente no império russo. Ainda assim, embora estes acontecimentos também tenham sido traumáticos e mortais, não atingiram o nível de terror sistemático e patrocinado pelo Estado da Alemanha nazi.
A coordenação e o planejamento foram “tão especiais sob nacional-socialismo)” e sem comparação, disse Raphael Gross, presidente do Museu Histórico Alemão, à emissora pública DLF.
Seu colega historiador, Friedemann Bedürftig, disse à DLF que o termo é uma “Verschlimmbesserung” – uma palavra alemã que significa piorar algo enquanto tenta melhorá-lo.
Encontrando palavras para o indizível
A forma como as pessoas e as sociedades veem e lidam com a história muda ao longo do tempo, assim como o vocabulário usado para falar sobre ela. Isto é especialmente verdade na Alemanha, cujo presente é constantemente confrontado com o seu passado. Dado o extremismo da era nazi e os crimes contra a humanidade que daí resultaram, pode ser impossível para historiadores, linguistas e escritores encontrarem as palavras certas para descrever essa escala de horror e destruição.
Mas o processo de tentar fazer exatamente isso é, em si, outra forma pela qual a Alemanha mantém a consciência pública da sua história. Nesse sentido, os termos importam menos que o conteúdo.
“A coisa mais importante”, disse Gross, “é saber do que você está falando.”
Editado por: Jon Shelton
Este artigo foi publicado originalmente em 9 de novembro de 2023 e republicado em 9 de novembro de 2024.
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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3 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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