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Locais culturais alemães em risco nos incêndios florestais na Califórnia – DW – 01/09/2025

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A Califórnia tem lutado incêndios violentos em torno de Los Angeles, deixando vários mortos e muitos feridos. O perigo é especialmente grave na área de Pacific Palisades, onde mais de 100 mil residentes foram obrigados a evacuar. A Alemanha também está preocupada com dois dos seus edifícios emblemáticos em Palisades, que possuem grande significado cultural: a Casa Thomas Mann e a Villa Aurora.

Villa Aurora, uma villa elaborada em estilo espanhol de 1927 que já foi um centro intelectual para aqueles que fugiu da Alemanha nazistaestá especialmente em risco, pois está localizado nas imediações dos incêndios.

“As imagens dos incêndios em Los Angeles nos abalam profundamente”, dizia um comunicado de imprensa no site dos edifícios. “Felizmente, todos os Fellows e funcionários da Villa Aurora e da Thomas Mann House estão seguros. O impacto dos incêndios em nossas duas casas só se tornará totalmente visível nos próximos dias. A situação nas imediações de Villa Aurora é especialmente terrível e nós devemos esperar o pior.”

De acordo com o chefe dos bombeiros do condado de Los Angeles, Anthony Marrone, mais de 1.000 edifícios foram destruídos devido a um incêndio, a maioria dos quais no rico bairro de Palisades, na cidade. Uma série de Hollywood figuras e celebridades possuem casas nas Palesades, incluindo Tom HanksJennifer Aniston e Billy Crystal, entre outros.

Um carro queimado e um litoral em Malibu, Califórnia.
Incêndios florestais estão devastando a área de Palisades, em Los AngelesImagem: Eric Thayer/Getty Images

Centros significativos de diálogo

Tanto a Casa Thomas Mann quanto a Villa Aurora são de grande importância para a Alemanha e servem como centros culturais e locais de intercâmbio entre bolsistas internacionais. Os dois edifícios são administrados por uma fundação, mas financiados inteiramente pelo Ministério Federal das Relações Exteriores da Alemanha e pelo Comissário do Governo Federal para a Cultura e a Mídia.

O governo alemão comprou a antiga residência norte-americana do ganhador do Prêmio Nobel, Thomas Mann, para salvá-la da demolição em 2016. O objetivo era promover o diálogo transatlântico como “um lugar de contemplação e discussão sobre os desafios comuns do nosso tempo”, ao mesmo tempo que servia “como local de comemoração da história do exílio em todas as suas formas” segundo o site do edifício.

O governo alemão expressou preocupação com o destino dos edifícios durante os incêndios. “A destruição destes importantes locais culturais seria uma catástrofe cultural. Eles são símbolos do exílio e da liberdade da arte”, disse a ministra da Cultura alemã, Claudia Roth, à Agência Alemã de Imprensa (dpa). Roth espera que as duas importantes instituições culturais possam ser preservadas e continuar o seu trabalho.

Locais importantes de exílio

Thomas Mann, autor ganhador do Prêmio Nobel de obras que incluem A montanha mágica e José e seus irmãos fugiu para os EUA em 1938, depois que os nazistas chegaram ao poder na Alemanha.

A villa em que Mann viveu entre 1942 e 1952 está localizada no extremo oeste de Los Angeles. Enquanto morava nos EUA, Homem tornou-se uma figura importante dos intelectuais alemães exilados. “A Alemanha está onde quer que eu esteja”, disse ele aos seus apoiantes. Nos últimos anos, graças ao financiamento do governo alemão, o edifício acolheu bolsistas de todo o mundo em diversas disciplinas.

Uma grande casa iluminada à noite.
A casa Thomas Mann acolhe bolsistas de todo o mundoImagem: Bernd von Jutrczenka/dpa/picture aliança

Villa Aurora, uma obra-prima arquitetônica impressionante, também tem um significado histórico único. Marta e Lion Feuchtwanger, um casal judeu que teve que fugir Alemanha nazista, comprou a propriedade em 1943 e transformou-a num centro para refugiados da Alemanha. Eles realizavam regularmente concertos, leituras e recepções lá. Entre os nomes famosos que iam e vinham estavam o dramaturgo Bertolt Brechtestrela do cinema mudo Charlie Chaplin e compositor Hanns Eisler.

Todos os anos, a Villa Aurora e a Thomas Mann House concedem até vinte bolsas a artistas que trabalham nas artes visuais, cinema e literatura para uma estadia de três meses na Villa Aurora, em Los Angeles. A bolsa estipula que os participantes devem ser residentes de Alemanhaembora a cidadania alemã não seja exigida, o que significa que muitos vêm de todo o mundo, trabalhando em diversas disciplinas criativas – do cinema à literatura.

Frank-Walter Steinmeier fala em evento ao ar livre em sua casa em 2018.
O presidente alemão Frank-Walter Steinmeier fala na inauguração da Thomas Mann House em 2018Imagem: Bernd von Jutrczenka/dpa/picture Alliance

Inspirado na Andaluzia

Arquitetonicamente falando, Villa Aurora é uma jóia. Foi construída em 1927 como uma casa de 14 quartos em estilo colonial espanhol de 6.700 pés quadrados em meio a uma vegetação exuberante. O investidor original da casa, Arthur A. Weber, viajou para a Andaluzia e se inspirou na Catedral de Teruel, nas proximidades de Sevilha, para seu projeto. Nenhuma despesa foi poupada para tornar o edifício o mais “europeu” possível – tetos de madeira foram enviados da Espanha e uma fonte renascentista foi importada da Toscana. Os toques locais incluíram paredes de sequoia e azulejos de inspiração mourisca feitos pela Malibu Tile Company. A casa também estava equipada com o que há de mais moderno em termos técnicos – contava até com um órgão de teatro que acompanhava as projeções de filmes mudos, que estavam na moda na década de 1920.

Quando os Feuchtwanger se mudaram em 1943, depois de fugirem dos nazistas, o prédio estava tão degradado que eles passaram as primeiras noites no jardim em sacos de dormir, de acordo com a história oral de Marta Feuchtwanger. Eles finalmente consertaram o local e fizeram dele um centro para intelectuais no exílio.

O incêndio em Palisades que assola a área costeira entre Malibu e Santa Monica se espalhou por mais de 17.000 acres. É considerado o incêndio mais destrutivo de todos os tempos no condado de Los Angeles.

Editado por: Brenda Haas



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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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