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Los Angeles oferece quartos de hotel a desabrigados – 15/12/2024 – Mundo
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11 meses atrásem
Daniel Trotta
Enquanto cada vez mais cidades dos Estados Unidos invocam a polícia para reprimir pessoas em situação de rua, Los Angeles resiste à urgência em colocar as forças de segurança para lidar com a questão desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos, em junho, considerou constitucional o uso do aparato de segurança para tal.
No estado com o maior número de pessoas sem-teto —cerca de 186 mil em toda a Califórnia, incluindo 45 mil em Los Angeles— a prefeita Karen Bass diz que o volume exige uma abordagem diferente para o aspecto mais visível do problema.
“Estamos falando de mais de 40 mil pessoas. Onde você vai colocá-las se [tirá-las à força da rua] e não der abrigo a elas?”, disse Bass à Reuters após inaugurar, nesta semana, um prédio de apartamentos onde 58 pessoas, retiradas das ruas por meio de seu programa Inside Safe, agora têm moradias permanentes.
O programa realocou milhares de pessoas para quartos de hotel ou abrigos, fornecendo serviços sociais e acabando com acampamentos nas calçadas, embora críticos reclamem que a polícia é excessivamente rigorosa quando retira as tendas e moradias improvisadas.
A cidade orçou quase US$ 1,3 bilhão para despesas relacionadas aos sem-teto no ano fiscal de 2023-24, dos quais US$ 250 milhões foram alocados para o Inside Safe, de acordo com um relatório municipal. Bass disse que a cidade está desenvolvendo abrigos mais econômicos, apoiando moradias permanentes e evitando que as pessoas percam suas casas em primeiro lugar.
Syed Shah, 34, afirma que tinha dentes podres e uma barba até o peito quando morava na rua em Hollywood. O Inside Safe o colocou em um hotel e, por fim, em uma moradia permanente. Agora ele trabalha como guia turístico em Hollywood.
“Me sinto melhor, pareço melhor. Meus dentes finalmente estão limpos”, disse Shah. “Definitivamente me ajudou muito.”
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‘FAZENDO O QUE FUNCIONA’
Depois de anos como um problema aparentemente intratável que só piorava, nove acampamentos nas calçadas desapareceram nos últimos dois anos —e ainda não retornaram— no bairro principal de Hollywood, de acordo com Hugo Soto-Martinez, representante do distrito no órgão municipal equivalente a uma Câmara de Vereadores no Brasil.
Mais de 250 pessoas, ou 98% das abordadas, aceitaram moradia e serviços do Inside Safe, segundo seu gabinete. “Isto não é apenas sobre compaixão ou fazer o que é certo —é sobre fazer o que funciona”, diz Soto-Martinez.
A Reuters visitou quatro desses antigos locais com acampamentos nesta semana. Três, incluindo um adjacente a uma escola primária, seguem livres de barracas e tendas. Algumas barracas foram montadas no quarto local visitado.
Enquanto comemora seu segundo aniversário no cargo, a prefeita Bass destacaa seus esforços que realocaram 23 mil pessoas nos primeiros 11 meses deste ano e 22,4 mil no ano passado. Foram 17,6 mil em 2022, antes de ela assumir o cargo.
Los Angeles diz que não mudará sua abordagem, mesmo que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, tenha instado autoridades de segurança locais a reprimir os acampamentos após decisão da Suprema Corte, em 28 de junho, autorizando cidades a proibir acampamentos.
Desde então, pelo menos 117 cidades e condados em 27 estados —incluindo 39 localidades na Califórnia— aprovaram alguma versão de lei anti-acampamento, de acordo com o Centro Nacional de Direito dos Sem-Teto.
“O Inside Safe, embora possua falhas, mostra que os políticos podem encontrar soluções para os sem-teto que não começam com tratores ou prisão”, diz Jesse Rabinowitz, diretor de comunicações do centro.
A Human Rights Watch, organização internacional não governamental que realiza pesquisas sobre os direitos humanos, afirmou em um relatório de agosto que a polícia de Los Angeles visava desproporcionalmente os sem-teto, que foram alvo de 38% de todas as prisões e 99% das infrações de 2016 a 2022. Bass disse que o relatório cobriu os anos antes de seu mandato e que a polícia reduziu as punições.
Outros afirmam que os funcionários devem se concentrar em soluções de longo prazo, como moradias acessíveis. Apenas 26% do número de pessoas abrigadas no primeiro ano de Bass mudaram para moradias permanentes, de acordo com seu escritório. Esse número aumentou para 32% este ano.
SOLUÇÕES TEMPORÁRIAS?
A Rede de Ação Comunitária de Los Angeles, de Pete White, fornece serviços para os pobres de Skid Row, o distrito do centro da cidade onde milhares de pessoas acampam em calçadas sujas, com o cheiro de fogueiras alimentadas por plástico misturando-se com o cheiro de amônia da urina.
White elogiou Bass por tomar ação ousada e imediata, mas disse: “O problema com soluções temporárias, sem um plano permanente, é que uma vez que o dinheiro acaba, as pessoas voltam para as ruas.”
Bass descreve sua abordagem como holística.
“Uma das coisas que tentamos demonstrar com o Inside Safe é que você pode tirar as pessoas das ruas imediatamente, o que obviamente ajuda os indivíduos, mas também ajuda as empresas, as escolas, os bairros, porque é algo que compromete a qualidade de vida de todos”, diz Bass.
Em Hollywood, os proprietários de empresas icônicas, incluindo Sunset Sound, o estúdio onde lendas do rock como Rolling Stones e Led Zeppelin gravaram trabalhos seminais, e Amoeba Music, uma loja de discos na Hollywood Boulevard, elogiaram a iniciativa de Bass.
Outra pessoa trazida das ruas foi Shameka Foster, 51, que perdeu a capacidade de pagar por seu apartamento de US$ 1.400 por mês de aluguel em 2023 após uma desaceleração em seu trabalho como segurança. Ela viveu na Skid Row por três meses até que assistentes sociais a colocaram em um hotel e depois em outro.
Embora grata por ter um teto, Foster afirma que a experiência a deixou estressada. Ela diz que foi hospitalizada por duas semanas depois de comer comida estragada servida em um dos hotéis. Foster diz ainda que uma enfermeira negou temporariamente acesso a seu remédio para pressão alta sem motivo aparente.
Depois, ela conta que foi surpreendida pela equipe do local que invadindo seu quarto. O gabinete da prefeita rapidamente encaminhou o assunto para investigação ao saber da ocorrência, afirma um porta-voz.
“Foi muito, muito traumatizante. Chorei a noite toda”, diz Foster. “Estava pronta para voltar para a calçada.” Mas ela permaneceu no programa e duas semanas atrás se mudou para uma moradia permanente.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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