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Lula e o Desafio da Popularidade em 2025

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Murillo Aragão

De acordo com a mais recente pesquisa conduzida pelo Poder360, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chega próximo ao marco de dois anos de mandato com uma avaliação positiva de apenas 27% do eleitorado. Este é o menor índice registrado desde sua posse, representando o grupo de brasileiros que considera sua gestão “boa” ou “ótima”. Desde janeiro de 2023, quando iniciou seu governo com uma aprovação de 43%, houve uma queda de 16 pontos percentuais, evidenciando uma constante erosão de sua popularidade.

No extremo oposto, 33% dos eleitores classificam seu desempenho como “ruim” ou “péssimo”. Embora esse índice seja ligeiramente inferior aos 35% registrados em sua posse, a desaprovação manteve-se dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais nos últimos dois anos, atingindo um pico de 37% em maio de 2024. Esses números, aliados a uma fatia expressiva de 35% que avalia o governo como “regular”, desenham um panorama de estagnação e de dificuldades para reverter o desgaste político acumulado – algo agravado por uma estratégia de comunicação que carece de eficácia.

Mais alarmante é a tendência apontada na série histórica da pesquisa. Realizada bimestralmente, a consistência dos dados reforça uma curva negativa que não pode ser atribuída apenas a variações pontuais. Se a “fotografia” de cada levantamento isolado não parece catastrófica, o “filme” dos últimos dois anos apresenta um cenário de deterioração constante. A estabilidade dos índices desfavoráveis evidencia a dificuldade de Lula em consolidar apoio popular, mesmo com a promessa inicial de um governo voltado para a “união e reconstrução”.

A pesquisa também revela que 48% dos entrevistados desaprovam o governo, enquanto 45% o aprovam. Esse dado, combinado com a dificuldade em conquistar o eleitorado que não votou em Lula em 2022 – quando venceu com 50,90% dos votos válidos –, expõe uma fragilidade estratégica preocupante. Ainda mais crítico é o enfraquecimento de seu apoio em segmentos-chave que foram determinantes para sua vitória, sinalizando uma desconexão crescente que pode comprometer sua governabilidade.

A curva apresentada pelo Poder360 não apenas reflete os desafios enfrentados pelo governo, mas também ressalta os efeitos de uma administração que ainda não conseguiu consolidar sua base de apoio em um ambiente marcado pela polarização. O cenário indica um desgaste progressivo e um horizonte político cada vez mais complexo para Lula. Com a chegada do ano pré-eleitoral, reestruturar sua política de comunicação torna-se imprescindível. Isso não significa simplesmente trocar pessoas, mas adotar uma abordagem abrangente, estratégica e desprovida de preconceitos sobre o que realmente constitui comunicação. Ampliar os canais de diálogo com formadores de opinião e tomadores de decisão deve ser parte central dessa estratégia.

Para enfrentar os desafios que se avizinham, o governo Lula 3 precisará reorganizar-se internamente, alinhar suas narrativas, definir objetivos claros e, sobretudo, evitar a confusão entre políticas de governo e políticas de Estado. Essa separação é fundamental para reconstruir a confiança e reposicionar sua administração perante um eleitorado cada vez mais exigente e desconfiado é um mercado que vê a credibilidade econômica e fiscal do governo perto do nocaute.



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Frase do dia: Ciro Gomes

Matheus Leitão

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“Estou muito envergonhado! Isto é uma indignidade inexplicável!” (Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda, usando as redes sociais para reclamar da troca de Carlos Lupi por Wolney Queiroz, seu desafeto no PDT, no comando do Ministério da Previdência Social) 


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Felipe Barbosa

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A articulação para mudar quem define o teto de jur…

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A articulação para mudar quem define o teto de jur...

Nicholas Shores

O Ministério da Fazenda e os principais bancos do país trabalham em uma articulação para transferir a definição do teto de juros das linhas de consignado para o Conselho Monetário Nacional (CMN). 

A ideia é que o poder de decisão sobre o custo desse tipo de crédito fique com um órgão vocacionado para a análise da conjuntura econômica. 

Compõem o CMN os titulares dos ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento e da presidência do Banco Central – que, atualmente, são Fernando Haddad, Simone Tebet e Gabriel Galípolo.

A oportunidade enxergada pelos defensores da mudança é a MP 1.292 de 2025, do chamado consignado CLT. O Congresso deve instalar a comissão mista que vai analisar a proposta na próxima quarta-feira. 

Uma possibilidade seria aprovar uma emenda ao texto para transferir a função ao CMN.

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Hoje, o poder de definir o teto de juros das diferentes linhas de empréstimo consignado está espalhado por alguns ministérios. 

Cabe ao Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, fixar o juro máximo cobrado no consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, é quem decide o teto para os empréstimos consignados contraídos por servidores públicos federais.

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Na modalidade do consignado para beneficiários do BPC-Loas, a decisão cabe ao ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias.

Já no consignado de adiantamento do saque-aniversário do FGTS, é o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que tem a palavra final sobre o juro máximo.

Atualmente, o teto de juros no consignado para aposentados do INSS é de 1,85% ao mês. No consignado de servidores públicos federais, o limite está fixado em 1,80% ao mês.

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Segundo os defensores da transferência da decisão para o CMN, o teto “achatado” de juros faz com que, a partir de uma modelagem de risco de crédito, os bancos priorizem conceder empréstimos nessas linhas para quem ganha mais e tem menos idade – restringindo o acesso a crédito para uma parcela considerável do público-alvo desses consignados.

Ainda de acordo com essa lógica, com os contratos de juros futuros de dois anos beirando os 15% e a regra do Banco Central que proíbe que qualquer empréstimo consignado tenha rentabilidade negativa, a tendência é que o universo de tomadores elegíveis para os quais os bancos estejam dispostos a emprestar fique cada vez menor.



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