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M23 segue trilha de matéria-prima – DW – 26/01/2025
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No espaço de três anos, o movimento 23 de Março (M23), apoiado pelo Ruanda, conseguiu ocupar grandes partes do Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo. Nos últimos dias, as milícias assumiram o controlo da cidade estrategicamente importante de Minova e capturaram brevemente a pequena cidade de Sake, antes de serem parcialmente repelidas pelos soldados congoleses. A partir de posições nas colinas circundantes, os rebeldes disparam artilharia pesada. Segundo a ONU, as forças de manutenção da paz estão a patrulhar com o exército congolês e a ajudar a proteger a população civil, que se vê repetidamente apanhada no fogo cruzado.
Uma tentativa dos rebeldes do M23 de capturar a cidade de Goma, com um milhão de habitantes, localizada no Lago Kivu, falhou por enquanto no fim de semana. Treze soldados das forças internacionais de manutenção da paz foram mortos durante esta tentativa. Os governos da África do Sul, Malawi e Uruguai anunciaram a morte dos seus soldados no sábado. Isto levou a uma sessão de emergência do Conselho de Segurança da ONU em Nova Iorque no domingo.
Segundo as Nações Unidas, o conflito deslocou mais de 400 mil pessoas na região desde o início do ano. As pessoas deslocadas carecem de comida, água e cuidados médicos. Muitos estão a fugir para o vizinho Ruanda com medo de que Goma possa ser capturada.
Objetivo: Controle de Matérias Primas
As ofensivas do M23 parecem seguir uma lógica clara: querem ganhar o controlo dos recursos naturais da região. Isso inclui ouro, cassiterita, coltan, cobalto e diamantes. Depois de inicialmente capturarem partes das regiões de Rutshuru e Masisi, os rebeldes dirigem-se agora para a área de Walikale, que é conhecida pela sua significativa produção de coltan. Coltan é um mineral estrategicamente importante para a transição energética.
No início de Agosto de 2024, sob a mediação de Angola, foi assinado um acordo de cessar-fogo entre o Ruanda e a RD Congo. No entanto, em 20 de outubro, os rebeldes retomaram a ofensiva no noroeste do país.
Em Dezembro de 2024, as conversações de paz entre a RD Congo e o Ruanda, sob a mediação de Angola, fracassaram. Uma reunião entre o presidente congolês Felix Tshisekedi e o presidente ruandês Paul Kagame foi cancelada no último minuto.
Durante algum tempo, os rebeldes do M23 ocuparam a cidade de Kalembe, cerca de 90 quilómetros a norte de Sake, mas foram posteriormente expulsos por uma contra-ofensiva das milícias Wazalendo e da “Defesa Nduma do Congo Rénové” (NDC-R). A RD Congo acusou o líder do NDC-R, Guidon Shimiray Mwissa, de crimes de guerra e emitiu um mandado de prisão, com a ONU impondo sanções. Agora, ele luta ao lado do exército congolês.
ONU: M23 cobra taxas sobre a produção de Coltan
Kalembe está localizado numa importante rota de transporte que também dá acesso às principais áreas de mineração. “A região de Walikale é muito rica em recursos naturais”, confirma Augustin Muhesi, professor de ciências políticas no Kivu do Norte. “Se o M23 quer ocupar esta área, é apenas para ter acesso a recursos mineiros para financiar as suas operações militares”.
De acordo com as Nações Unidas, o M23 já está a gerar cerca de 300 mil dólares por mês com impostos sobre a produção de coltan nas regiões de Masisi e Rutshuru. Em Abril de 2024, a M23 cercou a cidade de Sake, centro de trânsito e último bastião antes da capital da província, Goma. Os rebeldes também assumiram o controlo da cidade mineira de Rubaya, que detém grandes depósitos de coltan.
Acusação: M23 exporta Coltan para Ruanda
O governo congolês acusa o M23 de exportar a produção das minas de Rubaya para o Ruanda. Segundo uma organização da sociedade civil local, o M23 já distribuiu materiais para retomar as operações mineiras nestes locais.
De acordo com o último relatório da ONU sobre a República Democrática do Congo, existem actualmente cerca de 3.000 a 4.000 soldados ruandeses das Forças de Defesa do Ruanda (RDF) em solo congolês, apoiando os rebeldes M23, que somam cerca de 3.000 combatentes. “A RDF já não se limitou a apoiar as operações do M23 nas regiões de Rutshuru, Masisi e Nyiragongo, mas agora interveio direta e decisivamente”, escreveram os especialistas da ONU. Isto permitiu que ambos os grupos – o M23 e o RDF – expandissem rapidamente o seu território até às margens do Lago Edward, diz o relatório.
De acordo com o Armed Conflict Location and Event Data Project (ACLED), uma organização não governamental que rastreia conflitos globais, o movimento rebelde M23 esteve envolvido em quase 1.700 incidentes violentos desde que retomou as suas atividades em novembro de 2021, que ceifaram a vida de 1.746 pessoas.
O artigo foi atualizado por António Cascais no dia 26 de janeiro de 2025 para refletir os novos desenvolvimentos.
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Curso de Letras/Libras da Ufac realiza sua 8ª Semana Acadêmica — Universidade Federal do Acre
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4 de novembro de 2025O curso de Letras/Libras da Ufac realizou, nessa segunda-feira, 3, a abertura de sua 8ª Semana Acadêmica, com o tema “Povo Surdo: Entrelaçamentos entre Línguas e Culturas”. A programação continua até quarta-feira, 5, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, com palestras, minicursos e mesas-redondas que abordam o bilinguismo, a educação inclusiva e as práticas pedagógicas voltadas à comunidade surda.
“A Semana de Letras/Libras é um momento importante para o curso e para a universidade”, disse a pró-reitora de Graduação, Edinaceli Damasceno. “Reúne alunos, professores e a comunidade surda em torno de um diálogo sobre educação, cultura e inclusão. Ainda enfrentamos desafios, mas o curso tem se consolidado como um dos mais importantes da Ufac.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou que o evento representa um espaço de transformação institucional. “A semana provoca uma reflexão sobre a necessidade de acolher o povo surdo e integrar essa diversidade. A inclusão não é mais uma escolha, é uma necessidade. As universidades precisam se mobilizar para acompanhar as mudanças sociais e culturais, e o curso de Libras tem um papel fundamental nesse processo.”

A organizadora da semana, Karlene Souza, destacou que o evento celebra os 11 anos do curso e marca um momento de fortalecimento da extensão universitária. “Essa é uma oportunidade de promover discussões sobre bilinguismo e educação de surdos com nossos alunos, egressos e a comunidade externa. Convidamos pesquisadores e professores surdos para compartilhar experiências e ampliar o debate sobre as políticas públicas de educação bilíngue.”
A palestra de abertura foi ministrada pela professora da Universidade Federal do Paraná, Sueli Fernandes, referência nacional nos estudos sobre bilinguismo e ensino de português como segunda língua para surdos.
O evento também conta com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Educação e Cultura, da Secretaria Municipal de Educação, do Centro de Apoio ao Surdo e de profissionais que atuam na gestão da educação especial.
(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)
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A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propeg) comunica que estão abertas as inscrições até esta segunda-feira, 3, para o mestrado profissional em Administração Pública (Profiap). São oferecidas oito vagas para servidores da Ufac, duas para instituições de ensino federais e quatro para ampla concorrência.
Confira mais informações e o QR code na imagem abaixo:
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Atlética Sinistra conquista 5º título em disputa de baterias em RO — Universidade Federal do Acre
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31 de outubro de 2025A atlética Sinistra, do curso de Medicina da Ufac, participou, entre os dias 22 e 26 de outubro, do 10º Intermed Rondônia-Acre, sediado pela atlética Marreta, em Porto Velho. O evento reuniu estudantes de diferentes instituições dos dois Estados em competições esportivas e culturais, com destaque para a tradicional disputa de baterias universitárias.
Na competição musical, a bateria da atlética Sinistra conquistou o pentacampeonato do Intermed (2018, 2019, 2023, 2024 e 2025), tornando-se a mais premiada da história do evento. O grupo superou sete concorrentes do Acre e de Rondônia, com uma apresentação que se destacou pela técnica, criatividade e entrosamento.
Além do título principal, a bateria levou quase todos os prêmios individuais da disputa, incluindo melhor estandarte, chocalho, tamborim, mestre de bateria, surdos de marcação e surdos de terceira.
Nas modalidades esportivas, a Sinistra obteve o terceiro lugar geral, sendo a única equipe fora de Porto Velho a subir no pódio, por uma diferença mínima de pontos do segundo colocado.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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