Presidente da Nigéria, Bola Tinubu chegou em França na quinta-feira para uma visita de Estado de dois dias, com ambas as partes procurando aprofundar os seus laços económicos e diplomáticos.
É a primeira visita oficial de Estado a Paris de um líder nigeriano em mais de duas décadas.
Presidente francês Emmanuel Macron deu as boas-vindas ao seu homólogo com uma calorosa saudação em inglês pidgin nigeriano, sublinhando a ligação cultural entre os dois líderes.
“É uma grande honra para a França”, escreveu ele nas redes sociais, “receber-vos para esta visita de estado”.
Ambos os líderes participaram na reunião do Conselho Empresarial Nigéria-França no Palácio do Eliseu na quinta-feira.
Nigéria e França procuram reforçar laços
A visita de Tinubu é “uma oportunidade para aprofundar a relação já dinâmica entre a França e a Nigéria”, afirmou o gabinete de Macron.
Nigéria foi o principal parceiro comercial da França na África Subsariana em 2023, com um comércio bilateral avaliado em mais de 5 mil milhões de dólares (4,73 mil milhões de euros), segundo a autoridade aduaneira francesa. O comércio é actualmente impulsionado em grande parte pelas exportações de petróleo bruto e outras matérias-primas da Nigéria.
Apesar da sua significativa riqueza petrolífera, o país da África Ocidental enfrentou uma série de desafios económicosincluindo o aumento dos preços dos alimentos e de outros produtos básicos. Também encontrou crescente insegurança e corrupção.
Mais de metade da população do país, cerca de 129 milhões de nigerianos, vive abaixo do limiar da pobreza.
O que a Nigéria quer da França?
Para Tinubu, a visita a França representa uma oportunidade de explorar investimento económico.
“A Nigéria está aberta aos negócios”, disse ele após a sua reunião com Macron, acrescentando que deveria ser considerada “um país e parceiro sério”.
Tinubu pediu aumento dos investimentos estrangeiros em setores-chave da economia da nação africana.
A Nigéria procurava construir laços em “agricultura, segurança, educação, saúde, envolvimento dos jovens, inovação e transição energética”, afirmou o gabinete de Tinubu num comunicado. Ele e Macron também abordarão “valores partilhados relativos a finanças, minerais sólidos, comércio e investimento, e comunicação”, acrescentou.
Ele também sublinhou a importância do sector privado, dizendo: “É nossa responsabilidade montar um programa de segurança alimentar para que o sector privado venha investir no país”, de acordo com o canal de notícias nigeriano Arise News.
Macron, por sua vez, disse que a França “continuará a investir” na Nigéria.
Debate de rua: Viver com medo de raptos na Nigéria
Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5
França pretende superar reveses em África
A visita de Tinubu ocorre num momento em que a França procura reforçar as suas relações com os países africanos num contexto de crescente competição geopolítica no continente, com a crescente influência da China e da Rússia.
Desde que chegou ao poder em 2017, Macron tem procurado uma “renovação” entre França e África.
Mas Paris sofreu uma série de reveses nos últimos anos após golpes militares nas suas ex-colónias NígerMali e Burkina Faso. Os novos governantes militares nesses países romperam relações com o ex-governante colonial e estreitaram laços com a Rússia.
Na quinta-feira, o Chade também anunciou que estava encerrando um acordo de cooperação em defesa com a França.
Ainda assim, a França continua a desfrutar de uma influência significativa em muitos países africanos devido às ligações históricas e culturais.
Paris também procura reforçar as suas parcerias com a África de língua inglesa, visando relações estreitas com países como o Quénia e a Zâmbia.
Este artigo foi escrito em parte com material da agência de notícias AFP.
Editado por: Alex Berry