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Médico do Réveillon do Rio relata trabalho de salvar vidas – 30/12/2024 – Cotidiano

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Luany Galdeano

Parte dos servidores públicos se prepara para passar festas de fim de ano com os colegas de trabalho, atuando em serviços ininterruptos como saúde e segurança pública. Enquanto estão nos plantões, eles lidam com a distância da família no Natal e no Réveillon e atendem a casos que dizem ser comuns nesta época do ano, como brigas e intoxicação alcoólica.

O médico José Alfredo Padilha passa o início de cada ano nos postos de saúde da orla de Copacabana há mais de duas décadas. Ele é servidor da prefeitura do Rio há 30 anos e coordena a área de saúde na chamada Operação Réveillon.

A preparação para o evento dura de dois a três meses e se intensifica às vésperas do Ano-Novo, segundo o médico. No dia 31 de dezembro, ele e outros profissionais fazem um plantão de 12 horas, que começa às 17h e vai até às 5h do dia 1º de janeiro.

Em Copacabana, há quatro postos ao todo. Eles contam com uma diversidade de profissionais da área da saúde e de especialidades médicas, como ortopedista, anestesista e cirurgião —como é o caso de José Alfredo. Os postos também estão equipados para pequenos procedimentos cirúrgicos e terapia intensiva, com material de parada cardíaca.

Segundo o médico, 90% dos casos são resolvidos ali mesmo, sem que seja necessário levar o paciente a um hospital.

“Postos ficam em apoio às áreas de maior concentração de público. Aprendemos com o tempo que não dá para ficar na zona quente, bem de frente ao palco, porque coloca nossa equipe em risco e é difícil saírem as ambulâncias de lá.”

Um dos casos mais comuns, de acordo com o médico, é de pessoas com doenças cardiovasculares que passam mal durante a festa. Muitos ficam o dia todo sob o sol para garantir um lugar melhor perto do palco, o que prejudica a saúde de quem já está debilitado. Ele diz que também há muitos episódios de intoxicação alcoólica ou por entorpecentes.

Além da virada, José Alfredo esteve em postos de saúde de outros grandes eventos no Rio, como o show da Madonna, em maio, e a cúpula do G20, em novembro.

Ele diz que, ao longo dos anos, a preparação para o Réveillon se tornou mais eficiente. A equipe de saúde passou a dedicar mais tempo de estudo para identificar possíveis problemas e implementar soluções.

Antes, por exemplo, era comum que o posto de saúde recebesse casos de esfaqueamento durante a festa. Para contornar a situação, foi determinado que todos os participantes da festa passassem por uma revista com detecção de metal nas ruas próximas à orla. Os casos caíram consideravelmente, segundo José.

“O desafio é perceber todos os agravos à saúde que possam aparecer, para identificar e dar suporte”, afirma.

O médico diz ainda que nunca fez questão de participar da comemoração do Ano-Novo, já que não gosta de festa e prefere passar trabalhando. Os filhos foram acostumados a viver esse dia longe do pai, de acordo com ele.

É diferente de Wendel Matos, do Corpo de Bombeiros de Goiás. Para ele, os plantões se tornaram mais difíceis com o passar do tempo, já que a distância da família passou a pesar mais.

“Entrei jovem, estava vibrando e queria ajudar. Hoje, sou pai, tenho minha esposa. Complica um pouquinho, ainda mais porque, quando estou me preparando para sair nessas festas de fim de ano, meus filhos já perguntam se vou voltar para casa ou não. O coração começa a apertar”, diz.

Quando precisa estar no quartel durante o Natal ou Ano-Novo, Wendel e os colegas de trabalho costumam organizar um evento junto às famílias, para que fiquem próximos aos filhos. Mas, se ocorrer uma emergência, a equipe precisa sair o mais rápido possível para cumprir o serviço.

De acordo com o bombeiro, as ocorrências mais comuns nesse período de fim de ano são acidentes de trânsito. Muitos são causados por pessoas que, para chegar mais rápido às festas em família, acabam ultrapassando a velocidade permitida e sofrem colisões.

Segundo Wendel, é difícil lidar com essas situações mais trágicas. Ele afirma que, nesses casos, o Natal e o Ano-Novo ficam marcados como uma lembrança ruim. “Toda vez que se encontrar para fazer a ceia ou comemorar a passagem de ano, a família vai se lembrar de um falecimento ou de um acidente grave.”

No caso da segurança pública, o sargento Fabrício Costa, da brigada militar do Rio Grande do Sul, diz que os casos mais comuns em fim de ano são as brigas. Ele atua no policiamento há seis anos e, ao longo desse tempo, já fez alguns plantões durante o período festivo.

No Natal, há menos ocorrências do que o normal, segundo Fabrício. Já no Réveillon, além das brigas, há mais casos de perturbação do silêncio, quando algum barulho incomoda a vizinhança até altas horas da madrugada. O soldado diz que, por outro lado, o furto se torna menos comum nessa data, já que a rua fica repleta de agentes.

A equipe nem sempre consegue se reunir para fazer a ceia, mas, quando podem, tentam estar juntos. “Comemoramos entre nós, fazendo uma pequena ceia no horário da janta, quando tivermos disponibilidade e sem ocorrência”, afirma.



Leia Mais: Folha

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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

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Ufac promove ação de autocuidado para servidoras e terceirizadas — Universidade Federal do Acre

A Coordenadoria de Vigilância à Saúde do Servidor (CVSS) da Ufac realizou, nesta quinta-feira, 23, o evento “Cuidar de Si É um Ato de Amor”, em alusão à Campanha Outubro Rosa. A atividade ocorreu no Setor Médico Pericial e teve como público-alvo servidoras técnico-administrativas, docentes e trabalhadoras terceirizadas.

A ação buscou reforçar a importância do autocuidado e da atenção integral à saúde da mulher, indo além da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. O objetivo foi promover um momento de acolhimento e bem-estar, integrando ações de valorização e promoção da saúde no ambiente de trabalho.

“O mês de outubro não deve ser apenas um momento de lembrar dos exames preventivos, mas também de refletir sobre o cuidado com a saúde como um todo”, disse a coordenadora da CVSS, Priscila Oliveira de Miranda. Ela ressaltou que muitas mulheres acabam se sobrecarregando com as demandas da casa, da família e do trabalho e acabam deixando o autocuidado em segundo plano.

Priscila também explicou que a iniciativa buscou proporcionar um espaço de pausa e acolhimento no ambiente de trabalho. “Nem sempre é fácil parar para se cuidar ou ter acesso a ações de relaxamento e promoção da saúde. Por isso, organizamos esse momento para que as servidoras possam respirar e se dedicar a si mesmas.” 

O setor mantém atividades contínuas, como consultas com clínico-geral, nutricionista e fonoaudióloga, além de grupos de caminhada e ações voltadas à saúde mental. “Essas iniciativas estão sempre disponíveis. É importante que as mulheres participem e mantenham o compromisso com o próprio bem-estar”, completou.

A programação contou com acolhimento, roda de conversa mediada pela assistente social Kayla Monique, lanche compartilhado e o momento “Cuidando de Si”, com acupuntura, auriculoterapia, reflexologia podal, ventosaterapia e orientações de cuidados com a pele. A ação teve parceria da Liga Acadêmica de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde e da especialista em bem-estar Marciane Villeme.

 



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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza abertura do Fórum Permanente da Graduação — Universidade Federal do Acre

A Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) da Ufac realizou, nesta terça-feira, 21, no anfiteatro Garibaldi Brasil, campus-sede, a abertura do Fórum Permanente da Graduação. O evento visa promover a reflexão e o diálogo sobre políticas e diretrizes que fortalecem o ensino de graduação na instituição.

Com o tema “O Compromisso Social da Universidade Pública: Desafios, Práticas e Perspectivas Transformadoras”, a programação reúne conferências, mesas temáticas e fóruns de discussão. A abertura contou com apresentação cultural do Trio Caribe, formado pelos músicos James, Nilton e Eullis, em parceria com a Fundação de Cultura Elias Mansour.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, representou a reitora Guida Aquino. Ele destacou o papel da universidade pública diante dos desafios orçamentários e institucionais. “Em 2025, conseguimos destinar R$ 10 milhões de emendas parlamentares para custeio, algo inédito em 61 anos de história.”

Para ele, a curricularização da extensão representa uma oportunidade de aproximar a formação acadêmica das demandas sociais. “A universidade pública tem potencial para ser uma plataforma de políticas públicas”, disse. “Precisamos formar jovens críticos, conscientes do território e dos problemas que enfrentamos.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou que o fórum reúne coordenadores e docentes dos cursos de bacharelado e licenciatura, incluindo representantes do campus de Cruzeiro do Sul. “O encontro trata de temáticas comuns aos cursos, como estágio supervisionado e curricularização da extensão. Queremos sair daqui com propostas de reformulação dos projetos de curso, alinhando a formação às expectativas e realidades dos nossos alunos.”
A conferência de abertura foi ministrada pelo professor Diêgo Madureira de Oliveira, da Universidade de Brasília, que abordou os desafios e as transformações da formação universitária diante das novas demandas sociais. Ao final do fórum, será elaborada uma carta de encaminhamentos à Prograd, que servirá de base para o planejamento acadêmico de 2026.
Também participaram da solenidade de abertura a diretora de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Grace Gotelip; o diretor do CCSD, Carlos Frank Viga Ramos; e o vice-diretor do CMulti, do campus Floresta, Tiago Jorge.



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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

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Ufac realiza cerimônia de abertura dos Jogos Interatléticas-2025 — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou a abertura dos Jogos Interatléticas-2025, na sexta-feira, 17, no hall do Centro de Convenções, campus-sede, e celebrou o espírito esportivo e a integração entre os cursos da instituição. A programação segue nos próximos dias com diversas modalidades esportivas e atividades culturais. A entrega das medalhas e troféus aos vencedores está prevista para o encerramento do evento.

A reitora Guida Aquino destacou a importância do incentivo ao esporte universitário e agradeceu o apoio da deputada Socorro Neri (PP-AC), responsável pela destinação de uma emenda parlamentar de mais de R$ 80 mil, que viabilizou a competição. “Iniciamos os Jogos Interatléticas e eu queria agradecer o apoio da nossa querida deputada Socorro Neri, que acredita na educação e faz o melhor que pode para que o esporte e a cultura sejam realizados em nosso Estado”, disse.

A cerimônia de abertura contou com a participação de estudantes, atletas, servidores, convidados e representantes da comunidade acadêmica. Também estiveram presentes o pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, e o presidente da Fundação de Cultura Elias Mansour, Minoru Kinpara.

(Fhagner Soares, estagiário Ascom/Ufac)

 



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