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Mineração, a boa menina má e a má menina boa – 22/01/2025 – Opinião
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Não há transição energética sem mineração. Essa verdade exige a desconstrução de narrativas polarizadas. Tudo ao nosso redor –do smartphone à energia renovável– depende da mineração. Ter esses avanços sem a atividade mineral seria como produzir chocolate sem cacau.
A Lei de Gresham nos ensina que a moeda má tende a expulsar a moeda boa. Na mineração, isso significa que práticas exploratórias e de curto prazo muitas vezes prevalecem sobre as responsáveis. Esse paradoxo reflete a ambivalência da mineração: ora a boa menina má, ora a má menina boa. Essencial para tecnologias verdes, mas carregada de consequências ambientais, a atividade ocupa um lugar central e contraditório no progresso humano. Práticas responsáveis, no entanto, podem minimizar danos.
O Brasil ocupa posição estratégica nesse setor, sendo um dos maiores produtores globais de minério de ferro, bauxita, manganês, níquel e nióbio –todos essenciais para tecnologias limpas. Segundo o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), o segmento gerou R$ 56,7 bilhões no terceiro trimestre do ano passado. No entanto, há o desafio de mensurar a sustentabilidade da mineração, avaliando seus impactos sociais e ambientais.
Reconhecer a mineração como uma atividade de interesse público é fundamental, mas é igualmente indispensável que ela se alinhe a modelos sustentáveis, como a economia circular, que prioriza a reciclagem, o reaproveitamento de resíduos e a incorporação de critérios ESG. Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) e do Relatório Luz destacam o atraso global e brasileiro no cumprimento de metas climáticas e sociais. Sob essa perspectiva, integrar critérios de sustentabilidade na indústria mineral apresenta-se como uma resposta prática para mitigar impactos ambientais, promover justiça social, reforçar a transparência e assegurar operações responsáveis que gerem valor de longo prazo.
O futuro e a credibilidade da mineração dependem de sua capacidade de reinvenção. Tecnologias como sensores para monitoramento ambiental em tempo real e automação, aliada a uma governança robusta e transparente que promova práticas como a economia circular, o reaproveitamento de rejeitos e o engajamento comunitário são condições essenciais para uma mineração responsável.
A adoção de tecnologias de mineração a seco, amplamente utilizada em países como a Austrália para eliminar o uso de barragens, ainda incipiente no Brasil, e iniciativas como a reutilização de resíduos de mineração em pavimentação ou a transformação de rejeitos de bauxita em cimento sustentável evidenciam que transformar o setor é viável. Essas práticas reafirmam o direito de minerar, associado ao dever inalienável de preservar o ecossistema impactado.
No final, a mineração não é vilã nem heroína. Ela incorpora o paradoxo da boa menina má ou má menina boa, exigindo que decidamos: seremos cúmplices de seus excessos ou protagonistas de sua transformação?
A chave talvez esteja em aliar responsabilidade socioambiental, projetos sustentáveis, inovação tecnológica e economia circular para prolongar o ciclo de vida dos materiais e reduzir a dependência da extração contínua.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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PPG em Educação da Ufac promove 4º Simpósio de Pesquisa — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A Ufac realizou, nessa terça-feira, 18, no teatro E-Amazônia, campus-sede, a abertura do 4º Simpósio de Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE). Com o tema “A Produção do Conhecimento, a Formação Docente e o Compromisso Social”, o evento marca os dez anos do programa e reúne estudantes, professores e pesquisadores da comunidade acadêmica. A programação terminou nesta quarta-feira, 19, com debates, mesas-redondas e apresentação de estudos que abordam os desafios e avanços da pesquisa em educação no Estado.
Representando a Reitoria, a pró-reitora de Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, destacou o papel coletivo na consolidação do programa. “Não se faz um programa de pós-graduação somente com a coordenação, mas com uma equipe inteira comprometida e formada por professores dedicados.”
O coordenador do PPGE, Nádson Araújo dos Santos, reforçou a relevância histórica do momento. “Uma década pode parecer pouco diante dos longos caminhos da ciência, mas nós sabemos que dez anos em educação carregam o peso de muitas lutas, muitas conquistas e muitos sonhos coletivos.”
A aluna do programa, Nicoly de Lima Quintela, também ressaltou o significado acadêmico da programação e a importância do evento para a formação crítica e investigativa dos estudantes. “O simpósio não é simplesmente dois dias de palestra, mas dois dias de produção de conhecimento.”
A palestra de abertura foi conduzida por Mariam Fabia Alves, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), que discutiu os rumos da pesquisa educacional no Brasil e os desafios contemporâneos enfrentados pela área. O evento contou ainda com um espaço de homenagens, incluindo a exibição de vídeos e a entrega de placas a professores e colaboradores que contribuíram para o fortalecimento do PPGE ao longo desses dez anos.
Também participaram da solenidade o diretor do Cela, Selmo Azevedo Apontes; a presidente estadual da Associação de Política e Administração da Educação; e a coordenadora estadual da Anfope, Francisca do Nascimento Pereira Filha.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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Consu da Ufac adia votação para 24/11 devido ao ponto facultativo — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A votação do Conselho Universitário (Consu) da Ufac, prevista para sexta-feira, 21, foi adiada para a próxima segunda-feira, 24. O adiamento ocorre em razão do ponto facultativo decretado pela Reitoria para esta sexta-feira, 21, após o feriado do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
A votação será realizada na segunda-feira, 24, a partir das 9h, por meio do sistema eletrônico do Órgão dos Colegiados Superiores. Os conselheiros deverão acessar o sistema com sua matrícula e senha institucional, selecionar a pauta em votação e registrar seu voto conforme as orientações enviadas previamente por e-mail institucional. Em caso de dúvidas, o suporte da Secrecs estará disponível antes e durante o período de votação.
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Professora Aline Nicolli, da Ufac, é eleita presidente da Abrapec — Universidade Federal do Acre
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19 de novembro de 2025A professora Aline Andréia Nicolli, do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela) da Ufac, foi eleita presidente da Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), para o biênio 2025-2027, tornando-se a primeira representante da região Norte a assumir a presidência da entidade.
Segundo ela, sua eleição simboliza não apenas o reconhecimento de sua trajetória acadêmica (recentemente promovida ao cargo de professora titular), mas também a valorização da pesquisa produzida no Norte do país. Além disso, Aline considera que sua escolha resulta de sua ampla participação em redes de pesquisa, da produção científica qualificada e do engajamento em discussões sobre formação de professores, práticas pedagógicas e políticas públicas para o ensino de ciências.
“Essa eleição também reflete o prestígio crescente das pesquisas desenvolvidas na região Norte, reforçando a mensagem de que é possível produzir ciência rigorosa, inovadora e socialmente comprometida, mesmo diante das dificuldades operacionais e logísticas que marcam a realidade amazônica”, opinou a professora.
Aline explicou que, à frente da Abrapec, deverá conduzir iniciativas que ampliem a interlocução da associação com universidades, escolas e entidades científicas, fortalecendo a pesquisa em educação em ciências e contribuindo para a consolidação de espaços acadêmicos mais diversos, plurais e conectados aos desafios educacionais do país.
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