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Na Turquia, a morte de Gülen marca uma oportunidade para superar a tentativa de golpe | Notícias de Fethullah Gülen

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10 meses atrásem
Istambul, Turquia – A notícia de que Fethullah Gulen, amplamente considerado na Turquia como o mentor da tentativa de golpe de Estado no país em 2016, tinha morrido ainda não tinha chegado a Omer, um motorista de táxi que se dirigia para o distrito de Fatih, em Istambul.
Quando ouviu, Omer ficou chocado. “Finalmente aconteceu,” ele exclamou, ligando o rádio.
Como palavra de A morte de Gülen nos Estados Unidos, num dia fresco de outono, os transeuntes começaram a reunir-se em frente ao edifício municipal de Istambul, em Fatih – um dos epicentros da violência durante o tentativa de golpeuma noite amplamente considerada um ponto de viragem na história moderna da Turquia.
Eles se reuniram perto do memorial Sarachane, que homenageia os manifestantes anti-golpe de 15 de julho de 2016.
O memorial inclui uma representação de manifestantes realizando ablução – um ritual de purificação para os muçulmanos – em uma fonte próxima antes de confrontar soldados e tanques em resposta a um apelo do governo turco. Presidente Recep Tayyip Erdogan.
Pelo menos 251 pessoas morreram e mais de 2.200 ficaram feridas, mas o golpe foi reprimido em poucas horas.
A culpa foi imediatamente atribuída a Gulen, um pregador muçulmano que formou e liderou um movimento que passou de aliado de Erdogan a inimigo, e considerado como operando uma “estado paralelo”. O Estado acreditava que os seus seguidores nas forças armadas estavam por trás do golpe – um ponto de vista amplamente partilhado na Turquia pelos apoiantes do governo e pela oposição.
Memórias do golpe
Gulen passou de pregador no oeste da Turquia a fundador de um movimento expansivo que dirigia escolas, instituições de caridade e organizações de mídia. Em 1999 partiu para os EUA e exilou-se, mas manteve uma relação amigável com Erdogan na década de 2000.
Isso não durou, pois o governo tornou-se mais cauteloso com o que considerava ser a ameaça das redes de “Estado paralelo” de Gülen, culminando eventualmente na tentativa de golpe e na repressão dos apoiantes de Gülen nos anos que se seguiram.
Não muito longe da sede do município de Fatih, em Eski Kafa, um dos muitos pequenos cafés do distrito, vários jovens que desfrutavam do seu café turco da tarde já discutiam a morte de Gülen.
“Estou satisfeito porque acredito que Gulen é responsável pela morte de centenas de pessoas inocentes. Então, de certa forma, há uma certa sensação de alívio”, disse Ibrahim Kibar, um advogado de 29 anos.
“A segunda razão pela qual estou satisfeito é que a sua morte poderá levar a alguma normalização na Turquia em relação às questões políticas. O golpe afetou as nossas instituições, a Constituição e o Estado de direito. Mudou a forma como a Turquia opera.”
A tentativa de golpe deixou uma marca profunda em Fatih, o bairro histórico de Istambul, onde a maioria conta uma história sobre onde estiveram naquela noite.
Um memorial para todos os mortos fica no centro de Fatih com fotos dos mortos, um marco para muitos dos primeiros golpes turcos que os cidadãos comuns conseguiram impedir.
Várias ordens religiosas, concentradas em Fatih e Uskudar, estiveram entre as primeiras a organizar a oposição ao golpe de 2016, de acordo com um estudo realizado pouco depois.
“Eu estava em Fatih naquela noite”, lembrou Kibar. “Depois da tentativa de golpe, fui até a rua Vatan, em frente à sede da polícia de Istambul. Havia dois tanques, mas eles estavam inativos. Milhares de pessoas se reuniram em frente à delegacia.”

O futuro da organização Gülen
Ahmet Faruk Yilmaz, um artista de 29 anos que bebe o seu chá turco, espera que a morte de Gülen marque o colapso da sua organização.
“Não sei se a sua morte terá um impacto direto na Turquia, mas poderá acelerar a dissolução do seu culto, o que beneficiaria o país.”
Após a tentativa de golpe, muitos apoiantes de Gulen fugiram para a Europa e os EUA, onde o grupo ainda está sediado. Milhares de outras pessoas foram detidas numa repressão que teve apoio dentro da Turquia, mas que foi criticada no estrangeiro e por organizações de direitos humanos.
“É verdade que alguns gulenistas ainda têm influência na Turquia, mas o seu poder diminuiu muito desde a tentativa de golpe”, observou Yilmaz.
Fumando seu shisha com uma das mãos e segurando chá turco com a outra, Muhammet Ali acrescentou que os EUA deveriam ter extraditado Gülen para a Turquia.
A extradição de Gülen foi repetidamente solicitada pelo governo turco desde o golpe, criando atritos entre os dois aliados. Os EUA recusaram-se a extraditar Gulen pelas suas ligações ao golpe, alegando falta de provas.
“Eu gostaria que ele fosse levado à Turquia para ser julgado antes de morrer. Gülen explorou os recursos, a energia e as oportunidades da Turquia para agendas estrangeiras”, disse Ali.
“Ele causou fraturas no sistema político turco que serão difíceis de reparar, e o golpe agravou a polarização política.”
No entanto, Ali observou que a morte de Gülen poderia enfraquecer a sua organização e a sua influência na sociedade turca.
“Será aberto mais espaço para a Turquia no exterior e uma questão importante nas relações com os EUA será resolvida.”

Depois de Gülen
Numa outra casa de chá próxima, chamada Lena, um académico da Universidade de Istambul que desejou permanecer anónimo partilhou os seus pensamentos. “A maioria dos turcos celebra este evento, pois sabe-se que Gülen orquestrou um golpe.”
“É claro que o golpe criou uma experiência traumática para muitas pessoas, especialmente aquelas da nossa geração nascida na década de 1990. Como alguém nascido e criado no campo, pude ver quão poderosa era a organização de Gülen”, disse o jovem académico.
Para muitos jovens turcos, os golpes de Estado foram acontecimentos vividos pelos seus pais. Embora tenha havido tentativas de encerrar o Partido AK, no poder, em 2008, muitos acreditavam que os golpes de Estado eram coisa do passado.
“Depois de Gülen, gostaria de pensar que os turcos estarão mais vigilantes contra tais figuras, mas não creio que tenhamos aprendido totalmente a lição”, disse o académico.
Muhammed Enes, sentado com o seu amigo, observou que a morte de Gülen é um dos raros momentos na política turca contemporânea em que a maioria das pessoas encontra pontos em comum.
“A morte de Gulen é uma boa notícia há muito esperada pela sociedade turca. Sempre houve rumores de sua morte, mas desta vez é real. Os turcos de toda a sociedade, dos secularistas aos conservadores, exceto os gulenistas, estão felizes”, disse Enes.
Embora a influência de Gulen na política turca tenha diminuído, em parte devido à repressão do governo que confiscou muitos dos seus bens, Enes acredita que a morte de Gulen também pode afectar o funcionamento interno do grupo.
“Para o próprio culto, especialmente para os membros no estrangeiro, provavelmente haverá confusão sobre quem assumirá o manto, levando a lutas de poder intragrupo que enfraquecerão a organização”, disse ele.
“Também depende da decisão do governo americano – se continuará a apoiar e proteger o grupo ou se distanciará dele agora que o seu fundador está morto.”
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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2 meses atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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