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Na última resistência, Borrell da UE mira em Israel – DW – 14/11/2024

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7 meses atrásem
À medida que o sol se põe no mandato de cinco anos de Josep Borrell como principal enviado estrangeiro da União Europeia, o espanhol está a fazer um último esforço provavelmente malfadado para que o bloco utilize as suas relações comerciais com Israel como alavanca em Gaza.
Na preparação para a sua última reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, na próxima segunda-feira, Borrell propôs aos Estados-membros que suspendessem o diálogo com Israel no contexto do acordo de comércio livre que define os contornos da sua relação.
“Cabe aos ministros ver… se concordam e prosseguem ou não”, disse o porta-voz de Borrell, Peter Stano, aos jornalistas em Bruxelas na quinta-feira, lembrando que a medida exigiria unanimidade. Crucialmente, Borrell pedirá aos ministros dos Negócios Estrangeiros que discutam se Israel está a violar o direito humanitário internacional em Gaza e ajam em conformidade, acrescentou Stano.
Em Outubro de 2023, Israel lançou uma campanha massiva ofensiva aérea, naval e terrestre no território palestiniano para exterminar o Hamas, que controla Gaza, depois de o grupo militante ter levado a cabo ataques terroristas que mataram cerca de 1.200 pessoas no sul de Israel e fizeram dezenas de reféns.
Desde então, mais de 43 mil pessoas foram mortas e 103 mil feridas, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas mas considerado pela ONU como fornecendo números amplamente confiáveis.
Na semana passada, o Gabinete dos Direitos Humanos da ONU afirmou que 70% das 8.000 vítimas mortais em Gaza que conseguiu verificar eram mulheres e crianças. O órgão falou de “níveis sem precedentes de assassinatos, mortes, ferimentos, fome, doenças, enfermidades, deslocamentos, detenções e destruição” e acusou tanto as Forças de Defesa de Israel quanto os grupos armados palestinos de “desrespeito desenfreado” pelo direito internacional.
Israel rejeitou categoricamente esse relatório, tal como frequentemente faz alegações semelhantes, dizendo que não reflectia com precisão a realidade. O país insiste que é agindo dentro do direito internacional e tem o direito de se defender.
Uma proposta surpresa com perspectivas limitadas
Várias fontes diplomáticas disseram à DW, sob condição de anonimato, que a proposta de Borrell surgiu do nada numa reunião de embaixadores na quarta-feira. Dado que a medida exigiria unanimidade entre os 27 Estados-membros fortemente divididos, nenhum dos diplomatas com quem a DW falou esperava que a proposta se tornasse realidade.
Ao longo do último ano, a UE, que apoia oficialmente uma solução de dois Estados como a melhor saída para o conflito israelo-palestiniano, tem lutado para falar a uma só voz e ter um impacto decisivo no curso do conflito.
Alguns membros da UE, incluindo a Alemanha, a Áustria, a República Checa e a Hungria, apoiaram estreitamente Israel, enquanto a Irlanda, a Bélgica e a Espanha defenderam frequentemente o caso de Palestinos. Entre os altos funcionários da UE, Borrell tem-se destacado como um dos críticos mais veementes da campanha em curso de Israel em Gaza.
Um acordo comercial baseado no “respeito pelos direitos”?
Durante nove meses, Madrid e Dublin apelaram à Comissão Europeia para examinar se Israel está a honrar as suas obrigações em matéria de direitos humanos ao abrigo do Acordo de Associação UE-Israel.
Uma decisão do Tribunal Internacional de Justiça em Julho também tem implicações para o acordo. Concluiu que a ocupação dos Territórios Palestinos por Israel é ilegal e que os estados têm a obrigação de “tomar medidas para impedir relações comerciais ou de investimento que ajudem na manutenção da situação ilegal criada por Israel no (Território Palestino Ocupado)”.
No mês passado, a Espanha instou o poder executivo da UE a considerar a suspensão total do amplo acordo, que está em vigor desde 2000.
UE suspenderá o diálogo com Israel?
A proposta de Borrell parece menos ambiciosa do que esta, de acordo com Hugh Lovatt, do Conselho Europeu de Relações Exteriores, que disse à DW não considerar a intervenção particularmente útil.
“Borrell está a baixar a fasquia sem qualquer progresso na adesão dos Estados-membros”, disse ele. Suspender o diálogo político seria o “fruto mais fácil de alcançar e algo assim”. Israel não se importa nesta fase“, acusou o analista.
O Acordo de Associação UE-Israel abrange tudo, desde as relações políticas e o comércio preferencial de bens e serviços, até à cooperação no domínio do ambiente e à luta contra a droga e o branqueamento de capitais. A partir de 2022, o bloco se destacou como o principal parceiro comercial de Israel, junto com os Estados Unidos.
Além de assegurar contactos regulares entre ministros, altos funcionários e diplomatas, o Acordo de Associação UE-Israel consagra o “respeito pelos direitos humanos e pelos princípios democráticos” como base para a sua implementação.
Encerrar o diálogo político no contexto do acordo enviaria uma mensagem a Israel, mas não significaria uma suspensão total das relações diplomáticas.
A última resistência de Borrell
No entanto, o tiro de despedida de Borrell provavelmente colocará Israel no topo da agenda da reunião dos ministros das Relações Exteriores de segunda-feira.
“O Alto Representante pedirá aos Estados-membros que considerem se Israel está a violar os direitos humanos relacionados, se Israel está a respeitar ou não o direito humanitário internacional, em linha com os respectivos artigos do acordo de associação”, disse Peter Stano na quinta-feira.
Dentro de algumas semanas, Borrell, que na sua longa carreira serviu como ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha e presidente do Parlamento Europeu, deverá entregar o testemunho a Kaja Kallas. O primeiro Primeiro-ministro da Estônia é conhecida principalmente pela sua posição firme relativamente à invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, e parece pouco provável que faça eco de Borrell sobre Israel.
“Espero que Kallas seja menos focado em Gaza e menos proativo em pressionar os Estados membros a agirem”, disse Lovatt, do Conselho Europeu de Relações.
Em Setembro, Daniel Schwammenthal, director do AJC Transatlantic Institute, o escritório do Comité Judaico Americano com sede em Bruxelas, disse que os israelitas viam Borrell “como anti-Israel e, portanto, inadequado para desempenhar um papel de mediação no conflito israelo-palestiniano. ” Na sua opinião, “as relações UE-Israel só podem melhorar sob a nova liderança”.
A forma como a relação da UE com Israel poderá evoluir também depende dos desenvolvimentos nos EUA, onde Presidente eleito Donald Trump está atualmente selecionando candidatos para seu próximo gabinete. Trump considera-se um negociador político astuto e diz que porá fim ao conflito, embora o seu plano exacto permaneça obscuro.
Editado por: Anne Thomas
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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

PUBLICADO
4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.
Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.
Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.
Amor e semente
Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.
Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.
E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.
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Cantos de agradecimento
E a recompensa vem em forma de asas e cantos.
Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.
O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.
Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?
Liberdade e confiança
O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.
Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.
“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.
Internautas apaixonados
O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.
Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.
“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.
“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.
Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:
Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok
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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.
No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.
“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.
Ideia improvável
Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.
“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.
O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.
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A ideia
Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.
Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.
E o melhor aconteceu.
A recuperação
Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.
Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.
À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.
Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.
“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.
Cavalos que curam
Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.
Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.
Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.
“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”
A gente aqui ama cavalos. E você?
A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News
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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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4 semanas atrásem
26 de maio de 2025
Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.
O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.
O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.
Da tranquilidade ao pesadelo
Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.
Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.
A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.
Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.
Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.
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Caminho errado
Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.
“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.
Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.
Caiu na neve
Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.
Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.
Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.
“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”
Luz no fim do túnel
Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.
De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.
“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.
A gentileza dos policiais
Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.
“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.
Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!
Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:
Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni
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