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Niterói tem disputa inédita com representante da direita – 19/10/2024 – Poder

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Italo Nogueira

Reduto progressista no Rio de Janeiro, Niterói vive pela primeira vez um embate entre candidatos de esquerda e direita no segundo turno. Num estado que deu mais votos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado federal Carlos Jordy (PL) tenta suavizar sua imagem para se adaptar aos eleitores da única cidade que deu vitória ao presidente Lula (PT) na região metropolitana.

O deputado do PL enfrenta o ex-prefeito Rodrigo Neves (PDT), que busca retornar ao comando do município para um terceiro mandato. No primeiro turno, o pedetista teve 48,47% dos votos válidos e o adversário, 35,59%.

Neves conta com apoio de antigos adversários que se uniram para tentar evitar a eleição do aliado de Bolsonaro. Na última segunda-feira (14), ele participou de uma caminhada em Icaraí ao lado do ex-deputado Felipe Peixoto (PSD) e Juliana Benício (ex-Novo e atualmente no Cidadania). Os dois disputaram em 2020 a prefeitura contra o atual prefeito, Axel Grael (PDT), aliado do ex-prefeito.

Neste segundo turno, Neves tem reforçado a estratégia de se apresentar como líder de uma frente ampla na cidade.

“A nossa candidatura, desde o início, representa uma frente ampla, democrática, que tem compromisso com Niterói. Nós enfrentamos, no primeiro turno, a candidatura da extrema direita e do PSOL. Eu não tenho dúvida que, nesse segundo turno, os niteroenses vão ter a oportunidade de comparar as realizações de cada candidato pela cidade”, disse Neves.

Jordy tem evitado a nacionalização da campanha e rejeitado o termo “bolsonarista”, que considera pejorativo. O ex-presidente esteve na cidade apenas em julho, no lançamento da pré-candidatura, e não tem sido explorado nos programas de TV e nas redes sociais do candidato.

“Eu não tenho debatido ideologia, questões nacionais. Quando uma mulher vai num posto de saúde e não tem um atendimento, não tem médico nem medicamento, ela não está preocupada se o prefeito é Bolsonaro ou é Lula”, afirmou Jordy.

Apesar de não nacionalizar a campanha, o candidato do PL gravou vídeo ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como possível presidenciável da direita, caso Bolsonaro permaneça inelegível até 2026.

“Para mim, Tarcísio é o melhor gestor público do Brasil. E a cidade pede isso, alguém que tenha capacidade de gestão”, disse ele.

Questionado se a gestão Bolsonaro não poderia ser também um exemplo, Jordy disse que o governo federal não tem semelhança com o municipal. “A gestão municipal se assemelha muito à própria gestão estadual. Tarcísio dialoga muito com prefeituras. A gestão federal lida com questões que não têm tanta relação com o município.”

Neves, por sua vez, tenta articular uma agenda com Lula na reta final da campanha. Ele critica o adversário por se afastar do ex-presidente.

“Ele escondeu o Bolsonaro da campanha, quando na verdade ele se viabilizou em 2018 como candidato a deputado federal exatamente na onda bolsonarista. Isso só revela o caráter, ou a falta de caráter dele”, afirmou o pedetista.

Jordy afirma que a distância de Bolsonaro de Niterói se deve ao enfoque local da campanha.

“Sou aliado do presidente Bolsonaro e muito grato a tudo que ele fez por mim e pelo Brasil. Só que eu não tenho debatido sobre questões ideológicas. Tenho mostrado que nós temos uma melhor capacidade de gestão para o nosso município. E por isso que nós nem especulamos essa possibilidade de trazer o presidente Bolsonaro para cá”, disse Jordy.

As estratégias se amoldam ao perfil do eleitorado de Niterói. A cidade foi a única em que o Lula venceu no segundo turno em 2022 contra Bolsonaro na região metropolitana do Rio de Janeiro. Desde a redemocratização, só teve prefeitos de siglas de esquerda —incluindo segundos turnos de integrantes de partidos do espectro político.

A disputa tem sido marcada pela troca de ataques. Neves produziu panfletos criticando Jordy, entre outros temas, pela busca e apreensão feita pela Polícia Federal contra o deputado do PL na investigação sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

“Niterói é a cidade com os melhores indicadores de segurança pública. É a única cidade que não tem milícias dominando bairros e territórios. E nós não vamos deixar os amigos de milicianos chegarem próximo da prefeitura”, disse Neves.

Ao se deparar com militantes do pedetista distribuindo o panfleto no Campo de São Bento no último dia 12, Jordy abordou um deles, recolheu o material e os entregou à polícia. Nesta sexta-feira (18), a Justiça Eleitoral autorizou a confecção dos impressos.

“As pessoas sabem, inclusive os meus adversários, que aquilo foi uma grande injustiça. Foi um grande festival de trapalhadas por parte da Polícia Federal. Tanto que não deu em nada”, disse o deputado do PL.

Apesar do embate, Jordy tem tentado transparecer um perfil menos belicoso, que marca sua passagem na Câmara dos Deputados. Nesta quinta-feira (17), visitou uma eleitora que produz bolos em casa, no morro do Preventório, e discursou na favela abordando temas locais.

Contudo, o carro de som tocava às alturas o jingle, composto pelo próprio Jordy, que chamava Neves de ladrão: “Niterói precisa urgente de uma transformação / Mas não tem como acontecer se votar no ladrão”.

A expectativa é que o candidato eleve o tom nesta reta final, destacando processos envolvendo Neves e a sua prisão em 2018 por uma acusação já arquivada. O candidato do PL, em seus discursos, tem enfatizado supostos casos de corrupção na prefeitura.



Leia Mais: Folha

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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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