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No momento em que soube: comendo frango à parma em um bar barulhento, ele recitou de cor um poema inteiro | Vida e estilo

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Dani Netherclift

EUNa primavera de 2004, eu trabalhava com vendas em Melbourne. Um cara de TI foi enviado de nossa sede em Sydney para ajudar a configurar a Internet em nosso novo escritório. Al tinha um clima descontraído e tocava baixo em uma banda e eu gostei imediatamente do que vi.

Eu tinha quase 20 anos e estava solteiro há alguns anos, vivendo o que gostava de considerar uma espécie de Vida Secreta de Nós existência em St Kilda (era a época), bebendo, fumando, lendo boa literatura e escrevendo poesia (não publicada) enquanto sonhava com beijos perfeitos.

As complicações com o trabalho fizeram com que Al fosse forçado a ficar na cidade mais alguns dias do que o esperado. Infelizmente, o cartão de crédito da empresa dele não estava funcionando, então ofereci meu sofá. As noites seguintes foram repletas de jarras de Beck’s no bar Doulton em St Kilda, comida tailandesa e conversas noite adentro sobre literatura. Como Al tinha uma namorada em Sydney, a pressão foi aliviada – poderíamos simplesmente nos conhecer.

Foi na terça-feira, a segunda noite da estadia de Al – noite de frango com parma no pub – que mais uma conversa sobre livros e poesia levou à sua recitação espontânea de cor de The Road Not Taken, de Robert Frost. O pub estava lotado, mas Al possuía o drama natural e o talento espirituoso de um extrovertido. Apesar da confusão ao nosso redor, naquele momento eu só tinha olhos para ele. Al me disse que às vezes também escrevia poesia, e eu sabia que ele poderia ser o cara perfeito para mim.

A grande pena, como lamentei para quem quisesse ouvir depois que Al saiu da cidade, foi que eu tinha conhecido “aquele”, mas ele já tinha namorada e morava em outro estado.

O que eu não sabia era que logo depois de voltar para Sydney, Al havia terminado com a namorada porque percebeu que faltava ao relacionamento o tipo de centelha natural que havíamos estabelecido tão rapidamente.

Nos meses seguintes, continuamos encontrando desculpas relacionadas ao trabalho para ligar e enviar e-mails um para o outro, e no Natal abandonamos a pretensão profissional e estávamos trocando mensagens de texto e ligando em particular, flertando descaradamente. No início do ano novo decidi testar se nossa conexão era real. Quando perguntei a Al se eu teria algum lugar para ficar se fosse passar o fim de semana em Sydney, ele respondeu por mensagem de texto: “Abso-floggin-lutely!”

Reservei um voo para fevereiro e, depois de uma coleta um pouco estranha no aeroporto, partimos para sua casa compartilhada em Darlinghurst.

Estávamos no meio de um passeio pela casa quando nos beijamos pela primeira vez. Eu soube imediatamente que meus instintos eram verdadeiros.

Dani Netherclift e Al em sua casa nas terras altas de Victoria em janeiro

Depois daquele fim de semana, nunca mais olhamos para trás. Um ano depois do nosso primeiro beijo, Al pediu em casamento e, exatamente um ano depois, nos casamos. Fiel ao espírito poético que tanto o tornou querido por mim, Al me surpreendeu em nosso casamento, ajoelhando-se e fazendo uma serenata para mim com a música Six Ribbons, de Jon English. Em fevereiro farão 18 anos desde aquele dia. Agora moramos com nossos dois filhos na região montanhosa de Victoria e ambos ainda leem poesia, embora menos no pub.

Conte-nos o momento em que você soube



Leia Mais: The Guardian

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre

A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.

Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.

Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.” 

A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”

Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.” 

Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”

A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde. 

Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.

 



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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre

O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.

Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria. 

“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”

 



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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre

O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.

Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.

O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”

A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.

O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”

Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.

(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)

 

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