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‘No Rancho Fundo’ teve absurdos, mas vai deixar saudades – 01/11/2024 – Thiago Stivaletti

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No Rancho Fundo” terminou nesta semana deixando sentimentos contraditórios. Por um lado, nunca deixou de ser uma delícia ligar às 18h para ver uma novela com drama e comédia na medida certa, iluminada por grandes atores, hoje raros na Globo. Foi um alento depois do tiro n’água de “Elas por Elas“, que não cativou o público do horário.

Alexandre Nero teve um de seus grandes papéis como o garimpeiro rústico Tico Leonel, Andréa Beltrão entrou bem na pele da humilde garimpeira-heroína Zefa Leonel, e Du Moscovis segurou um tipo difícil e pouco carismático, o ganancioso Ariosto. Débora Bloch dispensa elogios.

Por outro lado, a história de Mário Teixeira, o mesmo da ótima “Mar do Sertão“, deixou de levantar muitos voos que eram esperados pelos noveleiros. Zefa descobriu a tão sonhada turmalina paraíba nos primeiros capítulos, mas não se tornou uma milionária de fato –continuou vivendo na sua casinha humilde em Lasca Fogo, apenas com uma decoraçãozinha melhor.

OK, a pobre quase miserável que vira milionária do dia pra noite é um clichê? Com certeza. Mas serviria pra testar a heroína num novo universo, enfrentando ambições e tentações.

A BALADA DA PISTOLEIRA

Outros grandes conflitos da trama estacionaram lá pela metade da novela e não andaram mais. A disputa dos ambiciosos contra os honestos pelas pedras preciosas da Gruta Azul ficou num vai-não-vai sem fim – e se resolveu num passe de mágica nos últimos dias, quando tia Salete (Mariana Lima) encontrou o certificado de propriedade do terreno dentro de uma almofada.

A disputa dos quase irmãos Artur e Marcelo pelo coração de Quinota também não durou muito – a mocinha logo entendeu que o segundo era um cafajeste e nunca mais o quis.

Nessa reta final, foi lindo ver Débora Bloch assumir seu lugar na Bancada da Bala – depois de matar o próprio filho envenenado em “Mar do Sertão”, sua vilã Deodora matou Ariosto à queima-roupa, antes que sua Odete Roitman também tome o seu tiro no ano que vem no remake de “Vale Tudo”.

Foi delicioso ver o retorno de Timbó (Enrique Diaz) e Xaviera (Giovanna Cordeiro), os dois melhores personagens de “Mar do Sertão”. A atual prefeita de Canta Pedra usou a melhor arma pra derrubar o prefeito rival, Sabá Bodó: sequestrou Romera, a versão sertaneja da assistente virtual Alexa, que “entregou” todos os podres gravados do prefeito.

MARCELO E BLANDINA TEM ASAS?

Mas a última semana também teve uma sucessão de atropelos, com a impressão de cenas cortadas como rolou nos primeiros capítulos de “Mania de Você”. Tico Leonel encontrou Ariosto morto, e na cena seguinte o matuto já apareceu preso em tom de comédia jogando xadrez com o Delegado Borromeu – cadê a cena obrigatória do injustiçado sendo algemado?

E jamais saberemos como o casal de vilões Blandina (Luisa Arraes) e Marcelo Gouvêa (José Loreto) sobreviveu à queda de um precipício altíssimo para ressurgir dando seus golpes na Lapa carioca.

Sem seu cúmplice, assassinado no penúltimo capítulo, Deodora teve que se virar no final ao lado do filho bastardo do falecido, Elias (André Luiz Frambach, o namorado da Larissa Manoella, aquele que rouba a pequena cota de homens héteros nas novelas, segundo o Thiago Fragoso), que no fim revelou-se um agente da Polícia Federal. E a fofoqueira Cira (Suzy Lopes) se revelou mais onipresente do que Deus – depois de filmar o conluio entre Deodora e o matador Jordão, também estava no lugar certo na hora certa pra filmar o assassinato de Ariosto.

O PREFEITO E OS REPENTISTAS

Mas minha velha teoria é que não importa se o autor escorrega a história para um lado ou pro outro; se o elenco é bom e está servido de bons personagens, é sempre um prazer ver uma novela Duas duplas garantiram nossa comédia diária em “No Rancho Fundo”.

Welder Rodrigues e Titina Medeiros como o prefeito Sabá Bodó e a primeira-dama Nivalda retornaram de “Mar do Sertão” e poderiam fazer mais cinco novelas. Palmito e Totonho, a dupla de repentistas que cantavam as cenas dos próximos capítulos, também não fariam mal nenhum em voltar.

Por fim, do elenco jovem, meus parabéns pro Igor Fortunato, hilário como o caipira ingênuo Zé Beltino, o filho de Tico e Zefa que se deixou enganar pela vilã Blandina. E pra Larissa Bocchino, que fez de sua mocinha Quinota uma heroína nada melosa e cheia de fogo nas ventas. Que esses dois ganhem logo novos bons personagens pra brilhar.

Thiago Stivaletti é jornalista e crítico de cinema, TV e streaming. Foi repórter na Folha de S.Paulo e colunista do UOL. Como roteirista, escreveu para o Vídeo Show (Globo) e o TVZ (Multishow).



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Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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