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Novo campo de batalha sobre empregos industriais alemães – DW – 11/12/2024
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“Isso parte meu coração! Você não pode tratar as pessoas dessa maneira. Trabalhamos tanto pela Thyssenkrupp”, disse Helmut Renk, de 62 anos, presidente do conselho de trabalhadores da unidade da siderúrgica em Kreuztal-Eichen, Alemanha.
Expressando sua raiva e frustração com o provável fechamento da fábrica, ele acrescenta que trabalha lá há 40 anos – assim como seu pai antes e seu filho agora.
Os ressentimentos de Renk são atualmente partilhados por muitos funcionários da gigante siderúrgica alemã, argumenta a dirigente sindical Ulrike Hölter. Representando a filial central do Vale do Ruhr do sindicato dos metalúrgicos IG Metall, Hölter diz que os metalúrgicos estão especialmente irritados com a gestão e preocupados com o seu próprio futuro.
A demissão iminente dos 500 trabalhadores siderúrgicos em Kreuztal-Eichen, ela está convencida, não só repercutirá na pequena cidade no oeste da Alemanha, mas será sentida em todo o país.
O que a Thyssenkrupp está planejando?
No final de novembro, Thyssenkrupp Steel Europa (TKSE), disse que iria eliminar 11.000 empregos no total — 5.000 dos quais seriam eliminados até 2030 e outros 6.000 seriam eliminados através de cisões ou desinvestimentos. Os cortes de empregos equivalem a cerca de 40% do total da força de trabalho alemã de 27 mil pessoas.
A fábrica de Kreuztal-Eichen, especializada no processamento de aço, está programada para ser totalmente fechada.
A TKSE também anunciou que reduzirá a sua capacidade global de produção de aço de 11,5 milhões de toneladas para pouco menos de 9 milhões de toneladas, através da alienação da sua participação na Hüttenwerke Krupp Mannesmann (HKM) em Duisburg, Alemanha.
Embora se essa venda não for viável, a TKSE disse que manteria conversações com outros acionistas sobre cenários de fechamento. Além disso, uma fábrica em Bochum deverá encerrar até 2027 – três anos antes do planeado anteriormente.
“São necessárias medidas urgentes para melhorar a produtividade e a eficiência operacional da Thyssenkrupp Steel, e para alcançar um nível de custos competitivo”, afirmou a empresa em comunicado.
O objetivo é reduzir os custos com pessoal em cerca de 10%, em média, nos próximos anos.
Por que a Thyssenkrupp está lutando?
A TKSE, unidade siderúrgica do conglomerado industrial Thyssenkrupp, está o maior produtor de aço da Alemanha. A empresa enfrenta um excesso de capacidade crescente e uma concorrência intensa das importações de aço mais barato da Ásia. Além disso, o importantíssimo indústria automotiva está lutando em meio a uma transição para veículos elétricoso que levou à redução da demanda por aço.
Além disso, o atual governo de Chanceler Olaf Scholz tentou o tornar a produção de aço na Alemanha menos poluentedestacando o TKSE como um projeto marcante para os primeiros altos-fornos movidos a hidrogênio do mundo em Duisburg. No entanto, ainda não está claro se os milhares de milhões em subsídios estatais para o chamado aço verde produzido sem emissões de carbono algum dia serão recompensados.
Além disso, em Agosto, vários membros do conselho de supervisão da TKSE demitiram-se, acusando a liderança de não investir adequadamente na divisão siderúrgica para manter a sua competitividade.
A indústria siderúrgica europeia está em risco?
Gerhard Bosch, da Universidade de Duisburg-Essen, também culpa o “investimento insuficiente” por parte da crise. “A Thyssenkrupp Steel tem problemas de qualidade e de investimento resultantes de más decisões de negócios”, disse ele à DW.
No meio da mudança
Gerhard Bosch, antigo membro do conselho de supervisão da Thyssenkrupp, acredita que a crise da empresa poderá repercutir-se em inúmeros empregos para além da sua própria força de trabalho, já que cada emprego na siderurgia “normalmente apoia pelo menos um outro emprego” ao longo da cadeia de abastecimento na Alemanha.
O Região do Vale do Ruhr já foi o coração industrial da Alemanha, com inúmeras minas de carvão e siderúrgicas centradas nas cidades de Duisburg e Essen. Após o encerramento da última mina de carvão em 2018, uma era chegou ao fim deixando cicatrizes profundas e a região economicamente deprimida.
O desemprego ainda é mais elevado do que no resto da Alemanha, diz Gerhard Bosch, e a perda de empregos no sector siderúrgico “atingirá Duisburg de forma especialmente dura”.
Mas a indústria siderúrgica alemã não é o único sector industrial actualmente atingido por perturbações massivas. Muitas outras empresas estão planejando cortar empregos, incluindo montadoras Volkswagen e Ford, e a gigante da tecnologia Bosch.
Dado que a economia alemã, orientada para as exportações, está a registar uma redução da procura dos seus produtos à escala global, espera-se que diminua pelo segundo ano consecutivo, de acordo com inúmeras previsões.
Sindicatos desafiadores prometem revidar
Entretanto, os sindicatos alemães, especialmente o poderoso sindicato dos metalúrgicos IG Metall, estão a preparar-se para uma longa batalha para salvar empregos ameaçados.
Frank Patzelt, trabalhador de laminação e membro do sindicato da TKSE em Bochum, diz que embora alguns colegas se sintam desesperados, muitos estão prontos para lutar.
“Se ficarmos juntos, poderemos buscar um resultado melhor para nós mesmos”, disse ele à DW.
Este artigo foi escrito originalmente em alemão.
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Aperfeiçoamento em cuidado pré-natal é encerrado na Ufac — Universidade Federal do Acre
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12 de novembro de 2025A Ufac realizou o encerramento do curso de aperfeiçoamento em cuidado pré-natal na atenção primária à saúde, promovido pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proex), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). O evento, que ocorreu nessa terça-feira, 11, no auditório do E-Amazônia, campus-sede, marcou também a primeira mostra de planos de intervenção que se transformaram em ações no território, intitulada “O Cuidar que Floresce”.
Com carga horária de 180 horas, o curso qualificou 70 enfermeiros da rede municipal de saúde de Rio Branco, com foco na atualização das práticas de cuidado pré-natal e na ampliação da atenção às gestantes de risco habitual. A formação teve início em março e foi conduzida em formato modular, utilizando metodologias ativas de aprendizagem.
Representando a reitora da Ufac, Guida Aquino, o diretor de Ações de Extensão da Proex, Gilvan Martins, destacou o papel social da universidade na formação continuada dos profissionais de saúde. “Cada cursista leva consigo o conhecimento científico que foi compartilhado aqui. Esse é o compromisso da Ufac: transformar o saber em ação, alcançando as comunidades e contribuindo para a melhoria da assistência às mulheres atendidas nas unidades.”
A coordenadora do curso, professora Clisângela Lago Santos, explicou que a iniciativa nasceu de uma demanda da Sesacre e foi planejada de forma inovadora. “Percebemos que o modelo tradicional já não surtia o efeito esperado. Por isso, pensamos em um formato diferente, com módulos e metodologias ativas. Foi a nossa primeira experiência nesse formato e o resultado foi muito positivo.”
Para ela, a formação representa um esforço conjunto. “Esse curso só foi possível com o envolvimento de professores, residentes e estudantes da graduação, além do apoio da Rede Alyne e da Sesacre”, disse. “Hoje é um dia de celebração, porque quem vai sentir os resultados desse trabalho são as gestantes atendidas nos territórios.”
Representando o secretário municipal de Saúde, Rennan Biths, a diretora de Políticas de Saúde da Semsa, Jocelene Soares, destacou o impacto da qualificação na rotina dos profissionais. “Esse curso veio para aprimorar os conhecimentos de quem está na ponta, nas unidades de saúde da família. Sei da dedicação de cada enfermeiro e fico feliz em ver que a qualidade do curso está se refletindo no atendimento às nossas gestantes.”
A programação do encerramento contou com uma mostra cultural intitulada “O Impacto da Formação na Prática dos Enfermeiros”, que reuniu relatos e produções dos participantes sobre as transformações promovidas pelo curso em suas rotinas de trabalho. Em seguida, foi realizada uma exposição de banners com os planos de intervenção desenvolvidos pelos cursistas, apresentando as ações implementadas nos territórios de saúde.
Também participaram do evento o coordenador da Rede Alyne, Walber Carvalho, representando a Sesacre; a enfermeira cursista Narjara Campos; além de docentes e residentes da área de saúde da mulher da Ufac.
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CAp promove minimaratona com alunos, professores e comunidade — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O Colégio de Aplicação (CAp) da Ufac realizou uma minimaratona com participação de estudantes, professores, técnico-administrativos, familiares e ex-alunos. A atividade é um projeto de extensão pedagógico interdisciplinar, chamado Maracap, que está em sua 11ª edição. Reunindo mais de 800 pessoas, o evento ocorreu em 25 de outubro, no campus-sede da Ufac.
Idealizado e coordenado pela professora de Educação Física e vice-diretora do CAp, Alessandra Lima Peres de Oliveira, o projeto promove a saúde física e social no ambiente estudantil, com caráter competitivo e formativo, integrando diferentes áreas do conhecimento e estimulando o espírito esportivo e o convívio entre gerações. A minimaratona envolve alunos dos ensinos fundamental e médio, do 6º ano à 3ª série, com classificação para o 1º, 2º e 3º lugar em cada categoria.
“O Maracap é muito mais do que uma corrida. Ele representa a união da nossa comunidade em torno de valores como disciplina, cooperação e respeito”, disse Alessandra. “É também uma proposta de pedagogia de inclusão do esporte no currículo escolar, que desperta nos estudantes o prazer pela prática esportiva e pela vida saudável.”
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, ressaltou a importância do projeto como uma ação de extensão universitária que conecta a Ufac à sociedade. “Projetos como o Maracap mostram como a extensão universitária cumpre seu papel de integrar a universidade à comunidade. O Colégio de Aplicação é um espaço de formação integral e o esporte é uma poderosa ferramenta para o desenvolvimento humano, social e educacional.”
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Semana de Letras/Português da Ufac tematiza ‘língua pretuguesa’ — Universidade Federal do Acre
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11 de novembro de 2025O curso e o Centro Acadêmico de Letras/Português da Ufac iniciaram, nessa segunda-feira, 10, no anfiteatro Garibaldi Brasil, sua 24ª Semana Acadêmica, com o tema “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa”. O evento é dedicado à reflexão sobre memória, decolonialidade e as relações históricas entre o Brasil e as demais nações de língua portuguesa. A programação segue até sexta-feira, 14, com mesas-redondas, intervenções artísticas, conferências, minicursos, oficinas e comunicações orais.
Na abertura, o coordenador da semana acadêmica, Henrique Silvestre Soares, destacou a necessidade de ligar a celebração da língua às lutas históricas por soberania e justiça social. Segundo ele, é importante que, ao celebrar a Semana de Letras e a independência dos países africanos, se lembre também que esses países continuam, assim como o Brasil, subjugados à força de imperialismos que conduzem à pobreza, à violência e aos preconceitos que ainda persistem.
O pró-reitor de Extensão e Cultura, Carlos Paula de Moraes, salientou o compromisso ético da educação e reforçou que a universidade deve assumir uma postura crítica diante da realidade. “A educação não é imparcial. É preciso, sim, refletir sobre essas questões, é preciso, sim, assumir o lado da história.”
A pró-reitora de Graduação, Ednaceli Damasceno, ressaltou a força do tema proposto. Para ela, o assunto é precioso por levar uma mensagem forte sobre o papel da universidade na sociedade. “Na própria abertura dos eventos na faculdade, percebemos o que ocorre ao nosso redor e que não podemos mais tratar como aula generalizada ou naturalizada”, observou.
O diretor do Centro de Educação, Letras e Artes (Cela), Selmo Azevedo Pontes, reafirmou a urgência do debate proposto pela semana. Ele lembrou que, no Brasil, as universidades estiveram, durante muitos anos, atreladas a um projeto hegemônico. “Diziam que não era mais urgente nem necessário, mas é urgente e necessário.”
Também estiveram presentes na cerimônia de abertura o vice-reitor, Josimar Batista Ferreira; o coordenador de Letras/Português, Sérgio da Silva Santos; a presidente do Cela, Thaís de Souza; e a professora do Laboratório de Letras, Jeissyane Furtado da Silva.
(Camila Barbosa, estagiária Ascom/Ufac)
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