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Novo mural em SP é feito com tintas de cinzas de queimadas – 23/10/2024 – Ambiente

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Fernanda Mena

Um megamural de 1.500 metros quadrados inaugurado nesta quarta-feira (23) na região central de São Paulo faz uma denúncia ambiental em imagem, mensagem e matéria-prima.

A imagem é da jovem liderança indígena munduruku Alessandra Korap, do Médio Tapajós, entre o Pará e Mato Grosso, uma das regiões campeãs de desmatamento do Brasil.

Ela segura um cartaz com a mensagem: “Pare a destruição, stop the destruction, keep your promises” (pare a destruição, mantenha suas promessas, em inglês).

A matéria-prima usada na pintura foram tintas fabricadas a partir de cinzas das queimadas que transformaram parte do Brasil em pó em 2024 e a partir da lama das enchentes que fizeram submergir o Rio Grande do Sul em maio deste ano.

Localizado na empena cega de um prédio na avenida Brigadeiro Luís Antônio, a dois quarteirões da avenida Paulista, o mural foi criado por Mundano, autointitulado artivista, uma fusão das palavras “artista” e “ativista”, conhecido por suas obras públicas ligadas a temas socioambientais e pela pesquisa de pigmentos a partir de crimes ambientais.

“A ideia foi representar uma ativista viva, como a Alessandra, e levantar essa voz que não é só dela, não é só dos mundurukus, não é só dos povos originários, mas de milhões de pessoas que já são afetadas hoje por secas extremas, enchentes históricas, ondas de calor e outros fenômenos climáticos”, explica Mundano.

Os mundurukus lutam pela demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu enquanto combatem madeireiros e tentam impedir grandes projetos em seu território, como uma usina hidrelétrica e uma ferrovia para transporte de soja, a Ferrogrão, entre outros projetos de grande impacto.

As cinzas utilizadas na fabricação das tintas foram enviadas da amazônia, do cerrado, da mata atlântica e do pantanal, biomas atingidos pelas queimadas deste ano. “Eles estão sendo destruídos para abrir espaço para lavouras de soja que vendem sua produção para a Cargill”, disse Mundano.

A gigante multinacional de commodities agrícolas é uma das maiores empresas privadas dos EUA e a maior do agronegócio brasileiro. Seu lucro líquido no país dobrou e bateu recorde em 2023: R$ 2,5 bilhões.

No mesmo ano, a empresa anunciou um compromisso público de reduzir a zero o desmatamento e a conversão de terras de sua cadeia de produção direta e indireta no Brasil.

“Só que 2025 é amanhã. E a Cargill está financiando e apoiando a construção da Ferrogrão [ferrovia que corta a amazônia, margeando áreas indígenas], que vai fazer crescer a produção e escoamento de grãos numa área que não tem terra disponível, ou seja, terra já desmatada”, afirma Mundano.

“Eles são responsáveis quando criam essa demanda de exportação de grãos para a China e para a Europa, gerando uma expansão agrícola industrial que vai continuar o desmatamento e as queimadas que sufocaram o nosso país.”

Procurada pela Folha, a Cargill disse que respeita a liberdade de expressão do artista, mas diz que “o mural baseia-se em relatório que é impreciso e as afirmações contidas nele deturpam o trabalho da Cargill e as nossas cadeias de abastecimento”.

A empresa afirma estar “no caminho certo para cumprir” seu compromisso de eliminar o desmatamento das cadeias de abastecimento de soja, milho, trigo e algodão no Brasil, Argentina e Uruguai até 2025. E diz não fazer parte do consórcio formado para construir a Ferrogrão, projeto liderado pelo governo federal.

O fato de a mensagem do megamural ser em inglês, explica Mundano, é porque seu objetivo é chegar aos integrantes da família dona da Cargill, nos EUA.

Para isso, nomes de integrantes da família fundadora da empresa foram escritos e apagados ao longo da manhã de hoje. Cartazes com nomes de integrantes da família também devem ser enviados a eles nos EUA. “A gente não quer constranger, a gente quer mandar um lembrete: vocês fizeram uma promessa e não vêm cumprindo.”

O artista afirma que uma empresa do tamanho da Cargill e com os recursos que ela detém tem o poder de cumprir a promessa, criando um efeito cascata neste setor. “É disso que a gente precisa. De uma mudança sistêmica. E uma empresa líder no mercado pode também liderar essa mudança, o que pode significar um pouquinho menos lucro, mas a sobrevivência da espécie humana.”

Pedro Charbel, coordenador de campanhas para o Brasil na Amazon Watch, ONG envolvida na ação, afirma que a “a Cargill impulsiona a construção da Ferrogrão para aumentar seus lucros”.

“Este megaprojeto para expandir ainda mais a produção de soja e milho é a antítese do compromisso da empresa de eliminar o desmatamento. A família Cargill-MacMillian deveria suspender o apoio da Cargill à Ferrogrão e ajudar a interromper definitivamente seu avanço.”



Leia Mais: Folha

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MUNDO

Mulher alimenta pássaros livres na janela do apartamento e tem o melhor bom dia, diariamente; vídeo

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O projeto com os cavalos, no Kentucky (EUA), ajuda dependentes químicos a recomeçarem a vida. - Foto: AP News

Todos os dias de manhã, essa mulher começa a rotina com uma cena emocionante: alimenta vários pássaros livres que chegam à janela do apartamento dela, bem na hora do café. Ela gravou as imagens e o vídeo é tão incrível que já acumula mais de 1 milhão de visualizações.

Cecilia Monteiro, de São Paulo, tem o mesmo ritual. Entre alpiste e frutas coloridas, ela conversa com as aves e dá até nomes para elas.

Nas imagens, ela aparece espalhando delicadamente comida para os pássaros, que chegam aos poucos e transformam a janela num pedacinho de floresta urbana. “Bom dia. Chegaram cedinho hoje, hein?”, brinca Cecilia, enquanto as aves fazem a festa com o banquete.

Amor e semente

Todos os dias Cecilia acorda e vai direto preparar a comida das aves livres.

Ela oferece porções de alpiste e frutas frescas e arruma tudo na borda da janela para os pequenos visitantes.

E faz isso com tanto amor e carinho que a gratidão da natureza é visível.

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Cantos de agradecimento

E a recompensa vem em forma de asas e cantos.

Maritacas, sabiás, rolinha e até uma pomba muito ousada resolveu participar da festa.

O ambiente se transforma com todas as aves cantando e se deliciando.

Vai dizer que essa não é a melhor forma de começar o dia?

Liberdade e confiança

O que mais chama a atenção é a relação de respeito entre a mulher e as aves.

Nada de gaiolas ou cercados. Os pássaros vêm porque querem. E voltam porque confiam nela.

“Podem vir, podem vir”, diz ela na legenda do vídeo.

Internautas apaixonados

O vídeo se tornou viral e emocionou milhares de pessoas nas redes sociais.

Os comentários vão de elogios carinhosos a relatos de seguidores que se sentiram inspirados a fazer o mesmo.

“O nome disso é riqueza! De alma, de vida, de generosidade!”, disse um.

“Pra mim quem conquista os animais assim é gente de coração puro, que benção, moça”, compartilhou um segundo.

Olha que fofura essa janela movimentada, cheia de aves:

Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Que gracinha! - Foto: @cecidasaves/TikTok Cecila tem a mesma rotina todos os dias. Põe comida para os pássaros livres na janela do apartamento dela em SP. – Foto: @cecidasaves/TikTok



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Cavalos ajudam dependentes químicos a se reconectar com a vida, emprego e família

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Cecília, uma mulher de São Paulo, põe alimentos todos os dias os para pássaros livres na janela do apartamento dela. - Foto: @cecidasaves/TikTok

O poder sensorial dos cavalos e de conexão com seres humanos é incrível. Tanto que estão ajudando dependentes químicos a se reconectar com a família, a vida e trabalho nos Estados Unidos. Até agora, mais de 110 homens passaram com sucesso pelo programa.

No Stable Recovery, em Kentucky, os cavalos imensos parecem intimidantes, mas eles estão ali para ajudar. O projeto ousado, criado por Frank Taylor, coloca os homens em contato direto com os equinos para desenvolverem um senso de responsabilidade e cuidado.

“Eu estava simplesmente destruído. Eu só queria algo diferente, e no dia em que entrei neste estábulo e comecei a trabalhar com os cavalos, senti que eles estavam curando minha alma”, contou Jaron Kohari, um dos pacientes.

Ideia improvável

Os pacientes chegam ali perdidos, mas saem com emprego, dignidade e, muitas vezes, de volta ao convívio com aqueles que amam.

“Você é meio egoísta e esses cavalos exigem sua atenção 24 horas por dia, 7 dias por semana, então isso te ensina a amar algo e cuidar dele novamente”, disse Jaron Kohari, ex-mineiro de 36 anos, em entrevista à AP News.

O programa nasceu da cabeça de Frank, criador de cavalos puro-sangue e dono de uma fazenda tradicional na indústria de corridas. Ele, que já foi dependente em álcool, sabe muito bem como é preciso dar uma chance para aqueles que estão em situação de vulnerabilidade.

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A ideia

Mas antes de colocar a iniciativa em prática, precisou convencer os irmãos a deixar ex-viciados lidarem com animais avaliados em milhões de dólares.“Frank, achamos que você é louco”, disse a família dele.

Mesmo assim, ele não desistiu e conseguiu a autorização para tentar por 90 dias. Se algo desse errado, o programa seria encerrado imediatamente.

E o melhor aconteceu.

A recuperação

Na Stable Recovery, os participantes acordam às 4h30, participam de reuniões dos Alcoólicos Anônimos e trabalham o dia inteiro cuidando dos cavalos.

Eles escovam, alimentam, limpam baias, levam aos pastos e acompanham as visitas de veterinários aos animais.

À noite, cozinham em esquema revezamento e vão dormir às 21h.

Todo o programa dura um ano, e isso permite que os participantes se tornem amigos, criem laços e fortaleçam a autoestima.

“Em poucos dias, estando em um estábulo perto de um cavalo, ele está sorrindo, rindo e interagindo com seus colegas. Um cara que literalmente não conseguia levantar a cabeça e olhar nos olhos já está se saindo melhor”, disse Frank.

Cavalos que curam

Os cavalos funcionam como espelhos dos tratadores. Se o homem está tenso, o cavalo sente. Se está calmo, ele vai retribuir.

Frank, o dono, chegou a investir mais de US$ 800 mil para dar suporte aos pacientes.

Ao olhar tantas vidas que ele já ajudou a transformar, ele diz que não se arrepende de nada.

“Perdemos cerca de metade do nosso dinheiro, mas apesar disso, todos aqueles caras permaneceram sóbrios.”

A gente aqui ama cavalos. E você?

A rotina com os animais é puxada, mas a recompensa é enorme. – Foto: AP News



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Resgatado brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia após seguir sugestão do GPS

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O brasileiro Hugo Calderano, de 28 anos, conquista a inédita medalha de prata no Mundial de Tênis de Mesa no Catar.- Foto: @hugocalderano

Cuidado com as sugestões do GPS do seu carro. Este brasileiro, que ficou preso na neve na Patagônia, foi resgatado após horas no frio. Ele seguiu as orientações do navegador por satélite e o carro acabou atolado em uma duna de neve. Sem sinal de internet para pedir socorro, teve que caminhar durante horas no frio de -10º C, até que foi salvo pela polícia.

O progframador Thiago Araújo Crevelloni, de 38 anos, estava sozinho a caminho de El Calafate, no dia 17 de maio, quando tudo aconteceu. Ele chegou a pensar que não sairia vivo.

O resgate só ocorreu porque a anfitriã da pousada onde ele estava avisou aos policiais sobre o desaparecimento do Thiago. Aí começaram as buscas da polícia.

Da tranquilidade ao pesadelo

Thiago seguia viagem rumo a El Calafate, após passar por Mendoza, El Bolsón e Perito Moreno.

Cruzar a Patagônia de carro sempre foi um sonho para ele. Na manhã do ocorrido, nevava levemente, mas as estradas ainda estavam transitáveis.

A antiga Rota 40, por onde ele dirigia, é famosa pelas paisagens e pela solidão.

Segundo o programador, alguns caminhões passavam e havia máquinas limpando a neve.

Tudo parecia seguro, até que o GPS sugeriu o desvio que mudou tudo.

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Caminho errado

Thiago seguiu pela rota alternativa e, após 20 km, a neve ficou mais intensa e o vento dificultava a visibilidade.

“Até que, numa curva, o carro subiu em uma espécie de duna de neve que não dava para distinguir bem por causa do vento branco. Tudo era branco, não dava para ver o que era estrada e o que era acúmulo de neve. Fiquei completamente preso”, contou em entrevista ao G1.

Ele tentou desatolar o veículo com pedras e ferramentas, mas nada funcionava.

Caiu na neve

Sem ajuda por perto, exausto, encharcado e com muito frio, Thiago decidiu caminhar até a estrada principal.

Mesmo fraco, com fome e mal-estar, colocou uma mochila nas costas e saiu por volta das 17h.

Após mais de cinco horas de caminhada no escuro e com o corpo congelando, ele caiu na neve.

“Fiquei deitado alguns minutos, sozinho, tentando recuperar energia. Consegui me levantar e segui, mesmo sem saber quanta distância faltava.”

Luz no fim do túnel

Sem saber quanto tempo faltava para a estrada principal, Thiago se levantou e continuou a caminhada.

De repente, viu uma luz. No início, o programador achou que estava alucinando.

“Um pouco depois, ao olhar para trás em uma reta infinita, vi uma luz. Primeiro achei que estava vendo coisas, mas ela se aproximava. Era uma viatura da polícia com as luzes acesas. Naquele momento senti um alívio que não consigo descrever. Agitei os braços, liguei a lanterna do celular e eles me viram”, disse.

A gentileza dos policiais

Os policiais ofereceram água, comida e agasalhos.

“Falaram comigo com uma ternura que me emocionou profundamente. Me levaram ao hospital, depois para um hotel. Na manhã seguinte, com a ajuda de um guincho, consegui recuperar o carro”, agradeceu o brasileiro.

Apesar do susto, ele se recuperou e decidiu manter a viagem. Afinal, era o sonho dele!

Veja como foi resgatado o brasileiro que ficou preso na neve na Patagônia:

Thiago caminhou por 5 horas no frio até ser encontrado. – Foto: Thiago Araújo Crevelloni

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